Marcos Coimbra: discurso antipetista de Bolsonaro tem prazo de validade

Presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, afirmou, em entrevista à TV 247, que Bolsonaro não se sustentará por muito tempo se mantiver o mesmo discurso da campanha, contra o PT, porque esse sentimento de aversão ao partido, que ajudou a elegê-lo, tende a diminuir com o tempo; Bolsonaro "está perdendo a confiança das pessoas com enorme rapidez", diz, lembrando ainda que a equipe que foi nomeada por ele é "extremamente limitada"; assista

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247 - Fundador e presidente da empresa especializada em pesquisas de opinião e mercado Vox Populi, Marcos Coimbra, avaliou, em participação no programa Giro das 11, na TV 247, que o presidente Jair Bolsonaro não se sustentará por muito tempo no governo se continuar a fazer o mesmo discurso antipetista utilizado na campanha para chegar ao cargo.

O sociólogo considera que dentro do contexto complexo que o Brasil enfrenta, não basta vencer a eleição e ter apenas um discurso contra o PT. "Logo se viu que depois da eleição ele não havia conseguido transformar o voto contra o PT em voto a favor dele próprio, esse é o grande problema que o bolsonarismo enfrentou imediatamente depois da vitória".

Para Coimbra, o discurso antipetista de Bolsonaro é insustentável porque esse sentimento tende a diminuir com o passar do tempo. "As virtudes de Jair Bolsonaro só foram percebidas por uma parcela muito pequena da população brasileira. A única coisa que a gente tinha era 'eu sou contra o PT' e é isso que ele ainda tem hoje. Ele mantém números positivos apenas porque o antipetismo ainda é importante, tem uma parte da população que gosta tão pouco do PT que aceita até o Bolsonaro. Isso tende a diminuir com o tempo".

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O presidente da Vox Populi também comentou sobre a queda do nível de confiança dos eleitores em relação ao presidente, em pesquisa realizada pelo Ibope e divulgada na última quarta-feira, 20. Em fevereiro, o índice de eleitores que manifestavam confiar em Bolsonaro estava avaliado em 55%. Em março houve uma queda de 6 pontos percentuais.

"A pessoa pode ter uma avaliação de que as políticas não são boas ou ela não apoia mas confia no governante, acha que, de uma forma ou de outra, ele vai acabar acertando. É isso que o Bolsonaro está perdendo com enorme rapidez: a confiança das pessoas. Antes sequer que ele tinha tido condições de colocar na mesa aquelas coisas que ele prometeu durante a campanha", disse Marcos Coimbra.

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Ainda sobre a pesquisa, Coimbra contestou os 24% de aprovação do governo e de que isso possa simbolizar algo positivo para o presidente. "Vou dizer algo óbvio: você ter 35% de ótimo e bom é excelente se está vindo de 10%. Agora, se você está vindo de 50% é algo preocupante".

Ele aposta em uma derrocada contínua do presidente Bolsonaro que, segundo Coimbra, ficará envolto por um núcleo de "gente amalucada". "A tendência é de piora contínua na popularidade e na imagem dele. Em não muito tempo ele vai ficar restrito a esse núcleo de gente amalucada que começou a acreditar em Bolsonaro lá atrás, nessa mistura de autoritarismo, machismo com oposição aos direitos de minorias, uma visão arcaica do desenvolvimento brasileiro, contra a cultura e contra o meio ambiente. Esse núcleo existe mas é muito pequeno, o que não vai permitir ao Bolsonaro governar com legitimidade para todo mundo".

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O fundador da Vox Populi também explicou a razão do anseio de Bolsonaro por uma reforma na Previdência Social e ainda disse que não é disso que o país precisa. "Ele precisa da reforma da Previdência para aumentar o investimento para ter condição de financiar um mínimo de um aparelho de proteção social, precisa de dinheiro. Já em março, alguns dos principais economistas do PSDB publicaram artigos discutindo se isso que a equipe do Bolsonaro está propondo para a Previdência vai ajudar em alguma coisa. Isso definitivamente não é o que precisaria em um projeto amplo de repensar o Brasil. O Bolsonaro é incapaz de fazer isso, ele e a turma imediatamente próxima a ele, e a equipe econômica que ele levou para lá é extremamente limitada".

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