ONG de ministra de Bolsonaro foi denunciada por discriminar indígenas
ONG Movimento Atini - Voz Pela Vida, comandada pela pastora Damares Alves, futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro (PSL), já foi denunciada pelo MPF por "dano moral coletivo decorrente de suas manifestações de caráter discriminatório à comunidade indígena e por tentar "legitimar as ações missionárias no interior das comunidades indígenas"; ministério comandado por Damares irá encampar a Funai e ser responsável pela aplicação de políticas voltadas para as comunidades indígenas
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247 - A ONG Movimento Atini - Voz Pela Vida, comandada pela pastora Damares Alves, futura ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro (PSL), já foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF) "dano moral coletivo decorrente de suas manifestações de caráter discriminatório à comunidade indígena". Indicação de Damares para o ministério, que irá comandar a Fundação Nacional do Índio (Funai), causou irritação entre os servidores e preocupa outras entidades ligadas à defesa dos direitos indígenas.
A denúncia do MPF contra a ONG, que diz ter como missão "promover a conscientização e a sensibilização da sociedade sobre a questão do infanticídio de crianças indígenas", foi feita em 2015, após a Atini divulgar um vídeo sobre a questão do infanticídio indígena. Na ação, o MPF pede que a ONG pague R$ 1 milhão a título de danos morais, além da proibição da veiculação do documentário "Hakani – A história de uma sobrevivente".
Para os procuradores, o filme buscava "chamar atenção acerca do tema 'infanticídio indígena' para "legitimar as ações missionárias no interior das comunidades indígenas". O vídeo foi produzido em parceria com a instituição Jovens Com Uma Missão (Jocum), denominação adotada no Brasil pela organização evangélica norte-americana Youth With a Mission.
Ainda segundo o MPF, o vídeo causou "profunda indignação na sociedade, gerando manifestações preconceituosas e discriminatórias em face das comunidades indígenas", além de "atingir a dignidade humana deste grupo perante a sociedade".
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