A palhaçada dos senadores na Venezuela

A história há de registrar o dia em que parlamentares do Brasil protagonizaram um enorme vexame internacional, uma verdadeira palhaçada. Bem-feito



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Não surpreende que figuras como Aécio Neves, Aloisio Nunes Ferreira e Ronaldo Caiado, que exalam ódio e intolerância por todos os poros e defendem abertamente o golpe contra o mandato constitucional da presidenta Dilma, não tenham a menor noção de uma regra básica da diplomacia, que é o princípio da não ingerência em assuntos internos de outros países.

E pagaram caro por isso. A viagem, cercada de ampla pirotecnia midiática, longe de expressar solidariedade real aos golpistas encarcerados de lá e a seus familiares, tinha o único objetivo de constranger a presidenta Dilma e questionar os fundamentos da política externa do governo brasileiro.

Desde quando tem cabimento uma ação política de parlamentares brasileiros em outro país, sem nenhuma visita marcada aos presos e, tampouco, qualquer audiência prevista com as autoridades da Venezuela ?

Ainda mais quando se trata de uma nação amiga, com relações diplomáticas intensas com o Brasil, a ponto de ser sido admitida como integrante do Mercosul. O problema é que o uso do cachimbo faz a boca torta. Acostumados no Brasil à proteção em tempo integral do cartel da mídia, e sempre apoiados por um Judiciário e um Ministério Público cada vez mais cúmplices dos adversários do PT, planejaram e executaram esse voo cego supondo que a Venezuela fosse a casa da mão Joana.

Deram com os burros n'água porque aterrisaram num país que preza e defende sua soberania e seus valores. Só em cabeças ao mesmo tempo deformadas e alienadas politicamente, como a dos senadores brasileiros, podia passar a ideia absurda de que seriam tratados com tapete vermelho em território venezuelano.

Desinformados até a medula pela mídia amiga, na certa acreditaram que a revolução bolivariana e o legado de Hugo Chávez eram coisas do passado, uma página que a população da Venezuela anseia em virar. O coro dos manifestantes que impediram a "missão diplomática" do trio ( "Fora, Fora, Chávez não morreu") retrata apenas a nova realidade do continente depois que lideranças do campo da esquerda democrática e popular derrotaram as forças neoliberais do atraso e chegaram ao governo em vários países.

E o comandante Chávez, mesmo depois de morto, seja pelo seu estilo desabrido, contundente e guerreiro, seja por ter usado a riqueza do petróleo para dar dignidade a milhões de venezuelanos esquecidos pelos governos oligárquicos, é alvo do ódio visceral da elite sul-americana. Ódio, aliás, também dedicado a Lula, Dilma, Mujica, Cristina Kirchner, Rafael Correa, Evo Morales e Olanto Omala.

No Brasil de hoje eram mais do que esperadas as condenações formais à Venezuela e ao presidente Maduro pelo "tratamento dispensado aos nobres representantes do Congresso Nacional Brasileiro" por parte de Eduardo Cunha, Renan Calheiros e assemelhados. Sem falar na cobertura deturpada, parcial e pusilânime do monopólio midiático. Claro que Aécio e seus parceiros posarão de vítimas por algum tempo, afinal a provocação à Venezuela também tinha a finalidade de criar factóides.

Contudo, a história há de registrar o dia em que parlamentares do Brasil protagonizaram um enorme vexame internacional, uma verdadeira palhaçada. Bem-feito.

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