Janot diz que Estado foi tomado por uma quadrilha

O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concede hoje uma longa entrevista ao jornal O Globo; ele diz que omissões pontuais de sua denúncia contra Michel Temer não invalidam nem contaminam as provas colhidas duranta as investigações; Janot afirma que o acordo de delação com Joesley Batista foi importantíssimo para desvendar a organização criminosa que se apropriou do poder público brasileiro

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante a 22ª Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul (REMPM) (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante a 22ª Reunião Especializada de Ministérios Públicos do Mercosul (REMPM) (Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Foto: Gustavo Conde)


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247 – O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, concede hoje uma longa entrevista ao jornal O Globo. Ele diz que omissões pontuais de sua denúncia contra Michel Temer não invalidam nem contaminam as provas colhidas duranta as investigações. Janot afirma que o acordo de delação com Joesley Batista foi importantíssimo para desvendar a organização criminosa que se apropriou do poder público brasileiro.

Leia trechos da entrevista:

“Foi um acordo importantíssimo para desvendarmos toda organização criminosa que se apropriou do poder público brasileiro. As informações, provas e a proatividade dos colaboradores foram medidas nas denúncias feitas contra o presidente em exercício Michel Temer e nas investigações que seguiram. Ele responde a duas denúncias e duas investigações criminais, que decorrem dessa colaboração. Acredito que essa foi uma das colaborações premiadas que mais auxiliaram o combate à corrupção no Brasil. O que se passou depois foi um outro fato. Os colaboradores não souberam se comportar à altura e, agora, estão sofrendo a possibilidade de ter os seus acordos rompidos, o que não prejudica as provas obtidas. Nós tivemos dois acordos de colaboração premiada muito sensíveis. O primeiro da Odebrecht, difícil pela sua extensão, 78 colaboradores. Exigiram do Ministério Público Federal muito aplicação e criatividade. Mas esse da J&F foi o acordo em que nós chegamos à cabeça da organização criminosa, por isso foi muito importante. Atingiu um presidente da República em exercício que, depois de três anos e meio da Lava-jato, continuava praticando atos que queria. Achava que era imune a qualquer investigação do Ministério Público. E nenhum cidadão é. Chegamos ao virtual futuro presidente da República (senadorAécio Neves), que também continuava praticando atos e se acreditava imune. Esse é o quadro que eu desenho de um ano depois dessa colaboração da J&F.

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(...)

A gente precisa entender as duas situações. A situação do presidente Michel Temer, em razão da relevância do cargo que ocupa, para que seja processado criminalmente necessita autorização da Câmara. E a Câmara, fazendo um juízo político, não permitiu o prosseguimento do processo penal, que já existe. Então ele vai responder depois que deixar o seu mandato. Quanto ao senador Aécio Neves, virtual futuro presidente da República, é réu em um processo penal. E réu num processo admitido pelo Supremo Tribunal Federal em razão da colaboração premiada feita pelos executivos da J & F. Então eu acho que mudou muito. Temos um presidente da República que responde a dois processos penais, suspensos por decisão política da Câmara – e sobre isso eu não me pronuncio. E responde a mais duas investigações no STF. Isso não é pouco. Não consigo vislumbrar exemplos em outros países. Isso não é pouco. O Brasil mudou, tem indignação na rua e tem uma atuação profissional na atuação no campo judicial.”

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Leia a entrevista completa aqui, no site do jornal O Globo.

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