Temer faz maratona de reuniões para 'montar governo'
Vice-presidente Michel Temer viajou para São Paulo, onde realiza nesta terça-feria, 19, uma série de reuniões com profissionais do mercado e aliados políticos sobre a composição da nova equipe ministerial; para a Fazenda, o nome de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central "surge e ressurge" como um dos mais fortes; já para o Planejamento, um dos cotados é o do senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente interino do partido
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BRASÍLIA (Reuters e agências) - O vice-presidente Michel Temer voltou à capital paulista nesta segunda-feira, onde mantém conversas reservadas com profissionais do mercado, em meio a sondagens e expectativas sobre a composição da nova equipe ministerial.
Para a Fazenda, o nome de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central "surge e ressurge" como um dos mais fortes, afirmou uma fonte próxima ao vice-presidente. Para o Planejamento, um dos cotados é o do senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente interino do partido e um dos principais articuladores da votação que garantiu a aprovação do impeachment na Câmara.
Jucá, foi líder do governo Dilma e também do governo Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi, por um breve período, ministro da Previdência Social.
Segundo outra fonte próxima a Temer, ele está "dando um tempo" em São Paulo para a poeira baixar, após a aprovação pela Câmara dos Deputados, no domingo, da admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Se o Senado confirmar a decisão para que o processo ser instalado, Dilma é afastada por até 180 dias e Temer assume a Presidência da República interinamente, razão pela qual já estaria travando contatos em São Paulo com pessoas que deseja ver no comando de ministérios de peso, como a Fazenda, Banco Central e Justiça, afirmou outra fonte com conhecimento do assunto.
A fonte disse ainda que a ideia é que essas pastas não entrem em quaisquer negociações por apoio partidário, sendo que Temer estaria em busca de sinergias na equipe econômica.
Temer também teria definido as pastas de economia, infraestrutura e área social como os eixos principais de seu eventual governo. Estas áreas seriam fundidas com outras criando uma espécie de suprministérios visando enxugar amáquina estatal e priorizar a estabilidade política e a retomada do crescimento econômico.
O vice avalia que precisa dar uma resposta convincente ao País de que está comprometido com a recuperação política e econômica. Ele também acha que a formação de um Ministério reconhecidamente técnico e respeitável seria a melhor forma de aliviar as pressões sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela cassação da chapa que o elegeu junto com a presidente Dilma Rousseff em 2014.
Somente depois dessas definições o restante do governo seria definitivamente formado, caso Dilma seja afastada pelo Senado. Essas três áreas trabalhariam sustentadas politicamente pelo núcleo mais próximo de Temer no PMDB e encarregado das relações com o Congresso, formado pelos ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do partido do vice.
O senador, ex-governador, ex-prefeito e ex-ministro José Serra (PSDB-SP) é cotado para comandar esse futuro ministério da infraestrutura, mas também é lembrado para a Fazenda. No modelo estudado pela equipe do vice, essa nova pasta poderia abrigar até o Ministério das Comunicações.
O senador paulista José Serra é cotado para ocupar ministério em eventual governo Temer
O tucano José Serra também poderia ocupar a Saúde, pasta que comandou no governo Fernando Henrique Cardoso, e o Itamaraty. Esta última alternativa agrada a Serra pessoalmente, mas esbarra nas pretensões políticas dele de ser candidato em 2018. Caso Serra assuma o controle da infraestrutura, o médico David Uip, secretário da Saúde de São Paulo, poderia ser chamado a contribuir com o governo federal, na cota de indicações do governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Agenda. Temer quer definir uma agenda econômica, algo que ele ainda não tem, para entregá-la a um ministro da Fazenda com forte influência sobre o Banco Central e o Planejamento. A ideia é buscar coesão na política econômica.
O economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga ainda continua como um nome forte, mas, por ser ligado ao PSDB, gostaria de levar com ele, se aceitar o convite, outros nomes do partido, o que encontra resistência por parte do vice. Henrique Meirelles, outro ex-presidente do Banco Central, continua com chances, porém não agrada à totalidade do empresariado com quem o vice tem conversado.
Social. No últimos dias, Temer decidiu eleger a área social como prioridade numa resposta às acusações que sofreu do PT e do Palácio do Planalto de que planeja acabar com o Bolsa Família e outros programas.
Ele pretende fazer uma reformulação do setor, mas que não elimine políticas públicas, apenas as concentre sob um mesmo guarda-chuva. Até ontem o vice não tinha um nome para comandar essa área e gostaria de encontrá-lo na sociedade civil, para reforçar o conceito de um “Ministério de notáveis”.
O vice-presidente quer confiar ao DEM, partido com participação importante no processo de impeachment de Dilma, o Ministério de Minas e Energia, atualmente com o PMDB. José Carlos Aleluia é o nome preferido até agora.
Justiça. Embora não faça parte dos três eixos definidos por Temer, o Ministério da Justiça integra a lista de prioridades porque tem o controle da Polícia Federal e, portanto, uma interface com a Operação Lava Jato. O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim é o preferido de Temer, mas já advogou para empreiteiras investigadas pela operação. Ayres Brito, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, também é sempre lembrado.
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