Tasso faz o mea culpa tucano: foi erro embarcar no governo Temer

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) é o primeiro tucano de peso a admitir o erro histórico que foi embarcar no governo golpista de Michel Temer, fruto de uma conspiração PSDB-MDB para derrubar a presidente Dilma Rousseff; ele afirmou que os tucanos realizaram um 'conjunto de erros memoráveis' após a eleição de Dilma Rousseff, com reflexos dramáticos para o próprio PSDB nas eleições deste ano; Tasso diz ainda que o primeiro erro foi questionar o resultado das eleições em 2014; para ele, esse gesto não foi digno de um partido que se dizia agente do processo democrático

Tasso faz o mea culpa tucano: foi erro embarcar no governo Temer
Tasso faz o mea culpa tucano: foi erro embarcar no governo Temer (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)


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247 - O senador tucano Tasso Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB e presidente do Instituto Teotônio Vilela, braço acadêmico do partido, afirmou que os tucanos realizaram um 'conjunto de erros memoráveis' após a eleição de Dilma Rousseff, com reflexos dramáticos para o próprio PSDB nas eleições deste ano. Tasso diz ainda que o primeiro erro foi questionar o resultado das eleições em 2014. Para Tasso, esse gesto não foi digno de um partido que se dizia inscrito no processo democrático. 

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Tasso relembrou alguns momentos da trajetória recente do PSDB: "o partido cometeu um conjunto de erros memoráveis. O primeiro foi questionar o resultado eleitoral. Começou no dia seguinte (à eleição). Não é da nossa história e do nosso perfil. Não questionamos as instituições, respeitamos a democracia. O segundo erro foi votar contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT. Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar no governo Temer. Foi a gota d’água, junto com os problemas do Aécio (Neves). Fomos engolidos pela tentação do poder."

O senador tucano ainda ressalta os episódios que abalaram o golpe, depois de estabelecido pela confraria oportunista do MDB. Ele destaca o caso Joesley, comentando o tamanho do impacto de sua conflagração: "altíssimo. Esse episódio simboliza todo esse desgaste que tivemos. Desde o dia seguinte à eleição da Dilma, quando fomos questionar o resultado, o símbolo mais eloquente para a população foi o episódio do Aécio. Ele deveria ter se afastado logo da presidência do PSDB."

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Sobre a performance eleitoral pífia de Geraldo Alckmin, ele diz: "até a última pesquisa ninguém se deslocou muito. O próprio (Jair) Bolsonaro subiu um pouco depois do atentado em Juiz de Fora, mas não muito. Com a saída do Lula, parte dos votos dele migrou para outros candidatos, mas principalmente para o (Fernando) Haddad, que foi quem mais cresceu olhando em média as duas pesquisas mais recentes. A partir de agora, com a saída definitiva do Lula do cenário eleitoral, vamos ter, realmente, uma mudança mais consistente no comportamento do eleitorado". 

Tasso ainda comenta a prisão do tucano Beto Richa e seu impacto para o PSDB nas eleições: "prejudica, sem dúvida. Mas boa parte disso está no preço. O desgaste do PSDB começa a partir dos episódios da gravação do Aécio. Começou ali e continuou. Como nós não tomamos as medidas necessárias naquele cenário, era previsível que o desgaste do PSDB iria perdurar e teria consequências graves nas eleições. O desgaste do PSDB vem dali. As pessoas estão vendo mal o PSDB". 

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Sobre Ciro Gomes, antigo aliado, ele diz: "o Ciro de hoje é muito diferente do Ciro de ontem. Ele traçou o caminho dele, que eu discordo. Aqui no Ceará ele está sendo profundamente inconsistente e incoerente com sua trajetória política. A mais feroz das críticas dele é dirigida do MDB. Aqui, no Ceará, ele e o presidente do Senado (Eunício Oliveira) estão unidos". 

 

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