A luta pela terra continua
É muito simbólico que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, tenha comparecido ao ato organizado pelo MST para reafirmar a luta pela terra e em lembrança dos 'mártires'
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Há exatos 19 anos, 1500 trabalhadores Sem Terra iniciaram uma caminhada em protesto pela demora da desapropriação de áreas para a reforma agrária no estado do Pará. Nos pés e nos corações, o desejo de um pedaço de terra para plantar e colher sonhos.
Na Curva do S, em Eldorado dos Carajás, a Polícia Militar foi enviada para conter os manifestantes. A ordem não foi o diálogo, mas o assassinato a sangue frio. A ação policial resultou na morte de 21 trabalhadores rurais.
O Massacre de Eldorado dos Carajás foi repudiado internacionalmente e a resposta dos movimentos sociais foi justamente continuar a luta por reforma agrária. O 17 de abril é conhecido, pois, como o Dia Internacional da Luta pela Terra.
O caminho é ainda longo. Ainda vivemos sob uma forte concentração de terras no país e os números da violência contra os trabalhadores camponeses são assustadores.
Por outro lado, é muito simbólico que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, tenha comparecido ao ato organizado pelo MST para reafirmar a luta pela terra e em lembrança dos 'mártires'. O ato acontece todos os anos, mas é a primeira vez que um ministro de Estado comparece ao evento. O ministro ainda entregou a Fazenda Peruano, agora assentamento Lorival Costa, onde parte das famílias assentadas são sobreviventes do Massacre.
Eu acredito muito no comprometimento do ministro Patrus em avançar neste tema e consolidar a reforma agrária em nosso país, promovendo a paz no campo, transformando os assentamentos em espaços de cidadania, garantindo que os jovens possam permanecer no campo, com qualidade de vida, e democratizando o acesso à terra e aos recursos naturais, fundamental para enfrentar as desigualdades e a miséria.
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