Marcelo Auler: ABI sob o jugo do 'coronelismo' e do peleguismo

O jornalista Marcelo Auler afirma que, "aos 111 anos de idade, a tradicional Associação Brasileira de Imprensa – ABI, apesar de resistir e chegar ao século XXI, vive sob o jugo do coronelismo político. Tudo por conta de práticas nefastas de supostas lideranças que não querem perder o cargo, apesar de estarem distanciadas da chamada categoria"

Marcelo Auler: ABI sob o jugo do 'coronelismo' e do peleguismo
Marcelo Auler: ABI sob o jugo do 'coronelismo' e do peleguismo


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Por Marcelo Auler, em seu blog - Aos 111 anos de idade, a tradicional Associação Brasileira de Imprensa – ABI, apesar de resistir e chegar ao século XXI, vive sob o jugo do coronelismo político. Tudo por conta de práticas nefastas de supostas lideranças que não querem perder o cargo, apesar de estarem distanciadas da chamada categoria.

A uma semana de uma nova eleição que definirá quem comandará pelo triênio 2019/2022 a tradicional Casa dos Jornalistas está submetida ao peleguismo de Domingos Meirelles. Este, para não perder o status, atropela práticas democráticas, desrespeita o Judiciário, faz ouvidos moucos às determinações do Conselho Deliberativo da instituição e pouco se importa com o que pensa a categoria.

Vendo ameaçada sua permanência à frente da casa, por conta da mobilização de amplos setores da classe jornalística insatisfeitos com os rumos que ele deu à instituição nos últimos anos, recorre a práticas pelegas e antidemocráticas na vã tentativa de se fixar eternamente na cadeira de presidente da entidade.

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Com uma assembleia geral marcada para o dia 25 de abril. quando será deflagrado o processo eleitoral que, na sexta-feira, 26, definirá a próxima direção da casa, a atual diretoria sequer revela quantos jornalistas são sócios da entidade e quais aqueles que hoje, por estarem em dia com a tesouraria, poderão participar do pleito.

Dados que Meirelles guarda para si, se beneficiando na tentativa de permanecer à frente da instituição que, nos últimos anos, ajudou a afundar.

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Reflexo da inoperância desta atual diretoria está no fato de em 6 de março apenas 270 associados estarem em dia com suas mensalidades. Um número insignificante para uma entidade que, segundo uma listagem incompleta de associados datada de 2013, possuía em seu quadro social cerca de 1.700 pessoas.

Tal listagem relacionava apenas sócios que tiveram seus nomes incluídos no sistema digitalizado. Portanto, estava longe de retratar a totalidade dos associados que a ABI já teve e continua tendo, já que não existe ex-sócio.

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ABI desrespeita Estado Democrático de Direito
Existe sim, e em quantidade significante, sócios que, desgostosos com as inúmeras brigas políticas protagonizadas internamente e/ou com o abandono da defesa de tradicionais bandeiras em prol da categoria – como a própria Liberdade de Imprensa – se afastaram e, consequentemente, deixaram de contribuir com as mensalidades. Ajudaram a agravar a dificílima situação financeira.

Apesar de reiteradas ordens judiciais para que a relação de associados fosse entregue à Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia, primeira de oposição as se registrar no pleito, Meirelles e seus asseclas simplesmente se recusaram a fornecê-la. Ludibriando a Justiça, entregaram apenas a tal listagem com 270 nomes de sócios adimplentes em 6 de março.

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Ou seja, em uma prática que não coaduna com a tradição da Casa dos Jornalistas, a levaram a desobedecer a ordem judicial. Mancharam o nome da entidade que ao longo de sua vida defendeu o Estado Democrático de Direito.

Por conta de caprichos e desejos pessoais de se assegurar ao cargo, fazem a ABI desrespeitar o Estado Democrático de Direito que ela sempre defendeu. Tudo em nome de benefícios não para a Casa ou a categoria, mas pessoais.

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Votação digitalizada desconhecida

Ao mesmo tempo em que esconde as listas de sócios e eleitores, evitam dar transparência ao processo eleitoral a ser posto em prática. Recusam-se, por exemplo, a convocar, em tempo hábil e com a antecedência necessária, a empresa contratada para desenvolver o software que permitirá o voto à distância pelo site da entidade. Sequer apresentaram o contrato assinado com a mesma anos atrás, alegando não o terem encontrado. Ou seja, confessaram a desorganização.

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Desta forma permanecem sem resposta os questionamentos e dúvidas técnicas que a Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia levantou há dias e encaminhou à Comissão Eleitoral. Em consequência, caminha-se para um dos pleitos mais disputados nos últimos anos na ABI sem que os que estão de fora saibam, com clareza, métodos e práticas que serão adotados para garantir a segurança do voto dos eleitores à distância. Nisso encaixa-se também a omissão da Comissão Eleitoral.

Esta, embora "empoderada" pelo Conselho Deliberativo – órgão máximo da instituição após a assembleia geral – para organizar o pleito com independência, não consegue se mover sem consultas à diretoria executiva que, na sua quase totalidade, é candidata à reeleição, logo parte interessada no mesmo processo eleitoral. Mostra-se dependente, submissa, à diretoria, desrespeitando o que decidiram os conselheiros.

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A dependência, aliás, apresenta-se no simples fato de participar da Comissão Eleitoral, como segundo secretário e relator, o associado Luiz Carlos Taveira, candidato ao Conselho Deliberativo pela chapa da situação – a encabeçada pelo atual presidente Meirelles. Ainda que não haja impedimento regimental, sua indicação e sua aprovação pelo Conselho Deliberativo demonstram nenhuma preocupação com a ética, a isonomia entre os concorrentes e a independência da CE.

É apenas um dos muitos exemplos que têm sido vistos diariamente da submissão da Comissão, que deveria ser independente e soberana, à diretoria da entidade, parte interessadíssima no processo eleitoral.

Uma Comissão que se omitiu quando o atual presidente da Casa – candidato à reeleição, repita-se – usou o site oficial da instituição para fazer ataques ao Judiciário e à Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia, sem que houvesse, no mínimo, o devido direito de resposta. Tampouco vez valer a igualdade de condições na disputa providenciando para as demais chapas a relação de associados, independentemente de estarem ou não aptos a votar.

Esta isonomia deveria seu uma prática levada a sério pela entidade centenária que representa e defende perante a sociedade brasileira as regras democráticas no jornalismo pátrio.

O que a atual diretoria da ABI parece ainda não ter percebido, dado o seu afastamento da categoria que deveria representar, é a preocupação de jornalistas – novos e tradicionais – espalhados pelo país inteiro, em modificar os rumos e o papel da respeitada ABI no cenário político nacional.

Prova disso, modéstia à parte, é a receptividade que as propostas da Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia têm alcançado não apenas em antigos associados que providenciaram, nos últimos dias, a regularização da situação junto à tesouraria para exercerem o direito ao voto.

Mas também por uma gama enorme de profissionais que jamais se associaram e prometem fazê-lo agora, como os chargistas Aroeira e Paulo Caruso. Além de jovens profissionais que nunca foram despertados para o importante papel que a ABI já desenvolveu na luta pela democracia brasileira. Luta que muitos desejam que ela estivesse encabeçando no atual momento político quando, entre outras ameaças, há o risco de se atropelar a Liberdade de Imprensa.

Censura sem qualquer providência

Não são apenas ameaça, mas verdadeiros ataques que se consumam através de decisões judiciais. Como a que foi deferida no Processo 0032480.80.2018.8.16.0001, da 10ª Vara Cível do Tribunal do Paraná, que desrespeitam a Constituição e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), sem que tenham a devida repercussão que deveriam ter, como ocorreu na recente censura imposta a sites pelo próprio ministro do STF Alexandre de Moraes, que pressionado reviu a decisão.

No processo do Paraná, a juíza Genevieve Paim Paganella, atendendo um pedido da sua colega também magistrada do Paraná, Márcia Regina Hernandez de Lima, determinou, em uma única decisão, a censura em nada menos do que 12 meios de comunicação, a saber: Blogs Tijolaço, Amo Direito (CE), Conversa Afiada (RJ), os portais Mais Goiás (GO), Notícia ao Minuto (PA), Roma News, o Jornal Expresso (CE), Oath Brasil (SP), Painel Político (RO), Tribuna da Internet (RJ) a empresa Globo Comunicação e Participações e Rede Gazeta (ES).

Alertados para o caso pelo presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da ABI, Paulo Jerônimo de Souza, o Pagê – hoje candidato à presidência pela chapa 2, Meirelles, presidente da entidade, e Luís Carlos Azedo, presidente do Conselho Deliberativo, nada quiseram fazer. Alegaram que a Comissão de Liberdade de Imprensa não debatera a questão.

No fundo, deixaram de se debruçar sob o assunto que atinge toda a categoria provavelmente por ele ter sido levado à casa pelo já declarado candidato da oposição.

Nem mesmo depois de Fernando Brito, corajosamente, ter sido o único dos censurados a denunciar a decisão arbitrária imposta ao seu Blog – em 22 de janeiro – a direção da ABI tomou alguma providência. Sequer se solidarizou ou protestou através de nota.

Desta forma, com ações pelegas e omissões graves, a diretoria da centenária ABI mantém práticas coronelistas afastando a entidade do campo de luta em defesa do Estado Democrático de Direito. Em especial, da Liberdade de Imprensa. Provocou assim o seu esvaziamento, levando antigos associados a se afastarem do seu dia-a-dia.

Motivo, portanto, mais do que suficientes para que amplos setores da categoria se empenhem em retomar a direção da Casa dos Jornalistas, através da Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia, constituída democraticamente a partir de um amplo debate de antigos sócios e não sócios.

Uma luta desigual, pelos métodos nada democráticos da atual diretoria, que tenta se reeleger sem conseguir atrair publicamente o apoio de grande número de profissionais do jornalismo.

Desigual, ainda, por conta das omissões que estão sendo demonstradas pela Comissão Eleitoral.

Luta difícil também por envolver uma terceira chapa, que se diz de oposição, e que, pelo que seus próprios componentes admitiram em recente reunião, entra na disputa contando com o apoio e respaldo de pastores evangélicos sem ligações maiores com a profissão,. São liderados por Washington Machado, que em artigos na internet defende que jornalista não pague imposto de renda e tenha descontos em passagens aéreas, como ocorria no passado.

A possível presença de pastores contribuiu para que o respeitado doutor em Literatura, professor, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e associado da ABI, professor Ivan Cavalcante Proença, deixasse aquela chapa. Presença também duramente questionada na referida reunião, no Bar Cariocando, quando os amigos de Proença discutiram a aproximação entre os grupos. A pergunta partiu de uma antiga e respeitada associada e, pelos relatos, ficou sem resposta imediata: "Vão trazer os pastores para a ABI?"

Pelo jeito, pretendem.

(*) Esclarecimento – O autor, editor do Blog, jornalista há 45 anos, é sócio da ABI desde 29 de junho de 1976. Como antigo associado, após se distanciar por alguns anos, participa ativamente da campanha na chapa de oposição "ABI: Luta Pela Democracia". Nas eleições da Casa dos Jornalistas da próxima sexta-feira, pela primeira vez na sua vida profissional estará concorrendo a um cargo de diretoria em entidade de classe, atendendo a pedido de diversos colegas.

 

Aos 111 anos de idade, a tradicional Associação Brasileira de Imprensa – ABI, apesar de resistir e chegar ao século XXI, vive sob o jugo do coronelismo político. Tudo por conta de práticas nefastas de supostas lideranças que não querem perder o cargo, apesar de estarem distanciadas da chamada categoria.

A uma semana de uma nova eleição que definirá quem comandará pelo triênio 2019/2022 a tradicional Casa dos Jornalistas está submetida ao peleguismo de Domingos Meirelles. Este, para não perder o status, atropela práticas democráticas, desrespeita o Judiciário, faz ouvidos moucos às determinações do Conselho Deliberativo da instituição e pouco se importa com o que pensa a categoria.

Vendo ameaçada sua permanência à frente da casa, por conta da mobilização de amplos setores da classe jornalística insatisfeitos com os rumos que ele deu à instituição nos últimos anos, recorre a práticas pelegas e antidemocráticas na vã tentativa de se fixar eternamente na cadeira de presidente da entidade.

Com uma assembleia geral marcada para o dia 25 de abril. quando será deflagrado o processo eleitoral que, na sexta-feira, 26, definirá a próxima direção da casa, a atual diretoria sequer revela quantos jornalistas são sócios da entidade e quais aqueles que hoje, por estarem em dia com a tesouraria, poderão participar do pleito.

 

Dados que Meirelles guarda para si, se beneficiando na tentativa de permanecer à frente da instituição que, nos últimos anos, ajudou a afundar.

Reflexo da inoperância desta atual diretoria está no fato de em 6 de março apenas 270 associados estarem em dia com suas mensalidades. Um número insignificante para uma entidade que, segundo uma listagem incompleta de associados datada de 2013, possuía em seu quadro social cerca de 1.700 pessoas.

Tal listagem relacionava apenas sócios que tiveram seus nomes incluídos no sistema digitalizado. Portanto, estava longe de retratar a totalidade dos associados que a ABI já teve e continua tendo, já que não existe ex-sócio.

ABI desrespeita Estado Democrático de Direito

Existe sim, e em quantidade significante, sócios que, desgostosos com as inúmeras brigas políticas protagonizadas internamente e/ou com o abandono da defesa de tradicionais bandeiras em prol da categoria – como a própria Liberdade de Imprensa – se afastaram e, consequentemente, deixaram de contribuir com as mensalidades. Ajudaram  a agravar a dificílima situação financeira.

Apesar de reiteradas ordens judiciais para que a relação de associados fosse entregue à Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia, primeira de oposição as se registrar no pleito, Meirelles e seus asseclas simplesmente se recusaram a fornecê-la. Ludibriando a Justiça, entregaram apenas a tal listagem com 270 nomes de sócios adimplentes em 6 de março.

Ou seja, em uma prática que não coaduna com a tradição da Casa dos Jornalistas, a levaram a desobedecer a ordem judicial. Mancharam o nome da entidade que ao longo de sua vida defendeu o Estado Democrático de Direito.

Por conta de caprichos e desejos pessoais de se assegurar ao cargo, fazem a ABI desrespeitar o Estado Democrático de Direito que ela sempre defendeu. Tudo em nome de benefícios não para a Casa ou a categoria, mas pessoais.

Votação digitalizada desconhecida

Ao mesmo tempo em que esconde as listas de sócios e eleitores, evitam dar transparência ao processo eleitoral a ser posto em prática. Recusam-se, por exemplo, a convocar, em tempo hábil e com a antecedência necessária, a empresa contratada para desenvolver o software que permitirá o voto à distância pelo site da entidade. Sequer apresentaram o contrato assinado com a mesma anos atrás, alegando não o terem encontrado. Ou seja, confessaram a desorganização.

Desta forma permanecem sem resposta os questionamentos e dúvidas técnicas que a Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia levantou há dias e encaminhou à Comissão Eleitoral. Em consequência, caminha-se para um dos pleitos mais disputados nos últimos anos na ABI sem que os que estão de fora saibam, com clareza, métodos e práticas que serão adotados para garantir a segurança do voto dos eleitores à distância. Nisso encaixa-se também a omissão da Comissão Eleitoral.

Esta, embora “empoderada” pelo Conselho Deliberativo – órgão máximo da instituição  após a assembleia geral – para organizar o pleito com independência, não consegue se mover sem consultas à diretoria executiva que, na sua quase totalidade, é candidata à reeleição, logo parte interessada no mesmo processo eleitoral. Mostra-se dependente, submissa, à diretoria, desrespeitando o que decidiram os conselheiros.

A dependência, aliás, apresenta-se no simples fato de participar da Comissão Eleitoral, como segundo secretário e relator, o associado Luiz Carlos Taveira, candidato ao Conselho Deliberativo pela chapa da situação – a encabeçada pelo atual presidente Meirelles. Ainda que não haja impedimento regimental, sua indicação e sua aprovação pelo Conselho Deliberativo demonstram nenhuma preocupação com a ética, a isonomia entre os concorrentes e a independência da CE.

É apenas um dos muitos exemplos que têm sido vistos diariamente da submissão da Comissão, que deveria ser independente e soberana, à diretoria da entidade, parte interessadíssima no processo eleitoral.

Uma Comissão que se omitiu quando o atual presidente da Casa – candidato à reeleição, repita-se – usou o site oficial da instituição para fazer ataques ao Judiciário e à Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia, sem que houvesse, no mínimo, o devido direito de resposta. Tampouco vez valer a igualdade de condições na disputa providenciando para as demais chapas a relação de associados, independentemente de estarem ou não aptos a votar.

Esta isonomia deveria seu uma prática levada a sério pela entidade centenária que representa e defende perante a sociedade brasileira as regras democráticas no jornalismo pátrio.

O que a atual diretoria da ABI parece ainda não ter percebido, dado o seu afastamento da categoria que deveria representar, é a preocupação de jornalistas – novos e tradicionais – espalhados pelo país inteiro, em modificar os rumos e o papel da respeitada ABI no cenário político nacional.

Prova disso, modéstia à parte, é a receptividade que as propostas da Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia têm alcançado não apenas em antigos associados que providenciaram, nos últimos dias, a regularização da situação junto à tesouraria para exercerem o direito ao voto.

Mas também por uma gama enorme de profissionais que jamais se associaram e prometem fazê-lo agora, como os chargistas Aroeira e Paulo Caruso. Além de jovens profissionais que nunca foram despertados para o importante papel que a ABI já desenvolveu na luta pela democracia brasileira. Luta que muitos desejam que ela estivesse encabeçando no atual momento político quando, entre outras ameaças, há o risco de se atropelar a Liberdade de Imprensa.

Censura sem qualquer providência

Não são apenas ameaça, mas verdadeiros ataques que se consumam através de decisões judiciais. Como a que foi deferida no Processo 0032480.80.2018.8.16.0001, da 10ª Vara Cível do Tribunal do Paraná, que desrespeitam a Constituição e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), sem que tenham a devida repercussão que deveriam ter, como ocorreu na recente censura imposta a sites pelo próprio ministro do STF Alexandre de Moraes, que pressionado reviu a decisão.

No processo do Paraná, a juíza Genevieve Paim Paganella, atendendo um pedido da sua colega também magistrada do Paraná, Márcia Regina Hernandez de Lima, determinou, em uma única decisão, a censura em nada menos do que 12 meios de comunicação, a saber: Blogs Tijolaço, Amo Direito (CE), Conversa Afiada (RJ), os portais Mais Goiás (GO), Notícia ao Minuto (PA), Roma News, o Jornal Expresso (CE), Oath Brasil (SP), Painel Político (RO), Tribuna da Internet (RJ) a empresa Globo Comunicação e Participações e Rede Gazeta (ES).

Alertados para o caso pelo presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da ABI, Paulo Jerônimo de Souza, o Pagê – hoje candidato à presidência pela chapa 2, Meirelles, presidente da entidade, e Luís Carlos Azedo, presidente do Conselho Deliberativo, nada quiseram fazer. Alegaram que a Comissão de Liberdade de Imprensa não debatera a questão.

No fundo, deixaram de se debruçar sob o assunto que atinge toda a categoria provavelmente por ele ter sido levado à casa pelo já declarado candidato da oposição.

Nem mesmo depois de Fernando Brito, corajosamente, ter sido o único dos censurados a denunciar a decisão arbitrária imposta ao seu Blog – em 22 de janeiro – a direção da ABI tomou alguma providência. Sequer se solidarizou ou protestou através de nota.

Desta forma, com ações pelegas e omissões graves, a diretoria da centenária ABI mantém práticas coronelistas afastando a entidade do campo de luta em defesa do Estado Democrático de Direito. Em especial, da Liberdade de Imprensa. Provocou assim o seu esvaziamento, levando antigos associados a se afastarem do seu dia-a-dia.

Motivo, portanto, mais do que suficientes para que amplos setores da categoria se empenhem em retomar a direção da Casa dos Jornalistas, através da Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia, constituída democraticamente a partir de um amplo debate de antigos sócios e não sócios.

Uma luta desigual, pelos métodos nada democráticos da atual diretoria, que tenta se reeleger sem conseguir atrair publicamente o apoio de grande número de profissionais do jornalismo.

Desigual, ainda, por conta das omissões que estão sendo demonstradas pela Comissão Eleitoral.

Luta difícil também por envolver uma terceira chapa, que se diz de oposição, e que, pelo que seus próprios componentes admitiram em recente reunião, entra na disputa contando com o apoio e respaldo de pastores evangélicos sem ligações maiores com a profissão,. São liderados por Washington Machado, que em artigos na internet defende que jornalista não pague imposto de renda e tenha descontos em passagens aéreas, como ocorria no passado.

A possível presença de pastores contribuiu para que o respeitado doutor em Literatura, professor, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e associado da ABI, professor Ivan Cavalcante Proença, deixasse aquela chapa. Presença também duramente questionada na referida reunião, no Bar Cariocando, quando os amigos de Proença discutiram a aproximação entre os grupos. A pergunta partiu de uma antiga e respeitada associada e, pelos relatos, ficou sem resposta imediata: “Vão trazer os pastores para a ABI?”

Pelo jeito, pretendem.

 

(*) Esclarecimento – O autor, editor do Blog, jornalista há 45 anos, é sócio da ABI desde 29 de junho de 1976. Como antigo associado, após se distanciar por alguns anos, participa ativamente da campanha na chapa de oposição “ABI: Luta Pela Democracia“. Nas eleições da Casa dos Jornalistas da próxima sexta-feira, pela primeira vez na sua vida profissional estará concorrendo a um cargo de diretoria em entidade de classe, atendendo a pedido de diversos colegas.

 

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