Alencastro: abolição foi para evitar reforma agrária

Em entrevista à BBC, o historiador Luiz Felipe de Alencastro diz que a abolição brasileira foi um meio de se evitar a reforma agrária e que o processo abolicionista foi um estratagema das elites; ele afirma que o Brasil demorou a encarar o problema da escravidão porque foi o país que mais importou escravos: "o Brasil foi o último porque foi o que mais importou africanos - 46% de todos que foram trazidos coercitivamente para as Américas; esse volume assombroso de africanos que chegou aqui acorrentado era considerado como uma propriedade privada; isso cria uma dinâmica em que a propriedade escrava era muito importante"

Em entrevista à BBC, o historiador Luiz Felipe de Alencastro diz que a abolição brasileira foi um meio de se evitar a reforma agrária e que o processo abolicionista foi um estratagema das elites; ele afirma que o Brasil demorou a encarar o problema da escravidão porque foi o país que mais importou escravos: "o Brasil foi o último porque foi o que mais importou africanos - 46% de todos que foram trazidos coercitivamente para as Américas; esse volume assombroso de africanos que chegou aqui acorrentado era considerado como uma propriedade privada; isso cria uma dinâmica em que a propriedade escrava era muito importante"
Em entrevista à BBC, o historiador Luiz Felipe de Alencastro diz que a abolição brasileira foi um meio de se evitar a reforma agrária e que o processo abolicionista foi um estratagema das elites; ele afirma que o Brasil demorou a encarar o problema da escravidão porque foi o país que mais importou escravos: "o Brasil foi o último porque foi o que mais importou africanos - 46% de todos que foram trazidos coercitivamente para as Américas; esse volume assombroso de africanos que chegou aqui acorrentado era considerado como uma propriedade privada; isso cria uma dinâmica em que a propriedade escrava era muito importante" (Foto: Gustavo Conde)


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247 - Em entrevista à BBC, o historiador Luiz Felipe de Alencastro diz que a abolição brasileira foi um meio de se evitar a reforma agrária e que o processo abolicionista foi um estratagema das elites. Ele afirma que o Brasil demorou a encarar o problema da escravidão porque foi o país que mais importou escravos: "o Brasil foi o último porque foi o que mais importou africanos - 46% de todos que foram trazidos coercitivamente para as Américas. Esse volume assombroso de africanos que chegou aqui acorrentado era considerado como uma propriedade privada. Isso cria uma dinâmica em que a propriedade escrava era muito importante. Muita gente tinha escravos. Nas cidades havia gente remediada que tinha um ou dois escravos. Os estudos mostram que a propriedade escrava no Brasil era muito mais difundida que na Jamaica ou no Sul dos Estados Unidos. Assim, muita gente, e não só os fazendeiros, achava que o país ia se arruinar se parasse de trazer africanos. Quase tudo dependia do trabalho escravo e da chegada dos africanos".

"No Brasil, a escravidão não era como nos Estados Unidos. Lá, a escravidão era regional, no Sul. No restante do país, havia uma economia agrícola independente e movimentos abolicionistas. Já no Brasil a escravidão era nacional, no país inteiro, e não havia um setor camponês independente. Por isso, o abolicionismo não tinha como crescer em regiões circunvizinhas às zonas escravistas. Como foi nos Estados Unidos? O norte do país, não escravista, elegeu Abraham Lincoln, do partido republicano, e que era contrário à expansão do escravismo nos novos territórios dos EUA e buscava uma solução negociada para extingui-lo nos estados onde ele existia. Isso causou a ruptura dos estados sulistas com a União. Ocorreu então uma guerra civil para acabar com a escravidão, uma guerra sangrenta, que traumatiza até hoje o país. Aqui não existia nenhuma parte do território em que a escravidão fosse ilegal. Então, mesmo que houvesse 60 escravos no Amazonas na mão de alguns senhores, esse grupo fechava com o partido escravocrata no Parlamento. Havia uma espécie de união nacional em torno do tráfico negreiro e da escravidão."

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