Idiotas, eleições e irresponsabilidades

A eleição do dia 26, particularmente em seu segundo turno, foi um primor de exemplo do quanto a estupidez humana e do político em busca de voto pode chegar

A eleição do dia 26, particularmente em seu segundo turno, foi um primor de exemplo do quanto a estupidez humana e do político em busca de voto pode chegar
A eleição do dia 26, particularmente em seu segundo turno, foi um primor de exemplo do quanto a estupidez humana e do político em busca de voto pode chegar (Foto: David Nogueira)


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1. Idiotas, eleições e irresponsabilidades

Qualquer processo eleitoral local ou nacional, por tradição, sempre esteve longe de ser uma disputa celestial, na qual as partes, nem sempre angelicais no trato, tentam, com armamento de grosso calibre, fisgar votos nos espaços regionais e nacionais onde atuam. Eleitores atentos e desatentos aos meandros da política são os alvos desse processo nebuloso, turvo e confuso, cuja verdade é o que menos conta. O bom senso costuma ser vítima fatal nos primeiros momentos dessas contendas mais ou menos democráticas.

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2. Democratizando a comunicação

A eleição do dia 26, particularmente em seu segundo turno, foi um primor de exemplo do quanto a estupidez humana e do político em busca de voto pode chegar. Os exageros, durante o processo, brotaram de todas as partes. Não existem inocentes nesse barco. Todavia, alguns setores da grande mídia nacional assumiram posturas de tal forma explícitas por uma candidatura (tentando interferir na vontade popular) que não restará outro caminho ao país se não definir um marco regulatório civilizado para a mídia desta nação (tal qual existe em todos os países livres e democráticos do mundo).

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3. Concentração irracional

Somos o único país do mundo em que 6 famílias, apenas meia dúzia, dominam quase 70% dos veículos de comunicação de abrangência nacional. Segundo a Revista Forbes, dos 46 bilionários brasileiros, nada menos que seis (o equivalente a 13% da lista) são ligados aos meios de comunicação. São eles: Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho, da Globo, Roberto Civita, da Abril, Silvio Santos, do SBT, e Edir Macedo, da Record). Isto dentro do Brasil, um país com dimensões continentais, diversidades culturais riquíssimas e peculiaridades regionais quase antagônicas.

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4. Ventríloquo idiota

Diogo Mainardi, um dos brilhantes capachos a serviço da direita mais reacionária deste país (escrevinhador da revista VEJA e falador na Globo News), ultrapassou todos os limites da civilidade ao descrever os brasileiros viventes no nordeste da nação como "bovinos", entre outros adjetivos do mesmo quilate, para justificar o resultado eleitoral naquelas paragens. Ele não foi só grosseiro, agressivo e deselegante. Com sua fala na TV, ele buscou sedimentar um preconceito tão tacanho quanto o seu caráter milimétrico. Longe de argumentar razões políticas para o fenômeno, o playboy aspirante a italiano opta pelo caminho fácil e esdrúxulo da desqualificação moral de milhões de cidadãos e cidadãs.

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5. Falsa divisão

Fazendo outra leitura do mapa eleitoral, a candidata vermelhinha teve 19,9 milhões de votos no Sudeste e 20,2 milhões de votos no Nordeste... Parece-me um número absoluto bem equilibrado. Ao observar os dados, fico bastante intrigado: por qual motivo os "bovinos" do nordeste mereçam tamanha descortesia em ralação aos "bovinos" do Sudeste? No quesito Bolsa Família (também motivo de urticária no Dieguito), outro dado interessante a ser observado: dos cinco estados que mais recebem o benefício, dois são do Sudeste e três são do nordeste. O mais espantoso desse dado é ser São Paulo o segundo mais aquinhoado do Brasil (1º-Bahia com 1,8 milhão; 2º-São Paulo com 1,2 milhão, 3º-Minas Gerais com 1,1 milhão; 4º-Pernambuco com 1,1 milhão e 5º-­Ceará com 1,1 milhão de famílias). Tentar semear a divisão do país para dificultar a governabilidade política é uma irresponsabilidade, cujo resultado nefasto sempre recairá sobre o povo mais simples do Brasil... um país inteiro e de todos nós.

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