Fernando Brito: Ciro comete erro que lhe pode ser fatal

O jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço, afirma que o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, não cumpriu o "dever de honestidades política" em entrevista à revista American Quartely: "O de reconhecer e proclamar que ninguém, e menos ainda uma liderança do tamanho da que tem Lula, pode ser afastado da disputa eleitoral", diz Brito; "Está cometendo um erro que lhe pode ser fatal, porque provoca ressentimentos e dificulta o que seria natural, no caso de confirmar-se o impedimento de Lula"

O jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço, afirma que o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, não cumpriu o "dever de honestidades política" em entrevista à revista American Quartely: "O de reconhecer e proclamar que ninguém, e menos ainda uma liderança do tamanho da que tem Lula, pode ser afastado da disputa eleitoral", diz Brito; "Está cometendo um erro que lhe pode ser fatal, porque provoca ressentimentos e dificulta o que seria natural, no caso de confirmar-se o impedimento de Lula"
O jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço, afirma que o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, não cumpriu o "dever de honestidades política" em entrevista à revista American Quartely: "O de reconhecer e proclamar que ninguém, e menos ainda uma liderança do tamanho da que tem Lula, pode ser afastado da disputa eleitoral", diz Brito; "Está cometendo um erro que lhe pode ser fatal, porque provoca ressentimentos e dificulta o que seria natural, no caso de confirmar-se o impedimento de Lula" (Foto: Aquiles Lins)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Fernando Brito, do Tijolaço - Ciro Gomes é um político que anima a quem trouxe do brizolismo a inconvencionalidade, o nenhum  medo de sair do “politicamente correto”, das declarações vazias e que seguem sempre o rito das “ovelhinhas brancas”, iguais e mansas, sempre.

Mas, ao contrário de Brizola, Ciro volta e meia derrapa em afirmações que são contraditórias ou, pior, vazias.

Ele diz, em polêmica entrevista a American Quartely que “o Brasil não precisa e não pode suportar um governo de esquerda. O Brasil precisa de um projeto que reúna os interesses práticos daqueles que produzem e os interesses práticos daqueles que trabalham”.

continua após o anúncio

Não é nada absurdo (exceto pelo “suportar”, que é subjetivo e vago o suficiente para ser lido como “não tolera” ou um “não poderia ser assim”). Afinal, o governo Lula não foi, como defende Ciro, “um projeto que reúna os interesses práticos daqueles que produzem e os interesses práticos daqueles que trabalham”?

Foi, e nem mesmo assim as elites brasileiras deglutiram o “sapo barbudo”, como não digeriram Getúlio, Jango, Brizola ou qualquer outro que  procurou reunir desenvolvimento com justiça social.

continua após o anúncio

Ciro não consegue entender isso e, por esta razão, a crueza de suas restrições a Lula, no momento em que este está preso e indefeso, acabam soando – e não sem razão – como música aos ouvidos de quem não pode imaginar que o ex-presidente possa disputar as eleições. Isso seria compreensível que ele estivesse disputando em condições normais, como forma de capturar eleitorado lulista menos sólido, mas não nas atuais circunstâncias.

Nelas, sabe que suas chances só existem porque Lula está à beira da cassação de seu direito de ser votado.

continua após o anúncio

Ciro, que gosta de proclamar a sua honestidade pessoal – o que não é, ou não deveria ser, um mérito extraordinário – não está cumprindo o primeiro dever de honestidade política: o de reconhecer e proclamar que ninguém, e menos ainda uma liderança do tamanho da que tem Lula, pode ser afastado da disputa eleitoral.

Está cometendo um erro que lhe pode ser fatal, porque provoca ressentimentos e dificulta o que seria natural, no caso de confirmar-se o impedimento de Lula.

continua após o anúncio

Até porque, no restante de sua entrevista, Ciro diz “heresias”que o fazem  não ser acolhido pela direita, como na reafirmação de que os campos do pré-sal entregues pelo Governo Temer, suficientes para afirmar uma posição “de esquerda” – embora seja tão somente de defesa do interesse nacional.

Ser minimamente nacionalista neste país, um pecado sem remissão.

continua após o anúncio

Na questão Lula, porém, em lugar da marca de coragem que sempre procura imprimir à sua imagem, o que passa é fraqueza, por não querer enfrentar a questão da libertação do ex-presidente, um tabu tão grande quanto qualquer outro que as classes dominantes procuram incutir nos brasileiros.

Se faz questão, sempre, de dar “munição” para ser intrigado com o eleitorado lulista não pode reclamar se não for reconhecido por aqueles que ele, hoje, ainda não tem: os 30% do eleitorado que desejam votar no ex-presidente e talvez não o possam fazer, por conta da ditadura da mídia e do Judiciário.

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247