Sara Winter, que pode ser secretária da Mulher, ataca Wagner Moura
Possível secretária do governo Bolsonaro, que se autointitula antifeminista, chama o diretor do filme 'Marighella' de "racista"; o motivo, segundo ela, foi o fato de Wagner Moura, um homem branco, ter escolhido um ator negro para viver um "bandido branco"; o guerrilheiro, no entanto, era filho de uma mulher negra, neto de escravos africanos e alvo de racismo até entre parlamentares
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247 - Sara Winter, que se autointitula antifeminista e pode ser nomeada Secretária da Mulher do ministério de Damares Alves - Direitos Humanos, Família e Mulher, tenta minimizar o sucesso que o filme "Marighella" tem feito antes mesmo de estrear no Brasil. A obra dirigida por Wagner Moura estreou sob aplausos no Festival de Berlim no final da última semana, com um discurso do elenco de protesto contra o fascismo e o preconceito que faz parte do atual governo. O nome de Wagner Moura e do filme ficaram entre os assuntos mais comentados nas redes sociais no fim de semana.
O gancho encontrado por Sara Winter para atacar o diretor pelo filme sobre o guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar foi chamá-lo de racista. O motivo, segundo ela, é o fato de Wagner Moura, um homem branco, ter escolhido um ator negro (Seu Jorge) para viver um "bandido branco". Filho de uma mulher negra, a baiana Maria Rita do Nascimento, e neto de escravos africanos, no entanto, o guerrilheiro se considerava negro e era visto como tal à época. Seu pai era imigrante italiano.
Em sua conta no Twitter, o jornalista Mário Magalhães, autor da biografia "Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo", lembra um episódio que comprova o fato, quando foi alvo de racismo durante seu mandato como deputado federal constituinte pelo PCB baiano. Confira:
Racismo (1): inimigos de Marighella sabiam que ele não era branco. Em 1947, o deputado Marighella criticou colega que levara um carro (a "Baronesa") da Câmara para a Bahia. Altamirando Requião reagiu: "Não permito que elementos de cor, como V. Ex.ª, se intrometam no meu discurso" pic.twitter.com/RFiuACU7Cx
— Mário Magalhães (@mariomagalhaes_) 18 de fevereiro de 2019
A militante que se diz "pró-vida" e "pró-família" tenta ainda desmerecer o sucesso do filme em Berlim. "A única coisa que o Wagner Moura ganhou em Berlim foi um beijo do Jean Wyllys, ou seja: nem prêmio de consolação decente o cara teve", disparou.
O racismo começa quando um BRANCO escolhe um NEGRO para fazer o papel de um BANDIDO BRANCO.
— Sara Winter (@_SaraWinter) 18 de fevereiro de 2019
Branco também pode ser bandido, viu Wagner Moura, roubar não é uma atividade somente de pessoas negras e sua escolha para o filme foi racista e infeliz!
Agora os esquerdistas estão relativizando a cor do Marighella, dizendo "mas ele era negro", "era pessoa não branca", passando a mão na cabeça do Wagner Moura e encobrindo seu racismo.
Filhos, o Wagner fez cagada, cobrem dele, ceis não tem moral de fazer isso não?— Sara Winter (@_SaraWinter) 18 de fevereiro de 2019continua após o anúncio
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