'Juízes nas redes são um perigo à democracia', diz desembargador

"Juízes que se rotulam a si mesmos quando escrevem e juízes que são a expressão da patuleia da rede, nela incluídos os robôs, são o iminente e mais potente perigo ao mundo liberal e à democracia!", diz o desembargador Ney Bello

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247 - Em tempos de redes sociais, em que juízes e promotores utilizam suas páginas pessoais para falar sobre processos e posições políticas, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Ney Bello, professor da Universidade de Brasília (UnB), critica a frequência de magistrados em Facebook, Twitter ou outros meios e diz que tal conduta rtepresenta um perigo à democracia.

"Juízes que se rotulam a si mesmos quando escrevem e juízes que são a expressão da patuleia da rede, nela incluídos os robôs, são o iminente e mais potente perigo ao mundo liberal e à democracia!", enfatiza.

Segundo ele,  ao tomar partido de lutas políticas, os magistrados "expressam previsibilidade quanto às suas decisões futuras"

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"Viram parte sociologicamente interessada. Fazem isso num momento delicado em que as questões de direito penal estão mais epidermicamente intrincadas com a política", alerta o magistrado, reforçando que tal conduta leva os juízes a decidir "conforme o entender majoritário da democracia dos alienados, dos perdidos nas redes sociais e unidos por alguma última neurose construída no último tweet, de um milhão de curtidas".

Para o desembargador, essa postura nas redes sociais gera a "fulanização da profissão", pois diferentemente das redes sociais, a lei existe como parâmetro de decisão e os fatos como pressuposto de realidade para decisões sobre estes mesmos fatos.

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"Quando a visão de mundo desconectada de parâmetros de realidade ou de veracidade científica contamina os juízes e funciona como maré de sizígia sobre as atividades dos julgadores, a impressão que temos é que estamos mergulhados numa epidemia de realidade paralela", diz.

E conclui: "Quando a maré baixar, a onda quebrar, a manada dissolver-se nas pradarias, então será a hora de recolhermos os corpos da coerência. Será o caso de torcermos para os cadáveres em decomposição não terem ocupado todo o solo, matado as flores que teimam em crescer no jardim".

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