STF retoma debate sobre criminalização da homofobia

O STF retoma o julgamento de duas ações que pedem a criminalização de atos de discriminação contra a população LGBT, a homofobia; o tema começou a ser debatido em fevereiro, sendo que quatro dos 11 ministros já votaram a favor de que seja aplicada a Lei de Racismo em casos de homofobia

STF retoma debate sobre criminalização da homofobia
STF retoma debate sobre criminalização da homofobia (Foto: Paulo Pinto/Agência PT)


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247 - Após três meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (23) o julgamento de duas ações que pedem a criminalização de atos de discriminação contra a população LGBT. O tema começou a ser debatido em fevereiro e após quatro dos 11 ministros votarem a favor de que seja aplicada a Lei de Racismo em casos de homofobia até que uma lei específica seja criada pelo Congresso, o julgamento foi suspenso.

O ministro Celso de Mello, relator de uma das ações, apresentou seu voto, defendendo que o fato do Congresso não ter legislado sobre o tema é uma "evidente inércia e omissão".

Ele afirmou ainda que o conceito de racismo se aplica à discriminação contra grupos sociais minoritários e não só contra negros.

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O ministro Edson Fachin, relator da outra ação, endossou a tese do decano Celso de Mello, afirmando haver uma "gritante ofensa a um sentido mínimo de justiça" provocada pela "omissão legislativa".

Os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso seguiram o voto dos relatores. Com isso, faltam apenas dois votos favoráveis para que a chamada LGBTfobia seja interpretada como racismo no Brasil.

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"O direito penal existe para defender a sociedade e também minorias e grupos sociais vulneráveis", diz o advogado Paulo Iotti, autor de uma das ações impetradas.

O advogado destaca que o próprio STF considerou o antissemitismo um tipo de racismo, definido como "toda ideologia que prega a superioridade/inferioridade de um grupo relativamente a outro" em um julgamento de 2003, e pede que o mesmo agora seja aplicado à homofobia e à transfobia.

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"Queremos igual proteção penal. Se você criminaliza alguns tipos de opressão e não outras, passa uma ideia sinistra de que são menos relevantes. Não se pode hierarquizar opressões", defende.

 

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No mundo

Reportagem da BBC Brasil traz um levantamento da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA, na sigla em inglês), que reúne mais de 1,3 mil grupos de defesa de direitos LGBT, mostra que 43 países - ou 23% dos Estados-membros da ONU - já têm legislações contra crimes de ódio motivados pela orientação sexual da vítima.

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Estas leis estabelecem crimes específicos ou consideram o motivo um agravante para elevar penas de crimes comuns. Em 39 países, há leis que punem discursos que incitam o ódio contra esse público.

 

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