ONU condena violência bolsonarista nas eleições

Organização das Nações Unidas se diz "profundamente preocupada" com o clima de violência nas eleições brasileiras e cobra que líderes políticos nacionais condenem, explicitamente, tais atos; em declaração emitida nesta sexta-feira 12, em Genebra, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declarou que a situação brasileira tem sido considerada "delicada" e pede investigações imparciais sobre os crimes registrados; atos de violência têm sido praticados em todo o País por apoiadores de Bolsonaro; um homem morreu com 12 facadas em Salvador após declarar voto no PT

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247 - A Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou nesta sexta-feira 12 profunda preocupação com o clima de violência nas eleições brasileiras e cobrou que líderes políticos nacionais condenem, explicitamente, tais atos.

A declaração foi feita em Genebra pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que deixou claro que a situação brasileira tem sido considerada "delicada" por parte do organismo internacional e pediu investigações imparciais sobre os crimes registrados.

Outro comunicado, divulgado também nesta sexa, veio da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que reforçou a preocupação internacional diante da tensão no Brasil. A comissão "condena atos de violência no contexto eleitoral no Brasil e expressa preocupação com a incidência desproporcional em mulheres e população LGBTI". O órgão fez um "chamado para estimular um debate de ideias pacífico e democrático".

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"Condenamos qualquer ato de violência e pedimos investigações imparciais, efetivas e imediatas sobre tais atos. O discurso violento e inflamatório dessas eleições, especialmente contra LGBTI, mulheres, afrodescendentes e aqueles com visões políticas diferentes, é profundamente preocupante, especialmente dado os relatos de violência contra tais pessoas", declarou a porta-voz do escritório da ONU, Ravina Shamdasani.

"Pedimos a líderes políticos e aqueles com influência a publicamente condenar qualquer ato de violência durante esse período eleitoral delicado, e a chamar a todos os lados para que se expressem de forma pacífica e com o total respeito pelo direito dos demais", completou.

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Nos últimos dias, diversas pessoas foram agredidas por apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PSL) por andarem com adesivos de #EleNão ou outro candidato. Em Salvador, na Bahia, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, Moa do Katendê, foi assassinado com 12 facadas após declarar voto no PT. Na maioria das vezes, as vítimas foram mulheres e gays. Negros também têm sido alvo de ofensas. Um mapa tem feito o registro dos casos.

Sobre o caso em Salvador, Bolsonaro comentou, quando questionado: "A pergunta deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle."

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Depois, no Twitter, ele tentou corrigir. "Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar." Mas, em uma segunda postagem, ele disse haver um "movimento orquestrado forjando agressões" para o prejudicar, "nos ligando ao nazismo, que, assim como o comunismo, repudiamos".

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