Bresser-Pereira: a democracia ainda tem uma chance
O economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira destaca que "a democracia saiu gravemente ameaçada" com o resultado do primeiro tuno, onde o candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), saiu fortalecido; ainda assim, ele ressalta que "a democracia ainda tem chance. Haddad não precisará rejeitar seu programa desenvolvimentista e social, que é o programa de uma vida, mas precisa deixar claro para todos os verdadeiros democratas, inclusive os liberais de centro-direita, que ele governará o Brasil muito melhor do que seu adversário"
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247 - O economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira destaca, em um artigo publicado na Folha de S. Paulo, que o resultado do primeiro tuno das eleições, onde o candidato de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), saiu fortalecido na disputa pelo Planalto contra o candidato do campo democrático à Presidência da República, Fernando Haddad (PT), que "a democracia saiu gravemente ameaçada".
Para ele, a extrema direita "venceu o primeiro turno porque aproveitou-se do clima apaixonado de ódio que tomou conta da política brasileira a partir de 2013, quando ficou claro que o governo Dilma fracassara. Venceu não porque tivesse propostas, a não ser a bala, mas porque apelou ao voto contra", avalia.
"A democracia ainda tem chance. Haddad não precisará rejeitar seu programa desenvolvimentista e social, que é o programa de uma vida, mas precisa deixar claro para todos os verdadeiros democratas, inclusive os liberais de centro-direita, que ele governará o Brasil muito melhor do que seu adversário".
Um trecho do artigo:
O Brasil vendeu a sua alma ao diabo em nome do combate da corrupção. Primeiro foi a Operação Lava Jato, depois foi o impeachment, agora é a eleição de Jair Bolsonaro. Em cada um desses episódios, o prêmio seria a utopia de um país definitivamente moralizado; o preço foi aceitar a violência contra os direitos civis, foi o desrespeito aos direitos sagrados dos cidadãos. De repente todos foram transformados em bandidos, todos passaram a ser vistos como desonestos ou suspeitos de desonestidade – os políticos, os empresários, os servidores públicos.
O último episódio dessa violência crescente foi a Polícia Federal incriminar publicamente os ex-dirigentes da empresa Brazilian Foods inclusive o ex-presidente do seu Conselho de Administração, Abílio Diniz, porque ao romper o escândalo da operação Carne Fraca, o empresário que estava no exterior escreveu aos diretores da empresa um e-mail pedindo informações e querendo saber como o problema chegara à imprensa. Ao fazer isto, a Polícia Federal suspeitou que ele “estaria tentando acobertar o crime”. Ora, isto definitivamente não é razoável. Não se divulgam suspeitas sem provas. Não se ataca publicamente a honra das pessoas em nome de uma simples suspeita.
É dessa maneira que se desrespeitam os direitos civis das pessoas – direitos que estão protegidos pela Constituição. Isto começou pela Operação Lava Jato, tornou-se um fenômeno geral no triste episódio do impeachment, é agora está se consubstanciando na eleição de um politico que ameaça levar o Brasil à ditadura. Até onde irá a insanidade reinante? Quando, diante dessa escalada, os brasileiros acordarão do ódio e do ressentimento?
Leia a íntegra do artigo.
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