O que Ciro tem a oferecer aos aliados?

O quadro só não é mais difícil porque se a esquerda tem Lula como líder absoluto nas pesquisas e qualquer candidato indicado por ele, é dado como nome certo e um eventual segundo turno. A centro-direita não consegue ter um candidato e na extrema-direita, o pré-candidato Jair Bolsonaro estagnou. É nisso que Ciro aposta no momento procurando DEM e PP e mudando o tom do discurso esquerdista que vinha adotando desde no início da sua pré-campanha

Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, discursa em evento com sindicalistas em São Paulo 27/04/2018 REUTERS/Nacho Doce
Pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, discursa em evento com sindicalistas em São Paulo 27/04/2018 REUTERS/Nacho Doce (Foto: Fatima 247)


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Ceará 247 - O presidenciável do PDT, Ciro Gomes, está numa fase errática de campanha. A quatro meses das eleições, Ciro tem oscilado entre buscar apoios à esquerda e à direita, criando ainda mais dificuldades para consolidar sua pré-candidatura e tornar seu nome competitivo.  

À esquerda, Ciro já se convenceu que não terá possibilidades de conseguir o apoio do PT em uma eventual não candidatura de Lula. Caso o ex-presidente não possa mesmo ser candidato, o partido deve indicar outro nome entre seus próprios quadros e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Hadadd é o nome mais cotado no momento.

O PSB está dividido entre PT e PSDB. O núcleo dirigente mais forte do PSB está em Pernambuco, onde o governador pernambucano, Paulo Câmara busca o apoio do PT para facilitar sua reeleição, com a retirada do nome de Marília Arraes (PT), que empata com o governador, segundo as últimas pesquisas de intenção de voto. A senadora e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann já anunciou que a estratégia nacional se sobrepõe aos interesses locais. Em São Paulo, o governador Márcio França negocia sua reeleição com o tucano, também pré-candidato, Geraldo Alckmin.

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O PCdoB tem a candidatura de Manuel D'Ávila e a reeleição do governador Flávio Dino como prioridades para as negociações de qualquer aliança.

Concretamente, o cacife político de Ciro Gomes para conversar com aliados regionais são 2 governadores, uma vice-governadora, 2 prefeitos de capital, 335 prefeitos de cidades do interior e uma bancada de 19 deputados na Câmara Federal. Na lógica eleitoral, Ciro tem pouco a oferecer, além do seu próprio nome e a vaga de vice, numa eleição em que ele patina nos 5% há meses.

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O quadro só não é mais difícil porque se a esquerda tem Lula como líder absoluto nas pesquisas e qualquer candidato indicado por ele, é dado como nome certo e um eventual segundo turno. A centro-direita não consegue ter um candidato e na extrema-direita, o pré-candidato Jair Bolsonaro estagnou. É nisso que Ciro aposta no momento procurando DEM e PP e mudando o tom do discurso esquerdista que vinha adotando desde no início da sua pré-campanha.

Há pouco mais de uma semana, o coordenador da campanha de Ciro, seu irmão Cid Gomes havia minimizado as conversas com o DEM e o PP dizendo que a prioridade era a conversa com PSB e PCdoB. Agora, Ciro promete abrir espaço no seu programa de governo para atrair os partidos da centro-direita.

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Difícil vai ser compatibilizar o discurso da sua política econômica com os interesses dos que estão destruindo a economia brasileira e ao mesmo tempo, conquistar a confiança de eventuais aliados, com esses movimentos erráticos.

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