Wagner compara contexto atual a golpe de 64 e rejeita discussão imediata de plano B a Lula

“O movimento (que gerou o golpe militar) de 1964 tem a mesma matriz desse movimento. Naquele momento, um movimento civil-militar, nesse momento um movimento político-jurídico-institucional. Na matriz dos dois movimentos, é a mesma matriz de desprezo pela democracia e o voto popular”, criticou o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, que também rejeitou, ao menos no momento, fazer uma discussão imediata sobre quem será o candidato do PT ou apoiado pelo partido no caso de Lula não poder concorrer novamente à Presidência

Brasília - O ministro Jaques Wagner, participa do programa Espaço Público, da TV Brasil (Elza Fiúsa/Agência Brasil)
Brasília - O ministro Jaques Wagner, participa do programa Espaço Público, da TV Brasil (Elza Fiúsa/Agência Brasil) (Foto: Leonardo Lucena)


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(Reuters) - O ex-governador da Bahia Jaques Wagner comparou na manhã desta quarta-feira o contexto atual que levou à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao golpe militar de 1964 e rejeitou, ao menos no momento, fazer uma discussão imediata sobre quem será o candidato do PT ou apoiado pelo partido no caso de o petista não poder concorrer novamente à Presidência.

De passagem por Curitiba, onde participou de ato de apoio a Lula na frente da Polícia Federal, onde o ex-presidente está preso, Wagner afirmou que há uma situação de ameaça à democracia mais complexa, porque em 1964 “rasgaram a Constituição” e o jogo estava “mais claro”, ao contrário de hoje, em que o debate é “hipócrita e cínico”.

“O movimento (que gerou o golpe militar) de 1964 tem a mesma matriz desse movimento. Naquele momento, um movimento civil-militar, nesse momento um movimento político-jurídico-institucional. Na matriz dos dois movimentos, é a mesma matriz de desprezo pela democracia e o voto popular”, criticou.

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Para Wagner, há uma tentativa de “interditar” a presença de Lula na eleição de outubro, o que, em sua opinião, é uma “tentativa de interditar a democracia brasileira”. Ele aproveitou para disparar críticas ao Judiciário nesse processo.

“O sistema judiciário brasileiro virou braço político dos segmentos mais conservadores da nação e essa luta não é mais simples, ao contrário, ela é mais cínica e hipócrita do que em 64”, afirmou.

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SEM PLANO B, POR ORA

Mesmo com Lula preso e sem perspectivas de que possa sair da cadeia, além da probabilidade de ficar inelegível, Wagner rejeitou falar em outros nomes que não o do ex-presidente para a sucessão presidencial. Ele disse que essa discussão significa concordar com a “interdição” da candidatura de Lula e que esse não é o momento para se fazer esse debate.

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“Eu entendo que não é hora de ficar construindo de plano A, B ou C ou D. Eu sou plano L, de Lula, ou plano U, de único candidato para mim”, disse.

Wagner afirmou que, somente adiante, se deve fazer essa discussão, momento em que se terá acumulado capital político suficiente para se escolher um candidato, seja dentro ou fora do PT. Para ele, o momento é de acumular energia em defesa da democracia e na busca pela união do que ele chamou de campo progressista.

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“Eu não vejo plano B, estou aqui em defesa da liberdade do Lula, porque eu entendo que o homem de 72 anos está sendo punido injustamente”, afirmou. Ele citou que está cedo para se fazer esse debate e citou pré-candidatos a presidente de outros partidos, como Guilherme Boulos (PSOL), Manuela D’Ávila (PCdoB), e Ciro Gomes (PDT), como potenciais nomes para suceder o presidente, em caso de ele não poder concorrer.

Wagner —apontado como possível alternativa a Lula dentro do PT, mas que deve concorrer ao Senado pela Bahia— afirmou que, em caso de Lula não poder se candidatar, não enxerga como “tão automático” a possibilidade de transferência de votos para algum nome que o ex-presidente venha a apoiar ao Planalto.

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“Já vi Lula apoiar gente e não ser eleito”, afirmou ele, para quem as pessoas começam a discutir para valer o processo eleitoral de 30 a 40 dias antes do pleito.

Por Ricardo Brito, em Brasília

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