Após vexame da Al Jazeera, Ana Amélia elogia Arábia Saudita, acusada de financiar o terrorismo
Um dia depois de tentar associar a colega de Senado Gleisi Hoffmann (PT-PR) à rede terrorista Al Qaeda, apenas porque Gleisi deu uma entrevista ao canal de TV Al Jazeera, a senadora Ana Amélia (PP-RS) elogiou o regime da Arábia Saudita, este sim acusado de patrocinar o terrorismo, durante reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado; ela também qualificou como "estrategista" o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un
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Por Raymundo Gomes, no Diário do Centro do Mundo - Um dia depois de tentar associar a colega de Senado Gleisi Hoffmann (PT-PR) à Al Qaeda, apenas porque Gleisi deu uma entrevista ao canal de TV Al Jazeera, a senadora Ana Amélia (PP-RS) elogiou o regime da Arábia Saudita, este sim acusado de patrocinar o terrorismo. De quebra, ainda chamou de "estrategista" o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong Un.
Os elogios ocorreram nesta quinta-feira (19), em reunião da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Na reunião, Ana Amélia assumiu a liderança do recém-criado Grupo Parlamentar Brasil-Arábia Saudita.
Depois de recordar que tem muitos amigos na comunidade árabe do Rio Grande do Sul, a senadora do PP elogiou o rei Salman bin Abdulaziz, por permitir que mulheres dirijam automóveis e entrem em cinemas, minúsculas reformas introduzidas no último ano em um país onde as mulheres não possuem quase nenhum direito.
– Quero saudar o reino da Arábia Saudita pelas medidas que o rei vem tomando no sentido de uma liberalização lenta e gradual. Precisamos entender que as mudanças têm que ser respeitando a cultura de cada país. Nós, ocidentais, não podemos interferir naquilo que é a essência de uma civilização – disse Ana Amélia.
Na verdade, quem manda hoje na Arábia Saudita é um dos filhos do rei, o príncipe Mohammad bin Salman, de 32 anos. Aos 82 anos, Salman estaria com Alzheimer.
Tanto o rei quanto o príncipe estão longe de ser os déspotas esclarecidos que Ana Amélia imagina. Mohammad mandou prender dezenas de ativistas de direitos humanos, interveio no Iêmen e criou uma crise diplomática com o Catar – justamente o país que patrocina a rede Al Jazeera. O príncipe considera a Al Jazeera perigosa, por fazer um jornalismo considerado independente demais dentro do mundo árabe.
Leia a íntegra da matéria no DCM.
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