O PSDB quebrou o Paraná, que enfrenta greve geral

Richa não só gastou mais do que arrecadou. Gastou muito mais, e gastou muito mal. O desequilíbrio no caixa lentamente congelou o estado nos últimos anos e tornou-se insustentável nas últimas semanas

Richa não só gastou mais do que arrecadou. Gastou muito mais, e gastou muito mal. O desequilíbrio no caixa lentamente congelou o estado nos últimos anos e tornou-se insustentável nas últimas semanas
Richa não só gastou mais do que arrecadou. Gastou muito mais, e gastou muito mal. O desequilíbrio no caixa lentamente congelou o estado nos últimos anos e tornou-se insustentável nas últimas semanas (Foto: Enio Verri)


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É importante que o Brasil conheça o (mau) exemplo do Paraná. O estado é a quinta economia brasileira. O orçamento de 2015 supera R$ 44 bilhões. Entre as 27 unidades da federação, foi a que registrou o maior aumento da receita corrente líquida (RCL) entre 2010 e 2014, saltando de R$ 16 bilhões para R$ 26 bilhões, uma evolução de 56%.

A explosão na receita, no entanto, não foi suficiente para evitar que o Paraná chegasse ao início de 2015 afundado na pior crise financeira de sua história, com dívida acumulada com servidores e fornecedores, segundo analistas, de aproximadamente R$ 4 bilhões.

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O diagnóstico do fracasso do governo Beto Richa (PSDB) veio do economista Mauro Ricardo Costa, escalado ele próprio, em dezembro, pelo governador para assumir a Secretaria do Estado da Fazenda e começar a tirar o Paraná do fundo do poço.

"[O governo] errou no momento em que gastou mais do que devia. Se você faz um orçamento acima das possibilidades de receita, você quebra o estado. E, se faz isso com frequência, agrava-se mais ainda a situação, o estado vai acumulando dívidas ano a ano."

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Richa não só gastou mais do que arrecadou. Gastou muito mais, e gastou muito mal. O desequilíbrio no caixa lentamente congelou o estado nos últimos anos e tornou-se insustentável nas últimas semanas.

Falta dinheiro para tudo. Desde a compra da merenda dos estudantes da rede pública até abastecer e fazer a manutenção nas viaturas da polícia. Centenas de obras estão paralisadas por falta de pagamento às construtoras.

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Costa foi ainda mais claro sobre a desastrosa gestão do chefe do Executivo paranaense: "É fácil quebrar um governo; difícil é arrumar", decretou.

Para "arrumar" o governo que o PSDB quebrou, o tucano Costa recomendou remédios amargos. Em dezembro, aumentou o IPVA e tributos da gasolina; acabou com a isenção do ICMS sobre uma centena de produtos e aumentou o ICMS sobre outros, entre materiais escolares e eletroeletrônicos.

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Na semana passada o governo enviou à Assembleia Legislativa um novo "pacote de maldades" que, entre outras medidas, corta direitos e benefícios do funcionalismo, especialmente dos professores. O governo também põe a mão em R$ 8 bilhões da Paranaprevidência – poupança do funcionalismo economizados ao longo dos últimos 15 anos.

Revoltados com as medidas, servidores estaduais anunciaram greve geral a partir desta semana. Escolas amanheceram fechadas na segunda-feira (9). 950 mil estudantes, de 2,1 mil colégios, estão sem aulas.

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Trabalhadores das universidades estaduais de Londrina e Maringá também já pararam. Ao mesmo tempo, agentes penitenciários e trabalhadores da saúde se organizaram para aderir a paralisação nas próximas horas.

O PSDB quebrou o Paraná, que se prepara para uma greve geral do funcionalismo. Tido pelos caciques tucanos como uma das principais apostas do partido, Beto Richa tem no currículo um governo marcado pela incompetência gerencial, e agora, também pela greve geral.

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