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Verri: pauta de Temer revela subordinação e governo baratinado

Deputados de oposição consideram o conjunto de 15 medidas "prioritárias", anunciadas pelo governo de Michel Temer, como uma mensagem ao mercado financeiro; "O recado é que, como não conseguiu dar a ele a cereja do bolo, aprovando a reforma da Previdência, quer mostrar que confia no mercado mundial e que a economia brasileira vai continuar subordinada a ele", diz o deputado federal Enio Verri (PT-PR)

Deputados de oposição consideram o conjunto de 15 medidas "prioritárias", anunciadas pelo governo de Michel Temer, como uma mensagem ao mercado financeiro; "O recado é que, como não conseguiu dar a ele a cereja do bolo, aprovando a reforma da Previdência, quer mostrar que confia no mercado mundial e que a economia brasileira vai continuar subordinada a ele", diz o deputado federal Enio Verri (PT-PR) (Foto: Aquiles Lins)
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Eduardo Maretti, RBA - Deputados de oposição consideram o conjunto de 15 medidas "prioritárias", anunciadas pelo governo de Michel Temer, como uma mensagem ao mercado financeiro. "O recado é que, como não conseguiu dar a ele a cereja do bolo, aprovando a reforma da Previdência, quer mostrar que confia no mercado mundial e que a economia brasileira vai continuar subordinada a ele", diz o deputado federal Enio Verri (PT-PR).

Na opinião de Chico Alencar (Psol-RJ), as pautas (veja abaixo), quase todas objeto de projetos de lei que já tramitam no Congresso, "revelam que o governo, além de impopular, está baratinado, na ânsia de, por um lado, ganhar algum nível de popularidade, e, por outro lado, responder ao mercado depois da derrota na tentativa de alterar a Previdência como o mercado queria".

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O deputado federal lembra que a intervenção no Rio de Janeiro também vai na direção da busca por melhorar sua imagem junto à população. "Então, ele vem com essa pauta requentada, de velhas ideias neoliberais radicais, como autonomia do Banco Central." Com isso, avalia Alencar, Temer também tenta dar alguma coesão a sua base. "Mas ele acha que o Congresso é uma casa apenas homologatória dos desejos do Planalto e do grande capital. Isso não costuma dar certo."

Verri destaca as propostas de autonomia do Banco Central, privatização da Eletrobras, extinção do Fundo Soberano e redução da desoneração da folha como sintomáticas de que se trata de "um pacote de aplicação de políticas neoliberais e de subordinação ao mercado financeiro". Para o petista, a lista "é um caderninho do neoliberalismo".

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O maior problema de Temer é que não é apenas a oposição que ataca suas "prioridades". O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não gostou da iniciativa do Planalto. A reação de Maia mostra que o presidente terá muitas dificuldades no parlamento.

Maia reclamou de não ter sido consultado e afirmou, na terça-feira (20), que a pauta do governo é um "equívoco" e um "desrespeito" ao Congresso.

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Em entrevista a Rafael Garcia, na Rádio Brasil Atual, o economista Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avalia que "não há uma leitura precisa de qual a capacidade do governo de encaminhar essa pauta, que é muito diversa, atira para todo lado e, portanto, não tem objetivo único".

Fora o desconforto político manifestado pelo próprio presidente da Câmara, a complexidade do pacote é outro ponto que vai dificultar tramitação dos projetos de lei, de acordo com as avaliações tanto de Enio Verri como de Chico Alencar.

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"Cada pauta dessa envolve intensos debates", diz Verri. "Vários dos pontos dessa lista, se chegarem a ser apreciados, vão levar a muita discussão", afirma Alencar. Mas, para ele, a sociedade tem de estar atenta a um detalhe: "A joia dessa falsa coroa do Planalto é a privatização da Eletrobras. Mas, mesmo assim, vai haver muita resistência."

Verri avalia que a proposta de autonomia ao Banco Central é sintomática da subordinação com que Temer acena ao mercado. "A indicação de autonomia do Banco Central é parte do pagamento da conta do golpe que Temer aplicou na democracia brasileira." Para o deputado, o BC tem um único papel hoje no país: preocupar-se com a inflação e, para reduzi-la, aumentar juros. "O que o BC faz hoje é política de juros. Imagina um BC autônomo. O seu presidente sempre será um homem do mercado financeiro."

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Os parlamentares da oposição até concordam com avaliações segundo as quais, com as medidas que vem adotando, com destaque para a intervenção no Rio, Temer tenta melhorar sua imagem, seja frente ao mercado, seja junto à população. "Ele quer ser candidato, mas com essas políticas pode até conseguir bons financiadores de campanha, só que não vai conseguir votos", acredita o petista.

Alencar menciona como "outra cartada política" o anúncio do presidente da República, feito sábado (17), de que vai criar o Ministério da Segurança Pública. "Ministério para valer não é criado em fim de governo. Porém, essa pasta seria também para controlar a Polícia Federal, porque alguns delegados estão incomodando Temer com investigações", diz o parlamentar do Psol.

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Confira a lista de "prioridades" de Temer

1. Reforma do PIS/COFINS – Simplificação Tributária

2. Autonomia do Banco Central

3. Marco legal de licitações e contratos – Projeto de Lei (PL) 6814

4. Nova lei de finanças públicas – PL 295

5. Regulamentação do teto remuneratório – PL 6726

6. Desestatização da Eletrobras – PL 9463

7. Reforço das Agências Reguladoras – PL 6621

8. Depósitos voluntários no Banco Central – PL 9248

9. Redução da desoneração da folha – PL 8456

10. Programa de recuperação e melhoria empresarial das estatais – PL 9215

11. Cadastro positivo – PLP 441

12. Duplicata eletrônica – PL 9327

13. Distrato – PLS 774

14. Atualização da Lei Geral de Telecomunicações

15. Extinção do Fundo Soberano

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