A onda derradeira é para valer: é Dilma

Com os pés bem fincados na realidade, para além dos movimentos movediços das ondas de ocasião, parece-me evidente e cristalino que a atual presidente que concorre à reeleição, Dilma Rousseff, é a melhor candidata e deve ganhar essa eleição



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Quem diria, hein? Foi o “menino do Rio” quem surfou a última onda do primeiro turno nas eleições para a Presidência. E, ironia do destino, ajudou a eleger o seu “amigo” Serra para o Senado.

E não é que, como ele havia mesmo prometido, foi o Aécio quem surfou a última onda e venceu, de modo espetacular, a primeira bateria do campeonato de surf, digo, o primeiro turno da eleição para presidente da República?

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Dizem que Aécio, quando jovem, e ele, sabemos, faz o gênero “forever young”, era chegado, como todo jovem, a tomar uns goles e fazer umas farras; curtir uma vida de playboy enfim – ou de bon vivant, como ele por vezes se autointitula(va). E, vez em quando, gostava de pegar uma onda no mar um tanto gelado da zona sul da dita cidade maravilhosa. Coisa de jovem, nada que o desqualifique para a disputa presidencial, muito pelo contrário – como, aliás, parece ter demonstrado o resultado da eleição em primeiro turno.

É muita onda! Para pouco mar – notadamente, ao que se depreende, para o gosto da população de Minas Gerais, Rio de Janeiro e de quase todos os estados do Nordeste. Mas, entre tantos, tontos e tantas as ondas no mar e as criaturas na praia, é curiosa e até aceitável (e desculpável), por alguns aspectos, essa comparação da eleição presidencial com um campeonato de surf, senão vejamos.

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Primeiro tivemos a onda pró-Marina. A grande mídia de negócios e negociantes do eixo Rio-São Paulo decidiu-se, num dado momento, que a “onda” era eleger Marina Silva – se possível já no primeiro turno.

A candidata Marina chegou a ter, segundo as sondagens de intenção de voto de algumas pesquisas devidamente ajustadas, algo perto de 50% dessas intenções e poderia, segundo a torcida de analistas mais afoitos, até liquidar a disputa já no primeiro turno – se o candidato tucano abrisse mão da sua candidatura, claro.

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Mas, parafraseando e contrariando famosa formulação, tudo que não é sólido se desmancha no ar. E Marina se desmilinguiu, tal qual um “Russomanno de saias”, na chamada “reta final” do pleito, nas últimas duas semanas que antecederam a abertura das urnas.

A grande mídia, a classe média e boa parte da elite conservadora, num dado momento da corrida eleitoral, você ainda deve se lembrar, chegou a ameaçar abandonar a candidatura Aécio. Quando as mal afamadas pesquisas chegaram a cravar que este despencara para  algo em torno de 14% das intenções de votos, alguns tucanos graúdos, e até mesmo um dos coordenadores da campanha do candidato, chegaram a lhe sugerir que “jogasse a toalha”, que abandonasse a disputa e fosse cuidar de Minas.

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Já pensou se Aécio tivesse seguido esse conselho? Já pensou se ele tivesse deixado se abater pelas contingências das ondas?

Então, pelos variados movimentos desta eleição, acima relembrados, percebe-se que muita onda já rolou por essas praias tão poluídas e mares infestadas de tubarões.

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Lembro-me do prematuro desespero de alguns petistas quando as pesquisas, salvo engano a do Datafolha, dava que Dilma perderia a eleição para Marina no segundo turno por uma diferença de 10 pontos percentuais – ou seja, por uma margem de cerca  de 10 a 14 milhões de votos. Pura onda. Pura balela. Ou seria a mera expressão de um desejo, de uma vontade?

Agora, dirão as pesquisas e as TVs, e os jornais e os jornalistas, muito provavelmente, Aécio ganhará. Qual será a margem agora? Seis? Oito? Dez pontos percentuais à frente?

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Agora, pode-se esperar, os supostos “escândalos” de corrupção do PT e dos partidos de sua base aliada – nenhum do tucano – ocupará diuturnamente o noticiário até o dia da eleição.

Ora! Embora seja válida e simpática a metáfora, eleição não é de fato um campeonato de surf – quando quem surfa a última e boa onda, na derradeira bateria, ganha a disputa.

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Eleição é algo um pouco mais terra-terra, e com os dois pés bem plantados na realidade. Nem tão à mercê da imprevisibilidade das marés.

Uma eleição presidencial está baseada/lastreada em fatores objetivos, na realidade dos fatos da vida real – com o perdão da pedagogia do pleonasmo, novamente.

Uma disputa para presidente deve estar baseada na análise dos fatos, na competência, na trajetória, no currículo e nas realizações dos candidatos.

A escolha entre dois candidatos numa eleição para presidente da Republica está inevitavelmente sujeita a avaliação, pelos eleitores, insisto em chamar-lhe de volta à realidade, da trajetória e das realizações dos candidatos, e também dos partidos políticos envolvidos nessa disputa.

E, com os pés bem fincados na realidade, para além dos movimentos movediços das ondas de ocasião, parece-me evidente e cristalino que a atual presidente que concorre à reeleição, Dilma Rousseff, é a melhor candidata e deve ganhar essa eleição. A menos, é claro, que os petistas “joguem a toalha”.

E por que Dilma deverá ganhar?

Porque os governos petistas foram muito melhores que os governos tucanos. Isto é fato. Inequívoco. Inquestionável.

Porque Dilma tem inúmeras realizações para mostrar. E Aécio? Só promessas?

Porque o candidato tucano não ganhou a eleição nem no estado em que governou!

Porque Dilma tem o apoio dos sindicatos e das centrais sindicais mais importantes, dos movimentos sociais, dos principais artistas e intelectuais desse país e, principalmente, o apoio da maioria do povo brasileiro.

Porque o PT tem uma militância ideológica, aguerrida, que, conforme já disse aqui, “chega chegando”.

Porque dessa vez não estão sequer tendo o cuidado nem o pudor de ao menos esconder FHC e suas reais intenções, preconceitos e descomposturas.

Para o Aécio ganhar não basta apenas o desejo e a vontade da Folha, do Estadão, da/do Globo e da revista Veja – ou, tampouco, o desejo e vontade de uma classe média arrivista e conservadora, hipnotizada pelo som da flauta de uma mídia de negócios e cega pelo seu egoísmo patrimonialista.

Não basta a deslavada traição ou incongruência de partidos como PSB e PV em emprestar o seu apoio ao retrocesso tucano.

O que nos reservará a Rede? Em que armadilha ou desculpa esfarrapada irá se enredar?

Dilma deverá ganhar porque a onda boa e derradeira é a “onda Dilma”.

E, em 2018, já se vê no horizonte, uma outra “onda” chamada Lula se agiganta.

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