Após acusar Mourão de tortura, Geraldo Azevedo se desculpa

O cantor e compositor Geraldo Azevedo relatou durante um show no sábado que o general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente de Bolsonaro, foi um dos torturadores nos 41 dias em que ficou preso em 1969, durante a ditadura militar; o militar, no entanto, ingressou no Exército apenas em 1972; o artista pediu desculpas e Mourão ameaçou processar o compositor

Após acusar Mourão de tortura, Geraldo Azevedo se desculpa
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247 - O cantor e compositor Geraldo Azevedo declarou num show em Jacobina na noite de sábado (21) que, quando foi preso na ditadura militar, em 1969, o general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro, "era um dos torturadores".

"Olha, é uma coisa indignante, cara. Eu fui preso duas vezes na ditadura, fui torturado, você não sabe o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá", discursou, do palco. Ele acrescentou: "e essa alegria toda que está tendo aqui vai se perder, vocês estão sabendo disso. O Brasil vai ficar muito ruim se esse cara ganhar".

O general Mourão, no entanto, ingressou no Exército apenas em 1972. Na data da prisão de Geraldo Azevedo, em 1969, o candidato a vice tinha apenas 16 anos. Ele é filho de um militar de mesmo nome, o general de divisão Antonio Hamilton Mourão.

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O compositor acabou se desculpando em nota "pelo transtorno causado pelo equívoco e reafirmou sua opinião de que não há espaço no Brasil de hoje para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e cerceia a liberdade de imprensa". Mourão ameaçou o artista de processo

Durante a ditadura, Geraldo Azevedo integrava o grande grupo de artistas que se opunham ao regime. Entre 1968 e 1969 participou de reuniões clandestinas no Teatro Gláucio Gil, ao lado de cineastas, roteiristas, atores e músicos. Nelas, conheceu Glauber Rocha, Walter Lima Junior, Caetano Veloso, entre outros. Geraldo ficou responsável por recolher assinaturas para o manifesto contra a censura. Em 1969, foi preso com a esposa, sendo torturado por 41 dias. 

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O compositor ainda disse: "eu fico impressionado do povo brasileiro não prestar atenção nas evoluções humanas. Olha, eu não sei se isso aqui vai entrar em algum choque com a prefeitura, coisa e tal, mas é o meu sentimento de indignação em relação com o que pode acontecer com o Brasil".

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