Temores da inflação

A taxa de juros subiu. Chegamos a 10,5% a.a. Mudança na política econômica? O governo retomará a responsabilidade e a utilização da prudência plena?



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A taxa de juros subiu. Chegamos a 10,5% a.a. Mudança na política econômica? O governo retomará a responsabilidade e a utilização da prudência plena? Conduziremos o país para recuperar a completa credibilidade institucional? Será que as mensagens institucionais emitidas aos investidores externos confirmaram um fluxo de capital positivo de investimentos?

A alta dos juros é uma comprovação da falta de coordenação econômica. A dosagem superdimensionada demonstra que o Banco Central não confia nos instrumentos e na aplicação das ferramentas do agente Fazendário na formulação da política econômica.

O cenário traçado para o curto prazo é de aperto monetário, alta no índice inflacionário e nas tarifas. Aumento salarial sem ganho de produtividade apenas coloca lenha na fogueira da inflação.

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A elevação do combustível de forma abrupta causará sérios desequilíbrios, e seu represamento é resultado de uma política de preços descolada do mercado, uma vez que sua evolução estivera desequilibrada via controle estatal. O governo optou por desvirtuar a precificação do combustível como forma de amenizar o fracasso e a desarticulação da política econômica.

Ainda para os combustíveis, agrava-se a questão da entresafra nas usinas de etanol, que fará com que os preços sejam ainda mais pressionados a sofrer elevação.

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A ineficiência começara a cobrar seu preço em 2014, e deverá penalizar os dois primeiros anos do próximo governo eleito. Significa dizer que não há confiança na melhoria do cenário econômico nos próximos meses, e pior, o cenário desenhado é de preocupação com o nível de preços.

Apenas tal compromisso justifica uma alta severa na taxa básica de juros, e com sinalização de pessimismo. Os maiores detalhes dos fundamentos adotados para a tomada de decisão apenas será conhecido nos próximos dias, mas há uma clara sinalização sobre a inflação.

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Jornais e outras mídias já noticiam a famosa volta às compras de supermercado mensais como necessidade, onde os brasileiros se dirigiam de imediato após o recebimento do salário para garantir um mínimo de suprimentos para o mês. Acho ainda exagerado afirmar que os brasileiros retomaram velhos hábitos, mas influencia de forma direta o cotidiano das pessoas informações relacionadas a elevação dos preços. Ressalta-se que, não se questiona a confiabilidade da moeda, a articulação dos investimentos e a integridade das instituições bancárias.

Para que o governo efetivamente retome sua confiança, mudança na condução da política econômica se faz necessária, e muito além de critérios ou ajustes na forma de se levar os agentes econômicos. Pede-se mudança de liderança. Em outras palavras, a equipe deve ser trocada.

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A elevação dos juros poderá prejudicar ainda mais as compras via crediário, que já vem se retraindo, reduzindo ainda mais as expectativas positivas dos setores industriais e comerciais.

Porém, o maior problema é de fato a insinuação, a constatação da perda de credibilidade e desconfiança quanto ao futuro das bases da economia nacional. Se antes, apenas vislumbrávamos uma provável celeridade na taxa inflacionaria, agora temos certeza que o cenário é ruim, e apenas com medidas tão duras pode-se esperar uma mudança.

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Infelizmente, os primeiros dias de 2014 trazem desconstrução da base econômica, principalmente dos pilares monetários e fiscais. Não há espaços para manobras e truques de contabilidade criativa. Não há margem para nenhuma operacionalização do governo federal.

Desta maneira, o governo altera e eleva a taxa de juros de forma significativa, abrupta, acima do que efetivamente se mostrara necessário. Porém, acredita-se que tal medida apenas seja plausível se o prognóstico no curto prazo fosse de uma severa elevação de preços e descrédito na condução da política fiscal. Ou seja, o BC tenta ajustar o descontrole da política econômica via taxa de juros, uma vez que não conta com apoio nos ajustes fiscais e monetários.

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A retomada da atividade econômica se mostra cada vez mais distante, pelo menos em ano de eleições, copa do mundo e dezena de feriados, onde a produtividade tende a ser reduzida. Perda de competitividade e elevação de custos atrapalham qualquer cenário de crescimento econômico.

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