Não calar, não amedrontar, não acovardar

"Corrupção" é a ponte para o "direito" à homofobia, racismo, machismo, apartheid amplo, geral e irrestrito de pretos e pobres que desejam. Verônica é o governo e o PT

"Corrupção" é a ponte para o "direito" à homofobia, racismo, machismo, apartheid amplo, geral e irrestrito de pretos e pobres que desejam. Verônica é o governo e o PT
"Corrupção" é a ponte para o "direito" à homofobia, racismo, machismo, apartheid amplo, geral e irrestrito de pretos e pobres que desejam. Verônica é o governo e o PT (Foto: Leopoldo Vieira)


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Os protestos do dia 12/04 foram um fracasso, 50% menores do que os do dia 15/03, segundo a Polícia Militar. Mês passado, 1,5 milhão foram às ruas em todo o país. Neste dia 12/04, apenas 700 mil, com destaque para a Avenida Paulista que o Datafolha, num sincerídio dos números, desmoralizou, registrando apenas 100 mil manifestantes. Sobre bandeiras ou perfil, nada novo. Novidades: cartazes a favor da terceirização e dizendo que sonegação não é corrupção. Direita em estado bruto. Se o ministro Miguel Rossetto já havia cravado certeiro, em março, que "quem estava ali eram pessoas que não votaram na presidenta Dilma", mais certo despertou dia 13.

O governo da presidenta Dilma já havia saído das cordas, tem muito o que mostrar só nesses quatro meses do segundo mandato e a acertada nomeação do vice-presidente Michel Temer para comandar a articulação política já deu resultados imediatos: o esvaziamento das sem-vergonhosíssimas CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão, que visavam só gerar o caos econômico no país. A Petrobrás recuperou o valor de suas ações, a Shell aportou um vultoso investimento na empresa, as agências de risco internacional mantiveram o grau de investimento do país, as MPs do ajuste fiscal estão sendo pactuadas com o Congresso e com os movimentos sociais. Até mesmo o FMI, por meio de sua presidenta, manifestou apoio ao governo para aprová-las, o que, longe de ser um atestado de "neoliberalismo", é a justa contrapartida de um organismo influente no mercado financeiro do qual o Brasil já passou, há muito, por obra de Lula e Dilma, da condição de devedor a credor e que tem sim que cumprir seu papel para a estabilização da confiança internacional no país como destino seguro de investimentos.

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A oposição, sem votos necessários para viver em democracia, tinha que tentar sua bala de festim. Não à toa, o líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), defendeu, nesta segunda-feira, que o partido avance na formalização de um pedido de Impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Numa ação orquestrada, onde a operação da Polícia Federal já era conhecida de véspera pelos veículos da velha mídia, o tesoureiro do PT foi preso sem qualquer justificativa, já que estava, espontaneamente, à disposição da Justiça e já havia deposto na CPI sobre a Petrobrás no Congresso, lembrando que o presidente da Câmara foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal a não depor na PF, justamente, por já tê-lo feito na CPI e que, Vaccari; havia provado por A + B na Câmara que a maioria das doações das empresas da Lava-Jato, somadas, foi para o PSDB e para o PMDB, que mantem seus tesoureiros livres, leves e soltos.

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Depois, o PSDB encomendou ao filho do velho fascista Miguel Reale, o Junior, de elaborar uma justificativa (um Frankstein qualquer) jurídico que embasasse o pedido de abertura de Impeachment.

Direita social e política unidas, o TCU entregou uma outra peça de propaganda, que considera crime de responsabilidade o esforço fiscal para a preservação de investimentos, empregos e salários posto em marcha pelo Ministério da Fazenda no primeiro mandato. O caminho da farsa a ser escrita pelo Junior do fascismo estaria selado: "Domínio do Fato", a mesma tese usada (e desautorizada pelos seus autores alemães) para condenar o ex-ministro José Dirceu no julgamento do Mensalão, o maior caso de violação de direitos da história recente do Brasil.

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Aliás, ontem, foi espalhada uma fofoca nas redações da velha mídia de que o ato contínuo da prisão de Vaccari, para se somar ao enredo do Impeachment paraguaio do PSDB, seria a prisão de José Dirceu, apesar da quebra de seu sigilo telefônico e bancário, assim como da JD Assessoria. Apesar de ter se colocado à disposição da justiça de primeira instância do longínquo Paraná e de ter prestado oficialmente todos os esclarecimentos solicitados.

A AGU já reagiu com ação pelo embargo do acórdão do TCU e a reversão do clima pró-PL da Terceirização na Câmara, com Renan Calheiros, no Senado, dizendo que na câmara alta não passa, mostra que há resistência e que que a luta com foco e bem feita gera resultados. Sem contar que Eduardo Cunha não cansa de reiterar que não há qualquer espaço para processos de Impeachment. Se um processo desses prosperar, ainda terá que enfrentar um debate de fôlego no STF sobre: a responsabilização da presidenta por atos no exercício do mandato e a prova dos nove do imundo uso da Teoria do Domínio do Fato reloaded, que poderia até gerar uma decisão questionadora do tribunal sumário e de exceção de 2012.

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A prisão de Vaccari e a iminente (verdadeira ou não) prisão de José Dirceu baquearam as tropas, mas o campo nacionalista, democrático e popular não pode baixar a guarda e impedir que a agenda positiva do governo e da sociedade, com a derrota parcial (até agora) do PL da Terceirização, sejam bloqueadas.

O governo segue na ofensiva, como demonstra a reação firme da AGU e a realização da quinta edição do Fórum Interconselhos "Dialoga Brasil", da última quarta até ontem, que promoveu diálogo com os movimentos sociais para a elaboração do Plano Plurianual do governo para 2016-2019. Os movimentos sociais devem focar na derrota completa do PL e, agora, mais do que nunca, na defesa do governo, da agenda deste e contra o Impeachment. Não dispersar na mobilização e nas bandeiras é o refrão.

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Quanto ao PT, é preciso reagir firme, denunciando a ilegalidade das prisões, a iniquidade de tratamento, os motivos do ódio da direita e, preferencialmente, com Lula na liderança de um amplo diálogo de centro-esquerda e das eventuais manifestações. Não dá para, a cada ataque panejado da oposição, se enconchar, como essa proposta de, neste momento, o PT voluntariamente abrir mão de doações privadas. Além de não surtir efeito, passa recibo para o golpismo.

É preciso entender a metáfora em torno do espancamento da trans Verônica Bolina, em São Paulo. É isso que se quer dizer quando as "ruas" gritam "fim da corrupção". "Corrupção" é a ponte para o "direito" à homofobia, racismo, machismo, apartheid amplo, geral e irrestrito de pretos e pobres que desejam. Verônica é o governo e o PT.

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A assertiva "Não desistiremos do Brasil", mais do que nunca, está na ordem do dia. Para nós, o povo, isso quer dizer "Pensar o Brasil dos próximos anos com audácia e ousadia. A ideia é construir uma grande nação que oferece a igualdade, prosperidade com políticas publicas eficientes que cheguem a todos, em todos os lugares", como foi o desafio proposto na abertura do Fórum Interconselhos. Então, como disse a presidenta Dilma ainda na sua pré-campanha eleitoral: "Para trás, nem para pegar impulso".

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