Luxemburgo e a zona da demissão

Se existe uma tradição que se mantém no futebol é a de demitir o treinador quando as coisas não andam muito bem dentro de campo

Se existe uma tradição que se mantém no futebol é a de demitir o treinador quando as coisas não andam muito bem dentro de campo
Se existe uma tradição que se mantém no futebol é a de demitir o treinador quando as coisas não andam muito bem dentro de campo (Foto: Nêggo Tom)


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Se existe uma tradição que se mantém no futebol é a de demitir o treinador quando as coisas não andam muito bem dentro de campo. E para não quebrar a corrente o Flamengo ofereceu a porta da rua para Vanderlei Luxemburgo. Não sei se a saída do professor era a melhor alternativa no momento, mas foi a solução que a diretoria encontrou para tentar dar um novo rumo à campanha pífia que o time vem fazendo nesse início de campeonato nacional.

O técnico soltou o verbo na coletiva que concedeu à imprensa, e entre outras disparou: "Podem ser competentes nas suas empresas, mas não sabem nada de futebol", referindo-se ao conselho gestor que administra o clube. Acertou mais nessa declaração do que quando colocou em campo Elton e o Mateus (filho do Bebeto) no segundo tempo da semi-final da copa do brasil do ano passado contra o Atlético Mineiro, onde o Flamengo foi goleado por 4x1. Se era para demiti-lo que fosse feito após aquele jogo, já que ele foi o grande responsável por aquela derrota. Nem os atleticanos acreditavam que poderiam fazer os 4 gols necessários para se classificarem.

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Mas o baile seguiu e Luxemburgo fechou o ano como herói por ter livrado o time do rebaixamento, fato que parecia inevitável quando ele assumiu. Até videntes e cartomantes já davam como certo o primeiro rebaixamento da história imaculada do clube da gávea. Mérito total dele. Assumiu o time na lanterna, ou na zona da confusão, expressão criada por ele e terminou na 10º posição. Ganhou moral para iniciar o trabalho em 2015. Teve tempo para treinar o time na pré temporada, mas não conseguiu dar padrão tático ao time. Como resultado ficou de fora das finais do campeonato carioca. Isso ligou o sinal de alerta na torcida e na diretoria.

É claro que nós flamenguistas, se tivermos um pouquinho só de bom senso, devemos entender que o time é muito ruim e não inspira confiança. A defesa é instável. Me espanta quando eu ouço comentaristas esportivos de renome elogiarem e apontarem o Wallace como um grande zagueiro. Piada. E o cara ainda é o capitão do time. Não dá para escalar no mesmo meio de campo Jonas, Márcio Araújo e Gabriel. A bola protesta. Ela vai fugir para os pés do adversário que a tratar pelo menos com um mínimo de intimidade. Não dá para esperar que Alecssandro decida os jogos lá na frente. Um jogador que sempre foi carinhosamente chamado de cone nos clubes em que jogou. E ainda tem o Croata Eduardo da Silva que já está a 150 anos no clube e ainda não entrou em forma. Nenhum técnico faz milagres com um elenco limitado como o do Flamengo.

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O professor Luxa sempre pedia reforços de peso e nada de a diretoria abrir o cofre. E agora quando parece que eles vão liberar a grana para contratar, demitem o técnico. Eu acho isso uma sacanagem. É claro que se chegarem os reforços que estão sendo especulados, como Guerrero, Elias e o tão sonhado camisa 10, o time vai melhorar e vai brigar em cima da tabela. Daí dirão que o problema era o técnico. Mas nesse caso não é bem assim. Acho que a diretoria se precipitou e corroborou ainda mais com a declaração do técnico, de que eles não sabem nada de futebol. Em 2 anos de gestão o Flamengo terá o seu sétimo treinador. Já passaram por lá nesse período: Dorival Jr, Jorginho, Mano Menezes, Jayme, Nei Franco e Luxemburgo. Se a diretoria entendesse tanto de futebol quanto entende de finanças, não trocaria tanto de treinador em tão pouco tempo.

Ouvi dizer que um dos principais nomes pretendidos é o de Cristóvão Borges. É bom técnico, mas acho que não resolve. Está no mesmo nível do Jayme que já está lá. E também não adianta trazer o melhor técnico do mundo e não contratar as peças certas para ajustar o time. Tem que contratar um cara que organize o meio de campo. Um jogador tipo Ganso do São Paulo, ou tipo Conca ou um D'alessandro do Inter. Tem que ter um zagueiro que imponha respeito aos adversários e passe confiança para os companheiros. Tem que ter um atacante de peso. Goleador. Parece que será mesmo o Guerrero do Corinthians. Dai as coisas podem começar a mudar de rumo.

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Enquanto isso vamos aguardar quem será o próximo técnico a tirar o time da zona da confusão. Isso se ele não entrar na zona de demissão primeiro.

Saudações rubro-negras!

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