Mercadante: Brasil teve a maior manifestação da história da educação

Em entrevista à TV 247, o ex-ministro fez um balanço das manifestações de 15 de maio que levaram dois milhões de pessoas às ruas; "Um dia histórico. Na minha avaliação, e olha que eu comecei a militar na educação em 1973, seguramente essa é a maior manifestação da educação na história do país", disse; assista

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247 - O ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante falou à TV 247 na última quarta-feira, 15 de maio, quando ao menos dois milhões de pessoas foram às ruas, somados os balanços dos organizadores das mais de 200 cidades do País, e avaliou que esta foi a maior manifestação da história da educação brasileira. Os atos foram em defesa da educação e contra os cortes de verbas para as universidades anunciado pelo atual ministro da área, Abraham Weintraub, que chegam a 30% do repasse atual.

"Um dia histórico. Na minha avaliação, e olha que eu comecei a militar na educação em 1973, seguramente essa greve geral da educação e o tamanho das manifestações é a maior manifestação da educação na história do país. Eu acho que nós não temos nenhum outro momento com essa dimensão, toda a educação se moveu, inclusive um setor importante da educação privada. Em São Paulo, colégios importantes também paralisaram e universidades como a PUC, Mackenzie e outras também aderiram ao movimento. Seguramente foi a maior greve, a maior mobilização da Educação".

Ele lembrou de alguns atos no estado de São Paulo e demais regiões do país. "Tem uma coordenação nacional acompanhando e recebendo as informações e balanços de estado por estado. Em alguns estados, já tinham chegado informações de manifestações em mais de 50 cidades, inclusive São Paulo e cidades-pólo. O ato em Ribeirão Preto foi gigantesco, Piracicaba, Sorocaba, Campinas, ABC, Osasco, na capital, esse da Paulista, foi monumental a manifestação, Belo Horizonte foi um ato gigantesco, Fortaleza é um mar de gente, a Bahia, Salvador, não só Salvador mas o sul da Bahia também, o recôncavo, todos os câmpus dos Institutos Federais - são 600 câmpus e todos foram para a rua. Então é uma coisa muito forte, muito descentralizada e que teve presente do Acre ao Rio Grande do Sul".

O ex-ministro ressaltou que a iniciativa do levante contra os cortes partiu da classe dos trabalhadores da educação e, depois, as demais alas aderiram. "É verdade que as universidades entraram com muito peso porque elas foram muito agredidas, agrediu área de humanidades, filosofia, sociologia, agrediu a qualidade da ciência produzida nas ciências humanas, desmereceu as bolsas de estudo, a universidade de forma geral mas essa mobilização, o início dela foi uma convocação da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação que pega, basicamente, o ensino público básico. Foram os professores da educação básica, depois os servidores da educação básica, depois entrou a UBES e depois entraram as universidades, com muita força e coesas".

Sobre Weintraub e o primeiro ministro da Educação do governo do presidente Jair Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodriguez, Mercadante fez duras críticas e ressaltou que uma procuradora do Ministério Público está entrando com uma representação contra os cortes. "A forma como eles conduziram esse processo é inacreditável, nós tivemos um ministro aí por quase quatro meses que não conseguiu tomar uma iniciativa, o Ricardo Vélez, tudo que ele propôs era ilegal, inconsistente, precário, esse ministro não tem um programa novo, uma iniciativa. Ele tem um discurso ideológico, obscurantista, retrógrado, começou dizendo: 'vou cortar de três universidades porque têm balbúrdia, porque fazem atos políticos que eu não aceito', isso é crime, o que ele disse, é o princípio da impessoalidade, ele não pode tomar uma medida unilateral dessa natureza e inclusive o Ministério Público, a procuradora Deborah Duprat está entrando com uma representação mostrando que não há base legal para o que eles estão fazendo e aí eles recuaram e estenderam o corte de 30% no custeio para todas as universidades".

Aloizio Mercadante também rebateu os ataques à universidades e as fake news relacionadas a elas. "E continuaram insistindo, dizendo que precisa ter PM na universidade, acabar com essa ideia de autonomia universitária. Por que a polícia não pode entrar? Não pode entrar porque não precisa entrar, não é esse o problema da universidade, não são verdade essas fake news de que os estudantes estão pelados, estão vendendo droga, não é verdade. Tem 1,5 milhão de estudantes estudando, são as melhores universidades do Brasil as universidades públicas, são 95% das pesquisas, a pesquisa é a base da ciência da tecnologia e da inovação, as universidades são, na sociedade contemporânea, o grande depósito de todo o conhecimento que a humanidade construiu, é dali que você constrói valores mais civilizados para uma cultura de paz de convivência".

Em viagem a Dallas, nos Estados Unidos, após ser expulso de Nova York, Bolsonaro declarou que os estudantes brasileiros são "idiotas úteis" e que estão sendo usados como "massa de manobra". Sobre a fala de Bolsonaro, Mercadante disse que o presidente não respeita as ruas e as manifestações sociais. "Eu achei as declarações dele próprias dele e são de uma inabilidade, grosseria, despropósito. Você não respeitar as ruas e as manifestações sociais, nós vivemos com intensas manifestações em 2013 e ganhamos a eleição em 2014, dialogando com as ruas, mesmo porque nós nascemos nas ruas. Buscamos ouvir os recados, ver o que era possível atender mas não, esse governo é sempre uma coisa arrogante, sempre ideologizado, sempre um discurso precário intelectualmente, politicamente truculento e ele dizer que são idiotas, que os manifestantes são idiotas, pelo menos um milhão de pessoas nas ruas, centenas de milhares de pessoas saindo às ruas, professores, estudantes, pais de alunos e alguns que não foram nas pequenas cidades mas que são solidários a esse sentimento, a essa reação e a essa atitude".

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