José Dirceu ao 247: objetivo da Lava Jato era eliminar Lula e o PT

Em entrevista histórica concedida exclusivamente ao Brasil 247, o ex-ministro José Dirceu expõe suas memórias dos anos de chumbo, a resistência para manter a saúde mental sob o cárcere, além de apontar saídas para superar o golpe de Estado de 2016; "O objetivo da Lava Jato era eliminar Lula e o PT da vida pública, mas o partido e Lula crescem e contam com apoio do povo", avalia; assista

José Dirceu ao 247: objetivo da Lava Jato era eliminar Lula e o PT
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TV 247 - Guerrilheiro, líder estudantil, parlamentar, preso político, ministro, advogado, escritor, considerado por muitos o nome natural na transição de Lula na presidência da República. Estas são algumas marcas da trajetória de José Dirceu, que concedeu entrevista à TV 247, nesta semana, expondo memórias dos anos de chumbo da ditadura, sua resistência para manter a saúde mental sob o cárcere, além de apontar saídas para superar o golpe de Estado de 2016. "O objetivo da Lava Jato era eliminar Lula e o PT da vida pública", avalia. 

Dirceu foi preso político três vezes: em 1968, por ter participado do Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Ibiúna (SP); pela condenação na Ação Penal 470, em 2013, e no que ele classifica como "espetáculo midiático da Lava Jato", em 2017. Parte dessas relatos está no livro "Memórias - Volume 1" (Editora Geração), uma obra autobiográfica que escreveu na última vez em que esteve preso, contando apenas com uma cama de apoio, papel e caneta.

"O que é um fim de semana na prisão? Após a visita dos familiares que ocorriam às sextas, brinco que tínhamos a depressão pós-visita, a DPV. Para combater isso alguns dormem, outros cozinham, eu resolvi começar a escrever todos os sábados e domingos", relata. 

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Lava Jato - A operação midiática

O ex-ministro destaca que o objetivo da Lava Jato era retomar o fio da Ação Penal 470, também conhecida como "mensalão", tendo como foco a eliminação do PT. "Porém, ocorreu o oposto disso, Lula tem condições de ganhar as eleições no primeiro turno, o PT será o partido mais votado na Câmara dos Deputados, existe um grande apoio popular em torno da sigla", descreve.

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Mesmo não atuando oficialmente em nenhuma instância de direção do PT, e não falando em nome do partido, como faz questão de enfatizar na entrevista, Zé Dirceu passa seus dias em conversas com os colegas da legenda, orientando e também ouvindo conselhos, participando ativamente da vida política do País.

Ao analisar o  complexo cenário das eleições de 2018, ele considera "que o PT poderá sair vitorioso no pleito eleitoral", alertando que "para manter a governabilidade, a mobilização social é fundamental". "Precisamos do poder popular como um punho de aço para garantirmos um governo sem golpes de Estado", enfatiza. 

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Ele observa os rumos da candidatura de Lula, que poderá ser arbitrariamente barrada pela lei da Ficha Limpa, e enfatiza que o PT irá até o último limite para registrar o nome do ex-presidente como candidato. No caso de um eventual impedimento jurídico, Fernando Haddad, hoje candidato a vice, será o candidato natural da sigla, acrescenta. "Não existe nenhuma contradição nisso".

Questionado sobre o espectro fascista que ronda o País, com a ascensão da extrema-direita, Dirceu acredita que "a elite brasileira nem se dará ao trabalho de tapar o nariz para votar no Bolsonaro", e que o candidato do PSL "representa a continuação da política do golpe". "Não devemos subestimá-lo", alerta.

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Influência dos EUA no golpe de 2016

Dirceu considera que, nas últimas duas décadas, os EUA ocupam países e constituem governos aliados às suas políticas. "Só não aconteceu na Síria porque a Rússia e o Irã impediram", analisa.

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Dentro do contexto internacional altamente bélico e de luta hegemônica, Dirceu lamenta o papel que os militares desempenham no Brasil. "Aos poucos, eles se entregam aos EUA e abandonam a política de soberania inaugurada por Lula", condena.

"Não estou aqui criando nenhuma teoria da conspiração, mas há a mão do interesse norte-americano no impeachment da ex-presidente Dilma, apoiado pelos interesses da mídia e do empresariado", conclui. 

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