Vera Paiva: prisão do meu pai e o sumiço do seu corpo não foi 'probleminha'

A professora da USP Vera Paiva, filha do deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar, condena veementemente o fato de Jair Bolsonaro comemorar a data do golpe militar; à TV 247, ela critica a declaração do capitão reformado, que classificou os crimes ocorridos durante o período de chumbo como "probleminhas"; “Não é probleminha prender o meu pai e depois desaparecer com seu corpo"; assista

Vera Paiva: prisão do meu pai e o sumiço do seu corpo não foi 'probleminha'
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247 - A professora de Psicologia da USP Vera Paiva, filha do deputado federal Rubens Paiva, que foi assassinado brutalmente pela ditadura militar em 1971, condena veementemente o fato de o presidente Jair Bolsonaro incentivar comemorações do Exército no dia 31 de março, data que ocorreu o golpe militar no Brasil.

Em entrevista concedida à TV 247, ela critica a declaração do capitão reformado, que classificou os crimes ocorridos durante o período de chumbo como "probleminhas". “Não é probleminha retirar um pai de família, no caso o meu pai, da sua vida, do seu emprego, num domingo, prender e depois desaparecer com seu corpo", denuncia a professora. 

Vera Paiva esclarece que, graças à Comissão da Verdade, seu pai não é mais considerado um desparecido. "A comissão conseguiu testemunhas, inclusive que estavam no momento que ele morreu no DOI-CODI”, expõe.

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Ela ainda relata que o processo para elaborar o luto do pai foi muito complexo, pois sempre "há uma esperança de que a pessoa vai voltar". “Eu demorei seis anos para aceitar que meu pai havia sido torturado e morto, minha outra irmã levou oito anos, já a minha mãe demorou 25 anos”, recorda.

Bolsonaro

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Ao analisar a postura de Bolsonaro, a professora afirma que muitos dos eleitores do presidente diziam “que ele era um falastrão, mas que, como presidente do Brasil, não teria coragem de falar ou fazer certas coisas”.

No entanto, ela considera que “Bolsonaro não somente inverte todos os fatos históricos, como também estimula novos torturadores que atuam nas prisões, nas periferias, em nome do Estado". "Não é dessa maneira que os seres humanos construirão uma sociedade solidária”, completa.

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