É impressão minha ou só se investiga e pune o PT?

Não seria mais honesto e justo reconhecermos, de uma vez por todas, que a corrupção grassa, compromete todos os partidos e até serve como alicerce ao sistema político vigente como um todo?

Não seria mais honesto e justo reconhecermos, de uma vez por todas, que a corrupção grassa, compromete todos os partidos e até serve como alicerce ao sistema político vigente como um todo?
Não seria mais honesto e justo reconhecermos, de uma vez por todas, que a corrupção grassa, compromete todos os partidos e até serve como alicerce ao sistema político vigente como um todo? (Foto: Lula Miranda)


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Acompanhando os últimos “escândalos” de corrupção no País, a impressão que fica é que só se investiga e pune os supostos malfeitos cometidos por políticos do PT e/ou seus aliados. Parece que a mensagem subliminar que querem transmitir é: quem se associar a essa “raça” será perseguido, condenado e preso; já aqueles que se unirem a nós...  

Aos petistas, o opróbio e o inferno; aos nossos[deles], a louvação e o paraíso.

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 Esta a mensagem que subjaz, de modo dissimulado, nas entrelinhas do noticiário e nos entretons e insanos solilóquios dos discursos moralistas, plenos em virtudes, de certos âncoras e comentaristas na TV.

Não se sabe se esta mensagem, por demais nítida e cristalina para alguns, é, na verdade, um mero “ruído”, segundo o conceito de outros tantos. Também, sejamos  honestos, o que chamo aqui “ruído”, para os petistas e simpatizantes é um estrondo ensurdecedor que chega a ferir os tímpanos e comprometer a essência da nossa incipiente democracia e da nossa jovem e prostituída República.

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Mas, esclareço logo, caminhando perigosamente no fio da navalha entre a ironia e o cinismo, antes que me acusem de tergiversar, de ser um “ilusionista” ou de inventar teorias da conspiração, que isso que aqui relato é apenas uma “impressão”. Haja vista que a Justiça, a Polícia Federal e o Ministério Público devem ser republicanos, portanto isentos, e, engavetadores à parte, seus integrantes conseguem perfeitamente separar suas preferências partidárias mais íntimas dos seus atos de ofício concernentes à sua atuação como servidor público.

Em respeito à norma culta e a inteligência dos meus leitores, e até mesmo da turma do bloco de sujos  “Golpistas Unidos”, vou “forçar” a ênclise: engana-me que eu gosto.

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Senão vejamos...

Primeiro, tivemos os casos dos chamados e supostos “mensalões” tucano, demista e, por fim, o petista. Já disse aqui, certa feita, que “mensalão” foi uma alcunha caricatural, e, por isso, algo “jocosa” que se deu ao velho e conhecido caixa 2; assim como “trensalão” ou “petrolão” [com o intuito de “tirar sarro” e ridicularizar já a  partir do meio, ou seja, da linguagem, chegando-se então, de modo eficaz e convincente, ao campo  da mensagem, das ideias].  Com o intento sub-reptício de se transformar algo que deveria ser sério em piada de salão. Mas, como se sabe, só o “mensalão” petista foi levado a sério: foi investigado, julgado; os acusados foram submetidos à execração pública, condenados e presos.

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Já o “mensalão” do PSDB, como é do conhecimento de todos...

Nem execração pública nem condenação – sequer julgamento houve e, muito provavelmente, nunca haverá.

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Estariam os tucanos acima do bem e do mal? Ou os tucanos e apaniguados não estão ao alcance das leis?

Por que essa distinção?!

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Por que esse tratamento diferente, diferenciado?

Depois, agora mais recentemente, tivemos o caso do “trensalão” – chamado pela imprensa de negócios, negociatas e negociantes pelo eufemismo de “cartel dos trens de SP”. Novamente a história se repetiu em tom farsesco: houve uma “investigação” (daquelas para inglês ver, claro); não houve linchamento algum em praça pública dos políticos tucanos; não houve (e nunca haverá) investigação pra valer e muito menos julgamento dos políticos ligados ao PSDB e ao DEM. Prisão então... Afe! Nem pensar!

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A impressão que me dá, mas volto a reiterar, já flertando descaradamente com o cinismo, há de ser apenas uma “impressão”, a sensação que fica é que a Justiça, a PF, o MP e a mídia protegem/acobertam os malfeitos dos políticos do PSDB e de outros seus correligionários, associados no consórcio de canalhas que coabitam no seio do establishment – aqueles senhores, acima de qualquer suspeita, que, de modo tranquilo, exercem seus crimes e pecados à sombra da mentira, da hipocrisia e do falso moralismo.

Mas, como vocês devem estar carecas de saber, e já sabem quase todos os cidadãos, notadamente os chamados “homens de bem”, os “impolutos”, até no reino dos calvos, dos imberbes e dos ingênuos, tudo isto aqui por mim relatado/aventado não passa de uma mera “impressão”.

Então, provoco-lhes: não seria mais honesto e justo reconhecermos, de uma vez por todas, que a corrupção grassa, compromete todos os partidos e até serve como alicerce ao sistema político vigente como um todo, sem descurar das honrosas exceções que confirmam a regra? Que tal nos esforçarmos para sermos mais honestos e menos parciais ou hipócritas? Em vez de ficarmos nos enganando, nos esganando e tentando engabelar um ao outro “fulanizando” ou partidarizando a questão.

Note bem, não argumento desta maneira como uma desculpa, pretexto ou licença para dar a impressão e o argumento falacioso de que se todos roubam então é permitido roubar, esclareço. A minha proposta é outra, mais efetiva.

Não seria melhor se assumirmos esse grave problema para que assim, juntos, busquemos as soluções, sem fúria, falso moralismo e fanatismo partidários?

O que ocorreu com a Petrobras, no governo petista, também não ocorreu no governo FHC?! As propinas, pagas sobre contratos de fornecimento, por empresas privadas, de produtos e serviços a órgãos e empresas públicas, também não são cobradas, nos dias que correm, em governos do PSDB – no estado de SP e no Paraná, por exemplo?!

 Claro que sim! Faça-me um favor!

É hipocrisia ou má fé pretender simplesmente trocar os jogadores sem mudar as regras do jogo.

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