O PT ruge nas eleições, mas mia depois da posse

O filósofo Vladimir Safatle faz uma biopsia do partido que se propunha a mudar o Brasil mas hoje, mudado pelo Brasil, só empunha as velhas bandeiras no período eleitoral

O filósofo Vladimir Safatle faz uma biopsia do partido que se propunha a mudar o Brasil mas hoje, mudado pelo Brasil, só empunha as velhas bandeiras no período eleitoral
O filósofo Vladimir Safatle faz uma biopsia do partido que se propunha a mudar o Brasil mas hoje, mudado pelo Brasil, só empunha as velhas bandeiras no período eleitoral (Foto: Celso Lungaretti)


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Finalmente alguém encontrou a melhor definição para o PT dos dias de hoje: esquerda sazonal.

Parabéns ao filósofo Vladimir Safatle! Ele conseguiu dar o tratamento adequado ao fenômeno que, talvez por conta da profunda decepção que causa nos que um dia compartilhamos o sonho e depois o vimos transformar-se em pesadelo, invariavelmente nos faz resvalar para as diatribes.

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O humor, contudo, convence mais do que o rancor, ainda que justificado.

Abaixo, está a biopsia que Safatle faz (o texto integral pode ser acessado aqui) do partido que se propunha a mudar o Brasil mas hoje, mudado pelo Brasil, só empunha as velhas bandeiras no período eleitoral, não mais para libertar os explorados, mas sim para os iludir e, com isto, conquistar mandatos que continuarão não indo à raiz dos nossos problemas, qual seja a velha, sempre presente e por enquanto inabalável exploração do homem pelo homem.

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Depois, tais bandeiras são devolvidas ao depósito das velharias, até que surja nova necessidade de brandi-las demagogicamente, sempre com o objetivo único da perpetuação no poder.

"De quatro em quatro anos, ocorre no Brasil um fenômeno interessante. Ele poderia ser chamado de: 'estação das cerejas vermelhas'.

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Por volta no mês de agosto dos períodos pré-eleição presidencial, aparecem cerejas muito vermelhas, quase proto-revolucionárias, vindas de árvores governistas que pareciam há muito dar apenas os conhecidos frutos amargos da austeridade.

Então, quase que em um passe de mágica, começamos a ouvir na campanha eleitoral discursos com sabores proibidos de luta de classe, diatribes contra o sistema financeiro, promessas de investimento massivo em educação pública.

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Mutações incríveis ocorrem, como governos que permitiram os mais fantásticos lucros bancários da história, alimentando o sistema financeiro com títulos da dívida pública e juros exorbitantes, apresentarem os bancos como inimigos do povo.

Tudo muito bonito.

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Infelizmente, a estação das cerejas vermelhas termina de forma abrupta no dia 27 de outubro, logo após a consagração do segundo turno das eleições presidenciais. Então as árvores voltam a dar os frutos cinzas que todos conhecem." (Vladimir Safatle)

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