Bolsonaro soube de relatório do Coaf durante as eleições, diz Haddad

Fernando Haddad (PT), que disputou o segundo turno com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), disse que o seu adversário teve acesso ao relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras ainda durante as eleições; "Ele teve acesso ao relatório do Coaf, no mais tardar, no dia 15 de outubro. Data em que demitiu o motorista e a filha. Por que teve acesso ao relatório e a sociedade não?"

Bolsonaro soube de relatório do Coaf durante as eleições, diz Haddad
Bolsonaro soube de relatório do Coaf durante as eleições, diz Haddad (Foto: ABr | Reuters)


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Rede Brasil Atual - Fernando Haddad (PT), que disputou o segundo turno com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), disse que o seu adversário teve acesso ao relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ainda durante as eleições. "Ele teve acesso ao relatório do Coaf, no mais tardar, no dia 15 de outubro. Data em que demitiu o motorista e a filha. Por que teve acesso ao relatório e a sociedade não?"

O "motorista" é o policial militar Fabrício José Carlos Queiroz, que trabalhava como assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho de Bolsonaro. Já a "filha", Nathalia Melo de Queiroz, trabalhou como assessora de Jair Bolsonaro. Ambos foram demitidos em 15 de outubro, oito dias após o primeiro turno das eleições.

"Por que o Coaf liberou para Bolsonaro e não para a sociedade questões que são de interesse público? Esse expediente, que ao que parece é de peculato, o de usar seu gabinete para fazer vaquinha para si mesmo, é um expediente muito comum no baixo clero. Inexplicável é que só tenhamos sabido agora", questionou Haddad, em entrevista ao jornal Valor nesta quarta-feira (12).

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Segundo o Coaf, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Essa movimentação incluía uma série de saques de médio valor (em torno de R$ 5 mil) que eram antecedidos de depósitos na conta de Queiroz com valores equivalentes. Nove assessores do gabinete do filho de Bolsonaro realizaram transações em nome de Queiroz, que coincidiam com os dias de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Haddad chama a atenção que as investigações sobre a participação de Bolsonaro no escândalo serão bloqueadas. "Daqui a alguns dias toda investigação por atos praticados antes de sua posse estará suspensa. A Constituição estabelece isso. Depois só por atos praticados a partir da posse e por consentimento do Congresso."

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A suspeita é que o motorista seria responsável pelo recolhimento de parte dos salários desses assessores e encaminharia os valores à família Bolsonaro. Uma das transações realizadas pelo motorista, citadas no relatório do Coaf, é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. A família diz tratar-se do pagamento de um empréstimo que haviam concedido a Queiroz. O Coaf também detectou que o motorista e a filha movimentaram R$ 84 mil, em transações não identificadas.

Também foi revelado nesta quinta-feira (13) que um dos ex-assessores de Flávio Bolsonaro que realizou depósitos na de Queiroz, o tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro Wellington Servulo Romano da Silva, passou 248 dias em Portugal no período de ano e quatro meses em que estava contratado para trabalhar no gabinete do deputado.

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