Marina é o 'Collor de saias'

Marina não tem um projeto onde ela é a líder, não tem sequer partido político, uma que o Brasil inteiro sabe que ela não é do PSB, apenas ESTÁ no PSB

A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, fala durante evento em Brasília na semana passada. 20/08/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino
A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, fala durante evento em Brasília na semana passada. 20/08/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Robert Lobato)


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Desde que a ex-senadora Marina Silva, ex-PT, ex-PV, quase Rede, agora PSB, virou um "fenômeno" eleitoral e queridinha da grande mídia nacional, a ponto do PIG abandonar, ao menos aparentemente, o tucano Aécio Neves, muitas análises têm sido feitas para entender o porquê de, uma hora para a outra, a candidata do Itaú passou a ter chances reais de chegar ao cargo de presidente do Brasil.

Em primeiro lugar, é bom que se diga, o título deste artigo é um provocação política e não se trata de comparação biográficas da Marina com o Collor. A primeira foi forjada na luta popular e social; na militância política de esquerda e enfrentou todo tipo de dificuldades que uma pessoa de origem pobre precisa enfrentar para ser alguém na vida. Já o Color, bem, Collor parece-me desnecessárias as apresentações. Já nasceu em berço de ouro e só descobriu o significado da palavra "Dificuldade" quando enfrentou o impeachment sob acusações de corrupção, o que o levou a perder o mandato de presidente, em 1992.

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Quando afirmo que a Marina Silva é o Collor de saias estou referindo-me ao que diz respeito à falta de um projeto político para o país. Marina não tem um projeto onde ela é a líder, não tem sequer partido político, uma que o Brasil inteiro sabe que ela não é do PSB, apenas ESTÁ no PSB.

Marina Silva perdeu a condição de liderar um projeto para o Brasil quando aceitou ser vice de Eduardo Campos. Este sim, tinha um projeto para o país, tinha partido e conhecia o jogo da política, ainda que não fosse a sua hora de governar do país - que continua avançando com a Dilma.

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Até o discurso da tal "Nova Política' caiu por terra quando a ex-seringueira do Acre preferiu ceder aos instintos do poder e aceitou uma candidatura de vice-presidente ao invés de esperar a legalização da sua Rede Sustentabilidade e disputar a presidência em 2016. Fica a impressão de que o único objetivo da Marina é se juntar e fortalecer a trincheira conservadora para derrotar o PT de qualquer jeito e do jeito que for.

Política e ódio nunca foi uma boa fórmula para se chegar ao poder.

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COMPARAÇÃO COM O LULA

Numa tentativa quase que desesperada para tentar provar que Marina Silva está preparada para governar o Brasil, os marineiros afirmam que ela enfrenta os mesmos argumentos que o Lula enfrentou antes chegar à presidência, ou seja, que o petista seria um caos comandando a nação.

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Comparar o momento do Lula então candidato em 2002 com a Marina agora em 2014 é de uma estupidez monumental.

Após ter perdido três eleições consecutivas de presidente, Lula entendeu que precisava fazer uma flexibilização no seu discurso que afastava as classes médias e médias-altas do programa do PT . A histórica "Carta ao Povo Brasileiro" foi ato mais simbólico dessa "flexibilização" de Lula no que diz respeito a entrar numa nova eleição e ganhar - sem falar na indicação de um grande empresário na condição de vice, o saudoso José Alencar, algo inimaginável para o PT alguns anos antes da eleição de 2002.

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Nesse sentido, ao ser eleito o Lula já tinha dado demonstrações que seria um presidente de todos os brasileiros e não somente do sindicalismo, dos movimentos sociais e forças tradicionais das esquerdas brasileiras.

No caso da Marina Silva é exatamente o contrário: perdeu em 2010 mesmo obtendo uma votação expressiva, mas quatro anos depois abriu mão de ser protagonista aderindo a uma chapa na condição de vice.

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Agora ressurge como protagonista na eleição fruto da comoção nacional provocada pelo falecimento trágico do ex-governador Eduardo Campos. É como se a Viviane Senna, irmã do piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna, tivesse se candidato no embalo da morte igualmente trágica do nosso eterno campeão das pistas. Ou alguém tem duvidas que se a irmã do Sena fosse candidata naquele momento, inclusive a presidente, poderia ser um "fenômeno" a lá Marina?

O fato é que não há comparação entre Lula e Marina quando o assunto é eleição e consequente preparo para governar o país. Lula se preparou e foi preparado. Tinha partido, grupo político, base social, apoio de diversas classes sociais e o mais importante: um projeto para o Brasil e para o povo brasileiro.

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Semana passada inventaram que o José Dirceu tinha dito que a Marina seria o "Lula de saias". Discordo!

A Marina tinha todas as condições, sim!, de ser um Lula de saias.

Mas, infelizmente, preferiu ser um Collor de saias.

A candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, fala durante evento em Brasília na semana passada. 20/08/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino

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