Rui Costa Pimenta: esquerda ficará isolada se não apoiar Lula
No programa "Análise Política com Rui Costa Pimenta" desta terça-feira (8), o presidente do Partido da Causa Operária (PCO) criticou o pacto com a burguesia representada na candidatura de Ciro Gomes (PDT) e o possível apoio de alguns setores progressistas à chapa; "A esquerda ficará isolada se não defender a liberdade de Lula e o seu direito de ser candidato", alerta; assista a íntegra do programa
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247 - O programa Análise Política desta terça-feira (8), com a participação do presidente do PCO (Partido da Causa Operária), Rui Costa Pimenta, destacou os últimos desdobramentos da conjuntura política, criticando o pacto com a burguesia representada na candidatura de Ciro Gomes (PDT) e o possível apoio de alguns setores progressistas à chapa. "A esquerda ficará isolada se não defender a liberdade de Lula e o seu direito de ser candidato", alerta.
No programa, Pimenta relata a resolução da reunião estendida do Comitê Central do PCO, que deliberou o não lançamento de candidatura própria nas eleições presidenciais, dando sequência à luta pela liberdade de Lula. "Mesmo se o PT apoiar outro candidato, nosso partido não apoiará outro nome que não seja do ex-presidente", salienta.
Questionado sobre as semelhanças de Ciro Gomes e a postura de Lula no seu primeiro mandato, quando o petista lançou a Carta ao Povo Brasileiro, o presidente do PCO dispara: "Temos que observar a natureza dos acordos, a aliança de Lula com a burguesia sempre foi um pacto que o PCO condenou, no entanto, o ex-presidente fez suas alianças dentro de uma normalidade política".
E continua: "já Ciro Gomes está propondo políticas em consonância com o golpe, como, por exemplo, dar sequência às privatizações no país, pactuar com a FIESP, temas que o Lula nunca propôs. Ciro não tem como proposta um governo nacionalista, não defende bandeiras internas. Ele está sinalizando para burguesia que seu discurso é apenas um discurso".
Pimenta aponta um complô para enterrar a candidatura de Lula, que envolve uma suposta união da esquerda entorno a candidatura de Ciro Gomes. "Do ponto de vista legal, Lula tem chances reais de concorrer às eleições, não podemos abandonar sua candidatura sem luta. A unidade da esquerda em prol de uma chapa com Ciro é um estelionato político, tendo em vista que o legado político é de Lula, existe uma pressão para enterrá-lo vivo", condena.
A respeito da declaração do governador do Maranhão Flávio Dino sobre um possível apoio do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) à chapa de Ciro Gomes, Rui destaca a superficialidade dos posicionamentos da sigla. "A candidatura de Manuela D'Avila à presidência é artificial, tendo como objetivo final, apoiar a candidatura e possivelmente ser vice do Ciro. Antes do PCdoB eles já eram reboque do PMDB", analisa.
"Devemos relembrar as falas de Ciro no início da campanha dizendo que a candidatura de Lula só aumenta a polarização no país. Quem fala que defender Lula é divisionismo são os próprios divisionistas, não dá para unificar o país num contexto de golpe, isso não é apenas um simples Fla-Flu", elucida Rui Costa Pimenta.
Ele condena os setores que pregam o isolamento do PT. "Como vamos isolar uma pessoa que aparece sempre em primeiro lugar nas pesquisas. A luta contra o golpe passa pelo Lula, não temos o mesmo programa que o PT, mas a luta pela democracia é crucial neste momento", ressalta o presidente do PCO.
Corrida presidencial
Pimenta critica a entrevista do candidato à presidência Guilherme Boulos (PSOL) ao programa Roda Viva (7). "Foi um show de horrores, não condenou banqueiros, empresários e não foi enfático contra o golpe de Estado, só mostra que é um elemento de confusão", destaca.
Em relação ao fator Bolsonaro nas eleições, Pimenta considera que ele provavelmente terá um papel fracassado nas eleições. "Não é subestimá-lo, mas ele serve de espantalho para possivelmente perder num segundo turno. Ele é o anti-ima, atrai para o lado oposto", considera.
Nesta terça-feira (8) o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa declarou que não será candidato à Presidência da República, mexendo no cenário pré-eleitoral.
Segundo Pimenta, o fato se deu porque Joaquim Barbosa não era o candidato principal dos golpistas, "no máximo cumpriria um papel secundário, talvez ele tenha percebido isso em um tempo hábil e desistido", considera.
Rui Costa Pimenta conclui a entrevista enfatizando que defender a candidatura de Lula não é ir para o gueto, frase utilizada pelo jornalista Luis Nassif em um artigo recente "É incompreensível essa análise. O ex-presidente lidera as pesquisas de intenção de voto e é um candidato majoritário, inclusive à própria burguesia. O direito de Lula se candidatar não é apenas uma exclusividade de Lula, mas um direito de todos. A esquerda ficará isolada se não apoiar Lula", reitera.
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