“Bolsonaro tem que ser derrubado pelas ruas”, diz Rui Costa Pimenta

Para o presidente do PCO, "temos que explorar a crise do Bolsonaro nas ruas"; em entrevista à TV 247, Rui defendeu enfaticamente a bandeira do "fora Bolsonaro" e disse que democracia é a soberania popular; "A decisão tem que vir para o povo, isso é a democracia, e não o que a instituição diz", afirmou; assista

“Bolsonaro tem que ser derrubado pelas ruas”, diz Rui Costa Pimenta
“Bolsonaro tem que ser derrubado pelas ruas”, diz Rui Costa Pimenta


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247 - O presidente do PCO, Rui Costa Pimenta, reforçou sua defesa na bandeira "fora Bolsonaro" em conversa com a TV 247 nesta semana, quando começou-se a especular uma eventual queda do presidente Jair Bolsonaro. Para ele, em uma eventual queda do capitão, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, teria muita dificuldade para governar, porque já seria um governo que surgiria da crise. O líder político também defendeu novas eleições, para que a decisão do próximo passo no cenário venha do povo.

Contrariando o argumento de que a queda de Bolsonaro favoreceria o governo de Mourão, o presidente do PCO afirmou que a saída do atual presidente deixaria o próximo governo muito enfraquecido. "Essa tese de que é fazer o jogo da direita não tem sustentação porque ela é tese institucional, significa assim: você derruba o governo, entra o vice, que legalmente seria o representante, pronto, está concluída a operação toda. Não é assim. Se o governo Bolsonaro for derrubado, o que nós vamos ter é uma crise, veja bem, estamos no quinto mês de governo, quer dizer, não é uma crise no terceiro ano. Para que um governo com o Mourão, vamos supor que isso aconteça, se sustentasse seria necessário muito malabarismo, o governo ficaria extremamente enfraquecido. Nós não podemos pensar simplesmente em resultados finais, a política se faz por uma luta contínua, você tem um objetivo final mas você vai valorizando os resultados parciais obtidos. Um enfraquecimento desse governo de extrema-direita seria uma grande vitória popular, e a saída do Bolsonaro e entrada do Mourão não fortaleceria o Mourão. Acho que em primeiro lugar a tese é falsa por isso".

Ele complementou dizendo que é preciso analisar os fatos de maneira dinâmica, o que resulta enxergar o enfraquecimento de Bolsonaro, sendo também o enfraquecimento de todo o governo. "Temos que ver a coisa primeiro de um ponto de vista dinâmico porque é uma tendência, e muita estimulada por analistas, a ver uma a coisa de um ponto de vista estático, então sai o Bolsonaro e entra o Mourão, que é forte, não é bem assim. o movimento que derrubou o Bolsonaro enfraquece todo mundo, então, lógico, o Mourão talvez tivesse uma capacidade de administração, mas ele já vai pegar um governo baleado pela população, ele vai pegar um governo já desgastado, exaurido e, portanto, é uma crise, a crise vai continuar".

Mesmo que não prevista na Constituição, a única saída democrática para o país com a queda de Bolsonaro seria novas eleições, defendeu ainda. "Tem um segundo problema, as manifestações do dia 15 mostraram que todo mundo quer o Bolsonaro fora. Se existe essa tendência de 'fora Bolsonaro', e ela é muito forte, a gente tem que levantar a única saída democrática. Se o povo rejeita o Bolsonaro ele não quer o Mourão, então nós já estamos levantando a palavra de ordem de eleições gerais ou novas eleições, quer dizer, é uma palavra de ordem contra a fraude, é uma saída democrática mesmo que ela não esteja prevista institucionalmente. Nós estamos aqui colocando a coisa nas mãos da população, na mobilização. Se toda a esquerda saísse à rua e falasse 'fora Bolsonaro' e 'novas eleições' a tentativa de substituir o presidente pelo vice, na eventualidade de uma queda do presidente, ela já seria frustrada de antemão".

Ele também afirmou que é necessário confiar que as pressões populares interfiram nos fatos políticos e ressaltou que democracia é soberania popular, não o que dizem as instituições. "Nós temos que confiar que a vontade popular expressa nas ruas pode produzir novos fatos políticos além daqueles que são institucionais porque finalmente nós estamos diante de um problema antigo na política , que é o enfrentamento entre o liberalismo político, que tenha diretamente a ver com o liberalismo econômico, e a democracia. Para o liberal, a democracia são as instituições, para o democrata antigo, a democracia é o povo, a soberania popular. Então nós temos que adotar essa segunda perspectiva porque a primeira é muito reacionária. Você cria instituições engessadas e você não consegue andar para frente, então nós temos que dizer que a decisão tem que vir para o povo, isso é a democracia, e não o que a instituição diz, até porque a direita pisoteou todas essas instituições".

Sobre uma possível chegada de Mourão ao poder, Rui avaliou que a luta popular deve continuar. Ele pontuou ainda que a saída de Bolsonaro exigida pelo povo seria muito mais importante do que apenas uma jogada da elite. "Na realidade todo esse movimento é contra o ataque às liberdades democráticas, que começou com o golpe de 2016, e a política neoliberal que esse governo vem levando adiante. Em um certo sentido, a continuidade da luta estaria dada, o problema é ver se a gente conseguiria a mesma intensidade da mobilização. É um ganho muito importante se a população 'quebrar as pernas' do Bolsonaro, não é a mesma coisa se, por cima, o centrão e os militares removerem o Bolsonaro, ele tem que ser derrubado na rua".

Questionado se a esquerda deveria iniciar um processo de impeachment contra o presidente, Rui avaliou que é importante manter a queda de Bolsonaro fora do terreno institucional. "O pedido de impeachment desloca toda a situação política para o terreno institucional. Eu acho que nós temos que explorar a crise do Bolsonaro nas ruas, então, por exemplo, não está colocada a saída do Bolsonaro do ponto de vista das instituições mas está colocada do ponto de vista da mobilização popular, nós não podemos ter uma visão exclusivamente institucional. Democracia é o povo na rua".

Para ele, se a população derrubar Bolsonaro, a iniciativa de propor um novo governo permanece nas mãos do povo. "Se o Bolsonaro, que é um governo muito comprometido - isso não dá para ignorar -, o pessoal pode achar que ele não está para cair, mas a mobilização da quarta-feira colocou o governo totalmente em xeque, não é ainda um xeque-mate mas é um xeque. É o começo de uma sequência que poderá muito facilmente resultar em um xeque-mate. Aqui também se coloca o seguinte problema: se o governo tem a possibilidade de cair, quem é que vai tomar a iniciativa em derrubá-lo? Porque quem tomar a iniciativa vai ter também a iniciativa na substituição e na continuidade da política. Se o governo for derrubado na rua, a iniciativa é do povo, se o governo for derrubado por cima, a iniciativa fica com quem derrubou".

Inscreva-se na TV 247 e assista à entrevista na íntegra:

 

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