EUA: Desarmamento ilusório

Os desarmamentistas americanos têm um problema prático gigantesco para embasar seu discurso: com sucessivos recordes na venda de armas, a criminalidade nos EUA despenca pelo décimo ano consecutivo



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Continuo assistindo, lendo e ouvindo alguns analistas - e outros ditos especialistas -, com grande euforia, dizer que os EUA preparam uma ação de desarmamento. Como afirmo a cada vez que ouço, aqui reitero: isso é uma bobagem gigantesca, fruto de desinformação ou de torcida ideológica.

A questão levantada, de maiores restrições às armas, ocorrem naquele país desde, pelo menos, a década de 80. Praticamente todos os presidentes norte-americanos tiveram durante os seus mandatos uma ou mais ocorrências que levantavam o debate sobre armas, e a resposta, sempre retórica, foi o discurso em prol de maiores restrições. Mas estas nunca efetivamente vingaram.

A única breve exceção ocorreu no governo também democrata de Bill Clinton, que aprovou a chamada Lei Bredy. Por ela, como a que é discutida agora, se proibia a venda de armas do tipo "fuzil de assalto" e se limitava a quantidade de munições em um carregador para o máximo de 20 tiros. A lei durou exatos 10 anos, e depois de análises e mais análises o FBI constatou que não trouxe qualquer benefício. E por essa razão perdeu sua validade.

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Os desarmamentistas americanos têm um problema prático gigantesco para embasar seu discurso: com sucessivos recordes na venda de armas, a criminalidade nos EUA despenca pelo décimo ano consecutivo, chegando a patamares somente vividos em 1960. Por isso, usam tanto, quase como se os ansiassem, o derramamento de sangue inocente, em especial crianças, para começar a gritaria geral sobre maiores controles.

É bom lembrar que na década de 90 vários estados americanos começaram a liberar o porte de arma velado, com pouca ou até nenhuma restrição. Empresas particulares, como uma famosa cafeteria, uma das maiores dos EUA, também começaram a permitir – e até incentivar - que seus clientes entrassem armados, velada ou ostensivamente. Há estados que liberaram o porte até mesmo em bares. Não é preciso dizer que os profetas do fim do mundo afirmaram que haveria banhos de sangue diários. Estão esperando que isso aconteça até hoje, pois não houve um só caso grave.

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O que se mostra muito pouco – mais uma vez digo que por desconhecimento ou ideologia – é que, desde o ataque na faculdade de Virginia Tech, o que realmente se discute nos EUA é se devem existir as chamadas "gun free zones", ou seja, locais onde ninguém pode entrar ou permanecer armado. Essas zonas livres de armas são obviamente um convite aos malucos de plantão que querem causar o maior trauma possível, e isso significa causar o maior número de baixas, para os que escolhem os locais onde a sua chance é maior.

Nenhum veículo nacional teve a coragem de noticiar que o assassino do cinema de Aurora, embora tivesse cinemas maiores há poucas quadras de sua casa e que também estreavam o filme Batman, escolheu exatamente o único da cidade que não permitia que seus clientes entrassem armados. E como o cidadão de bem respeita a lei, naquela noite fatídica, o único a entrar armado foi o maníaco.

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Em outra ocorrência, poucos dias depois, um namorado violento invadiu um shopping armado, atirou em sua namorada e em mais uma pessoa. Continuaria o massacre se não houvesse um cidadão armado. Ao ver que enfrentaria reação, refugiou-se em uma loja e atirou contra si mesmo.

Tais ocorrências são menosprezadas pela imprensa de uma forma geral, mas não pelos legisladores e pelo americano médio - incluindo vários xerifes, que já afirmaram que qualquer agente federal que ouse tentar tomar as armas de seus cidadãos será imediatamente preso. Lá, elas não fortalecem a ilusão do desarmamento, mas o fim dos locais onde ninguém pode entrar legalmente armado e, consequentemente, reagir a um eventual ataque.

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Não há proteção na negação e, portanto, a única forma de barrar um maluco armado é havendo alguém armado, treinado e disposto a enfrentá-lo. Chega de falsas ilusões aplaudidas pelos "especialistas" de um país com mais de 50 mil assassinatos por ano.

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