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Poder

Um radialista no poder?

Mario Kertzs, lanado pelo PMDB prefeitura de Salvador, muda o quadro da sucesso baiana

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Romulo Faro_247- Boleiro que é boleiro tem que conhecer pelo menos uma história do Mané Garrincha. No meu caso, a que mais gosto é a de 1958, quando ele driblou o mesmo russo três vezes, mandou duas bolas na trave e ainda armou a jogada do primeiro gol. Tudo em apenas três minutos de jogo, os mais extraordinários do futebol. Mas não foi só isso que marcou aquele jogo. Antes da partida, o treinador Feola chamou Mané no vestiário: "Pega a bola, dribla o primeiro, dribla o segundo, vai no fundo e cruza para o Vavá marcar". Garrincha olhou fixamente nos olhos de Feola... Sua ingenuidade falou mais alto: "Tudo bem, mas o senhor já combinou com os russos para deixar eu passar?".

Já percebeu a relação entre os russos e o Mario? Então preste atenção. Até maio deste ano, o cenário das eleições municipais de 2012 era dado como definido em Salvador. O deputado federal Nelson Pelegrino (PT), o preferitti de Wagner, chegou a dizer que a dúvida era com quem ele disputaria o segundo turno. Mas, ao que parece, as coisas mudaram. Uma fonte relatou ao Bahia 247 que em um bate-papo com amigos, Pellegrino foi questionado sobre a sucessão de João Henrique. Passou a mão pela barba grisalha e, com semblante não mais tão otimista quanto o de outrora, exclamou: "Rapaz, ouvi dizer que Mario vai ser candidato."

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Pois é. Esqueceram de combinar com os russos e o jogo continua. O chefe da Casa Civil de Salvador, o deputado federal licenciado (no sétimo mandato), João Leão (PP), também tem seu nome dado como certo na corrida do ano que vem. Além dele, os colegas de parlamento ACM Neto (DEM), Alice Portugal (PCdoB), Antônio Imbassahy (PSDB), Marcos Medrado (PDT), e o atual vice-prefeito da capital baiana, Edvaldo Brito (PTB). Os comunistas, socialistas e trabalhistas já andam com pose de candidatos pela cidade.

Mas voltemos ao Mario. Numa dessas manhãs cinzentas de outono, exatamente no último dia 13, dia de Santo Antônio, o casamenteiro, eis que entra no ar, na Rádio Metrópole, ao vivo, o jornalista Samuel Celestino, que naquele dia passava o comando da Associação Bahiana de Imprensa (ABI) para o presidente do jornal Tribuna da Bahia, Walter Pinheiro. Samuel foi entrevistado pelo próprio dono da rádio, Mario Kertész, o nosso Mario. O jornalista cumprimenta Mario e logo começa a "brincadeira" lembrando que ele já foi prefeito da cidade e dizendo que sabia da informação de quer estaria prestes a entrar na disputa de 2012. Mario não admitiu, mas também não negou. Apenas sorriu. Ao final da conversa, nova provocação e um novo sorriso. Para bom entendedor, meia palavra basta. Ou, às vezes, apenas um sorriso.

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Sorrisos à parte, tudo começou (no âmbito público) quando o jornalista Levi Vasconcellos publicou uma nota na sua coluna no jornal A Tarde, ventilando o nome do radialista como potencial candidato a suceder João Henrique, em meados de maio último. No dia seguinte, no mesmo espaço, Levi disse que Mario não era candidato. Daí em diante, a imprensa partiu para o ataque e as especulações foram ganhando corpo.

No dia 10 de junho, também ao vivo em sua rádio, Mario foi convidado por Geddel. "Já vi pelo seu olhar que você não quer, mas... acho que se deixasse o coração mandar... deixaria encarnar essa grande figura de líder político que você é... eu já teria meu papel para as eleições de Salvador", disse Geddel. Mario tomou fôlego, sorriu e esquivou dizendo que o momento não era oportuno. A imprensa caiu em cima e o ex-prefeito negou, disse que foi uma brincadeira de Geddel.

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Por sua vez, o presidente do PMDB na Bahia, deputado federal Lúcio Vieira Lima, não esconde de ninguém que os caciques da legenda não estão medindo esforços para convencer Mario, e que a sua candidatura seria a grande aposta para Salvador. Dizem até que o radialista já estaria filiado ao PMDB.

No último dia 15, também em sua rádio, Mario Kertész fez uma inserção diretamente da, antes, romântica Itapuã, hoje, barulhenta e congestionada. Enquanto caminha pelo bairro, ele dizia: "Que cidade feia. O prefeito tem muito mau gosto", exclamou. Campanha? Sabe-se lá...

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Mario Kertész foi prefeito de Salvador duas vezes. A primeira, entre 1979 e 1981, indicado pelo então governador, Antônio Carlos Magalhães (ACM). Fruto deste primeiro mandato, temos: a reurbanização do bairro das Sete Portas, da Baixa dos Sapateiros e da Barroquinha, além do plano inclinado Liberdade-Calçada. Ele também criou a Empresa de Limpeza Urbana do Salvador, a Limpurb, a Renurb (Companhia de Renovação Urbana de Salvador); e a Transur (Companhia de Transportes Urbanos de Salvador), todas em 1979.

Logo depois que deixou a Prefeitura, Mario rompeu com o "carlismo" e conseguiu fazer de sua então esposa, Eliana Kertész, a vereadora mais votada de Salvador em 1982 com 17,3% dos votos válidos, quando Salvador possuía menos de um milhão de eleitores. Em 1985, desta vez eleito pelo povo, Mario volta à Prefeitura. Sua campanha, capitaneada por Duda Mendonça, foi um sucesso. Posicionando-se como a nova força oposicionista da Bahia, nessa gestão, ele ficou conhecido pelas parcerias com o arquiteto carioca João Filgueiras Lima, o "Lelé", junto com ele, promoveu o que, para alguns, foi uma verdadeira revolução urbanística na antiga capital baiana.

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Entre as principais obras estão, o Palácio Thomé de Sousa; a atual sede da Prefeitura do Salvador; abrigos pré-moldados para pontos de ônibus; urbanização de praças (Campo Grande, Piedade, Largo do Bonfim e Visconde de Cairu; passarelas no Iguatemi, na Bonocô e Vasco da Gama; construção da Estação Nova Esperança, atual Estação Pirajá; vias exclusivas para ônibus na Bonocô e Vasco da Gama; Estação de Transbordo do Iguatemi, inaugurada em junto com a maior passarela da cidade, ligando o Iguatemi à Estação Rodoviária.

Kertész lançou o projeto TMS (Transporte de Massa de Salvador), uma série de obras a serem realizadas no modelo conhecido como Bonde Moderno. Esse projeto, entretanto, foi enterrado. No âmbito cultural, sua contribuição se deu com a inauguração da Fundação e do teatro Gregório de Mattos, além de obras de recuperação do Centro Histórico de Salvador e da Casa do Benin.

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Enquanto 2012 se aproxima, crescem as especulações acerca do Mario. Nos bastidores, o que se sabe é que além do PMDB tem mais legendas de olho no nosso protagonista. Uma coisa é certa. Se Mario for mesmo se candidatar, até o próximo dia 6 de outubro saberemos a legenda pela qual ele participará do pleito, afinal, a lei eleitoral brasileira determina que o candidato deva estar filiado a algum partido político pelo menos há um ano no dia da eleição. Em 2012, a votação acontecerá no dia 7 de outubro. Até lá, o Bahia 247 vai estar atento a tudo. Com ou sem os russos.

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