Oposição projeta resistência inédita em 2019

"Com o acúmulo que nós construímos no último período, sabemos que não será fácil. Porque agora temos vários agravantes em relação àquele momento, inclusive a chamada reforma trabalhista, que foi aprovada, e um nível maior de desemprego. Mas, com certeza, retroceder em um direito que a população já tem é bastante complicado. Acho que nós vamos conseguir garantir um grau forte de mobilização", diz Nalu integrante da coordenação nacional da Frente Brasil Popular (FBP), sobre a oposição a Bolsonaro

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Oposição projeta resistência inédita em 2019


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Do Brasil de Fato - Parlamentares de oposição no Congresso Nacional e organizações do campo popular se preparam para lidar com o conjunto de pautas que vem a reboque do governo de Jair Bolsonaro (PSL), eleito em outubro de 2018.

Uma das promessas para o primeiro semestre é o resgate do Projeto de Lei (PL) 7180/2014, conhecido como "Escola sem Partido". A proposta é fortemente criticada por professores, especialistas e entidades da sociedade civil porque impõe restrições aos educadores, impedindo, por exemplo, conteúdos sobre questões de gênero e educação sexual em sala de aula. Por esse motivo, ela foi apelidada pelos opositores de "Lei da Mordaça".

Após meses de obstrução da matéria por parte da oposição, o PL foi arquivado, em dezembro de 2018, mas deve ser reapresentado pelo governo.

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Conduzido por membros da bancada evangélica, o "Escola Sem Partido" conta com a articulação do filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que se reelegeu como deputado federal e prometeu recuperar a medida.

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), integrante da comissão legislativa que debateu o PL, o projeto exigirá, novamente, uma forte articulação da oposição em 2019. Outro desafio citado pela parlamentar é barrar as armadilhas "antiterroristas", que buscam facilitar a criminalização oficial dos movimentos populares: "Ele ['Escola Sem Partido'] faz parte de uma estratégia de retirada de direitos e de entrega da soberania nacional. Essa estratégia precisa calar a escola e todos os espaços de consciência critica, e ela vem no mesmo sentido da criminalização dos movimentos sociais. Tanto o 'Escola Sem Partido' como essa criminalização enfrentarão a nossa resistência", assegura Kokay.

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Economia

Na pauta econômica, o carro-chefe será a reforma da Previdência. A proposta foi engavetada em dezembro de 2017, após forte oposição de movimentos populares.

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Um novo texto vem sendo preparado pela equipe econômica do governo Bolsonaro, liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Para Nalu Faria, que integra a coordenação nacional da Frente Brasil Popular (FBP), a medida deverá enfrentar mobilização nas ruas.

"Com o acúmulo que nós construímos no último período, sabemos que não será fácil. Porque agora temos vários agravantes em relação àquele momento, inclusive a chamada reforma trabalhista, que foi aprovada, e um nível maior de desemprego. Mas, com certeza, retroceder em um direito que a população já tem é bastante complicado. Acho que nós vamos conseguir garantir um grau forte de mobilização", projeta.

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Soberania

Na linha de frente do novo governo, também está a pauta das privatizações. Paulo Guedes tem dito que a gestão pretende implementar um amplo programa de venda de estatais. Ao todo, o Brasil tem 138 estatais federais.

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A lista de privatizações pode incluir, por exemplo, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), subsidiárias da Petrobras e dos bancos públicos federais – Caixa Econômica e Banco do Brasil. Um dos processos mais avançados é o da venda da Eletrobras.

Durante a gestão de Michel Temer (MDB), a estatal teve suas seis distribuidoras vendidas e, no novo governo, pode ter as empresas de geração e transmissão de energia também privatizadas. A pauta atende aos interesses do mercado financeiro e de multinacionais chinesas e estadunidenses.

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Uma das medidas contra a Eletrobras que tramitam na Câmara dos Deputados é o PL 9463/2018, que prevê a desestatização do sistema elétrico e já recebeu parecer favorável do relator, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).

Nos bastidores do mundo político, diferentes atores avaliam que a pauta deverá retornar com força neste primeiro semestre. O sindicalista Ikaro Chaves, do Coletivo Nacional dos Eletricitários, afirma que o movimento nacional de defesa da Eletrobras continuará se posicionando contra as medidas de privatização.

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"A nossa luta continua. Nós estamos defendendo o patrimônio público, dos brasileiros. A energia elétrica é essencial pra vida na sociedade moderna. Então, nossa missão continua sendo esta: vamos continuar atuando no parlamento, na mídia, tentando convencer a população a não apoiar esse tipo de proposta", complementa.

Unidade

Para o líder da oposição na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o novo momento exigirá maior interlocução entre os parlamentares contrários às pautas do governo Bolsonaro e os segmentos populares.

"O movimento popular tem um papel estratégico em um momento como este. E a gente, no Congresso, não pode piscar", finaliza.

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