Caminhoneiros mantém greve em 24 estados e no DF mesmo após acordo

Os protestos de caminhoneiros contra a alta do diesel continuam em 24 Estados e no Distrito Federal mesmo após o anúncio na véspera de um acordo entre a categoria e o governo; acordo que previa o congelamento do preço do diesel nos níveis anunciados pela Petrobras nesta semana por 30 dias e, em troca, os representantes dos caminhoneiros consultariam a categoria para suspender a greve por 15 dias

Caminhoneiros bloqueiam BR-116 em Guapimirim, perto do Rio de Janeiro 08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Caminhoneiros bloqueiam BR-116 em Guapimirim, perto do Rio de Janeiro 08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes (Foto: Paulo Emílio)


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Reuters - Os protestos de caminhoneiros contra a alta do diesel continuam em 24 Estados e no Distrito Federal e afetam alguns portos, incluindo o de Santos (SP), o maior e mais importante do país, mesmo após o anúncio na véspera de um acordo entre a categoria e o governo.

Caminhoneiros bloqueiam rodovia BR-024 em Simões Filho, perto de Salvador 23/05/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) destacou que o Rio Grande do Sul lidera no número de bloqueios, com 74 no total. O Paraná vem logo na sequência, com 72, enquanto Minas Gerais e Mato Grosso do sul aparece com 51 e 42, respectivamente.

De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o fluxo de caminhões no porto de Santos praticamente não ocorre e verifica-se redução nas operações de recepção e entrega de mercadorias pelos terminais, embora as operações de carga e descarga de navios continuem a ser realizadas.

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No porto de Paranaguá (PR), a última atualização é de que os protestos diminuíram o movimento de cargas em 27 por cento ante o normal para esta época do ano. O terminal registrou uma queda nas exportações de granéis, ao passo que a importação de fertilizantes foi interrompida em berços de atracação em que o transporte da carga é feito por caminhões.

Na Via Dutra, principal eixo de ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, há ao menos quatro pontos de interdição, nos municípios paulistas de Jacareí, Pindamonhangaba e Lorena e nos fluminenses de Barra Mansa e Seropédica.

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Na Anhanguera, que liga a capital paulista ao interior do Estado, há bloqueios tanto na chegada a São Paulo quanto na região de Limeira.

Há também manifestações na Fernão Dias, rodovia entre São Paulo e Minas Gerais. De acordo com a concessionária que administra a estrada, são 16 bloqueios ao longo da via, espalhados nos dois Estados.

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A paralisação dos caminhoneiros tem levado ao desabastecimento em várias cidades do país. Postos ficaram sem combustíveis, o que fez com que o tráfego em grandes cidades, como São Paulo, fosse reduzido significativamente no horário de pico da manhã desta sexta. A falta de combustíveis também afetou várias cidades do Rio de Janeiro, inclusive a capital fluminense.

Os protestos permaneceram nesta sexta mesmo após o governo do presidente Michel Temer e representantes da categoria anunciarem na noite de quinta, após sete horas de reunião, um acordo que previa o congelamento do preço do diesel nos níveis anunciados pela Petrobras nesta semana por 30 dias.

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Em troca, os representantes dos caminhoneiros consultariam a categoria para suspender a greve por 15 dias.

Pelo acordo, o Congresso também votará um projeto de lei que estabelece um preço mínimo para o frete, os reajustes da Petrobras serão feitos a cada 30 dias —não mais diariamente— e a Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre o diesel será zerada.

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Ao anunciar o acordo, o governo fez questão de enfatizar que ele não alterará a política de preços da Petrobras, e que a União compensará a estatal por eventuais perdas. A estimativa é de um custo da ordem de 5 bilhões de reais.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que o governo investigará se houve locaute, quando empresários impedem funcionários de trabalharem, na paralisação dos caminhoneiros.

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"Nós temos indícios de que existe uma aliança, um acordo, entre os caminhoneiros autônomos, as distribuidoras e as transportadoras", disse Jungmann.

"Isso é grave, porque isso apresenta indícios de locaute, evidentemente que nós estamos verificando isso, porque locaute é ilegal", acrescentou.

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Na véspera, o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca Lopes, disse que as transportadoras aderiram à paralisação.

Os protestos têm levantado ainda temores quanto ao risco sanitário no país, à medida que o fornecimento de rações e o transporte de animais e cargas refrigeradas estão comprometidos pelas manifestações.

Por José Roberto Gomes

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