'Todo preconceito social foi jogado na maconha', diz Drauzio Varella

O médico oncologista Drauzio Varella defende que o fato de a maconha ser ilegal leva a uma ignorância generalizada sobre a droga; somente com a descriminalização, diz ele, será possível quebrar o tabu de se discutir sobre a maconha abertamente; "Todo preconceito social foi jogado na maconha", expõe

'Todo preconceito social foi jogado na maconha', diz  Drauzio Varella
'Todo preconceito social foi jogado na maconha', diz Drauzio Varella


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247 - Onde há maconha, há polêmica. E Drauzio Varella sabe disso. O médico oncologista, que tem um canal no YouTube para debater variados temas de saúde, lançou há dias nessa plataforma a série "Drauzio dichava": cinco episódios nos quais ele aborda a história da cannabis sativa , o preconceito social e racial associado a ela, seus efeitos no cérebro, como e por quem ela é usada hoje e o impacto da política de "guerra às drogas" sobre a saúde da população. A produção da série é da agência Uzumaki, e o primeiro episódio já soma mais de 700 mil visualizações. A entrevista foi concedida ao Jornal o Globo. 

Drauzio Varella defende que o fato de a maconha ser ilegal leva a uma ignorância generalizada sobre a droga; somente com a descriminalização, diz ele, será possível quebrar o tabu de se discutir sobre a maconha abertamente; "Todo preconceito social foi jogado na maconha". 

Ele relata o que o levou a fazer a série dichava. "Maconha é proibido, não é? Não se pode usar, vender... é ilegal. Quando se tem uma coisa ilegal, não se consegue lidar com ela. Só que a quantidade de pessoas que fuma maconha hoje é muito grande. A meninada fuma direto. E não são só eles. Tem muita gente da minha geração que fuma maconha. Mas o fato de não poder discutir esse problema faz com que muitos acreditem que fumar maconha não faz mal, ou então que se trata do pior dos males. Há todo tipo de mito. O fato de não poder discutir dificulta tudo". 

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Ele ressalta que a maconha não é a porta de entrada para outras drogas "Isso é besteira. Está demonstrado em vários estudos que isso não é verdade. Se há uma porta de entrada para outras drogas, ela é o álcool e o cigarro. Há trabalhos que mostram que fumantes têm um risco maior de desenvolver vício por outras drogas". 

O médico também afirma que há um tabu em relação à maconha "Sim, e isso tem raízes sociais. A maconha foi apresentada à sociedade brasileira como a "erva do diabo", muito associada aos negros. Todo preconceito social foi jogado na maconha. Eu lembro que, quando eu era adolescente, diziam que cocaína era droga de rico, e maconha, de engraxate. Cocaína era da elite, era cara. Maconha era uma droga mais barata, mais acessível à população mais pobre. E olha o que aconteceu com a cocaína hoje, não custa mais nada, é acessível a qualquer um. E depois o crack, que tem muito risco de provocar compulsão". 

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