Mantega: choques de preços impediram queda da inflação

“Eu também gostaria de trabalhar com uma meta menor de inflação, mas vamos ser realistas. Nos últimos anos, temos tido pressões inflacionárias. Se, daqui para a frente, não houver mais desvalorização do real, teremos pressão inflacionária menor. Aí, poderemos tomar a tarefa de desindexação da economia”, declarou o ministro, em entrevista ao primeiro programa Espaço Livre, conduzido pelo jornalista Paulo Moreira Leite; ele também afirmou que o BC tem tido total autonomia para combater a alta dos preços

“Eu também gostaria de trabalhar com uma meta menor de inflação, mas vamos ser realistas. Nos últimos anos, temos tido pressões inflacionárias. Se, daqui para a frente, não houver mais desvalorização do real, teremos pressão inflacionária menor. Aí, poderemos tomar a tarefa de desindexação da economia”, declarou o ministro, em entrevista ao primeiro programa Espaço Livre, conduzido pelo jornalista Paulo Moreira Leite; ele também afirmou que o BC tem tido total autonomia para combater a alta dos preços
“Eu também gostaria de trabalhar com uma meta menor de inflação, mas vamos ser realistas. Nos últimos anos, temos tido pressões inflacionárias. Se, daqui para a frente, não houver mais desvalorização do real, teremos pressão inflacionária menor. Aí, poderemos tomar a tarefa de desindexação da economia”, declarou o ministro, em entrevista ao primeiro programa Espaço Livre, conduzido pelo jornalista Paulo Moreira Leite; ele também afirmou que o BC tem tido total autonomia para combater a alta dos preços (Foto: Leonardo Attuch)


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Da Agência Brasil - Os choques de preços nas commodities – bens agrícolas e minerais com cotação internacional – e a desvalorização do real impediram a queda da inflação para o centro da meta, de 4,5%, nos últimos anos, disse ontem (6) o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em entrevista ao programaEspaço Público, da TV Brasil, ele admitiu contratempos em relação à trajetória dos índices de preços, mas reafirmou o compromisso com o controle da inflação e a autonomia do Banco Central (BC).
 
“Eu também gostaria de trabalhar com uma meta menor de inflação, mas vamos ser realistas. Nos últimos anos, temos tido pressões inflacionárias. Se, daqui para a frente, não houver mais desvalorização do real, teremos pressão inflacionária menor. Aí, poderemos tomar a tarefa de desindexação da economia”, declarou o ministro.

Segundo Mantega, nos últimos três anos, o planeta enfrentou choques nos preços dascommodities provocados por secas nos Estados Unidos, na China e na Índia. Além disso, o real se desvalorizou 35% nos últimos dois anos.

Em resposta à pergunta da diarista Maria do Socorro Santos, que reclamou da alta nos preços dos alimentos nos últimos meses, o ministro se disse otimista em relação à inflação desses produtos. De acordo com Mantega, os preços dos alimentos cairão nos próximos meses até atingirem um “patamar mais tranquilo” em junho. Ele também citou o aumento da renda da população para tranquilizar a diarista.

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“Em alguns anos, a inflação aumenta mais e aumenta menos. Mas certamente o trabalhador ganha mais do que há oito, dez anos. Os salários das diaristas estão num nível maior por causa do programa de desenvolvimento que implementamos no país, que criou empregos e elevou o padrão de vida”, declarou.

Perguntado pela repórter Leandra Peres, do jornal Valor Econômico, sobre possíveis interferências políticas no Banco Central, o ministro assegurou o compromisso do governo com a autonomia da autoridade monetária. “Uma autonomia do Banco Central é importante para que ele possa fazer as maldades necessárias em momentos de inflação mais alta, sem interferência”, afirmou. Segundo Mantega, o fato de o Banco Central ter aumentado a taxa Selic (juros básicos da economia) em 3,75 pontos percentuais em ano eleitoral mostra o empenho no controle da inflação.

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Apesar dos aumentos de juros, o ministro garantiu que o desemprego continuará baixo e que o impacto da política monetária sobre a produção é temporário. “Temos apoiado o Banco Central na condução da política econômica. Não podemos e não estamos brincando com a inflação. A alta dos juros prejudica momentaneamente o crescimento, mas, assim que a inflação cai, crescemos mais lá na frente”, argumentou.

Em resposta ao operário João Batista de Oliveira, que manifestou pessimismo em relação às perspectivas de emprego na construção civil, Mantega disse que o trabalhador será disputado nos próximos anos. Na avaliação do ministro, a construção civil continuará aquecida por causa do programa de concessões de projetos de infraestrutura, que movimentarão R$ 500 milhões nos próximos anos, e do Programa Minha Casa, Minha Vida, que terá uma terceira fase anunciada em breve pela presidenta Dilma Rousseff.

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Comandado pelo jornalista Paulo Moreira Leite, o Espaço Público estreou nesta terça-feira na TV Brasil. Com uma hora e meia de duração, linguagem jornalística e pautas relevantes, o programa semanal vai receber personalidades das áreas de economia, política, cultura, saúde, segurança, tecnologia, comportamento e cotidiano, para discutir temas que afetam a vida da maioria da população.

Voltado para o cidadão, o programa pretende convidar os telespectadores a participar ativamente dos debates. O Espaço Público apresenta novas formas de interação para que o espectador demande, critique, sugira e participe. O programa levará ao ar ainda reportagens especiais e mostrará opiniões de especialistas para aprofundar a discussão dos grandes temas da atualidade.

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Com mais de 40 anos de jornalismo, o apresentador, Paulo Moreira Leite, foi repórter do Jornal da Tarde e da Folha de S.Paulo e correspondente internacional da revista Veja e do jornal Gazeta Mercantil. Atualmente, é diretor da sucursal de Brasília da revista Isto É. O Espaço Público tem também como entrevistador o jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) Florestan Fernandes. Na estreia, o programa contou com a participação da jornalista Leandra Peres, do jornal Valor Econômico.

Mantega também negou a "contabilidade criativa". Leia mais aqui:

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Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil 

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem (6) que a equipe econômica teve de “fazer ginástica” nas contas públicas para cumprir as metas fiscais em 2012. Ele negou, no entanto, que as operações feitas na época para alcançar a meta de superávit primário – economia para pagar os juros da dívida pública – sejam exemplo de contabilidade criativa e ressaltou que governos anteriores também “forçaram a mão” nas contas públicas.

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No fim de 2012, o governo usou R$ 12 bilhões do Fundo Soberano – poupança formada com o superávit primário excedente em 2008 – e R$ 7 bilhões de dividendos de estatais para reforçar o caixa do governo e economizar o estipulado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. O ministro, porém, destacou que, em nenhum momento, o governo descumpriu a legislação.

“O orçamento nunca foi tão transparente e fiscalizado. O TCU [Tribunal de Contas da União] e a CGU [Controladoria-Geral da União], que são instituições rigorosíssimas, não apontaram irregularidades”, comentou o ministro em entrevista ao Programa Espaço Público, da TV Brasil. Mantega assegurou que, desde o ano passado, a equipe econômica mudou de postura e passou a ser mais transparente na administração das contas públicas.

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Segundo  Mantega, as operações foram necessárias porque a arrecadação desacelerou em 2012 por causa da crise econômica e das desonerações de tributos. “Em 2012, tivemos de fazer um grande esforço para cumpria a meta fiscal. A economia cresceu pouco, a arrecadação também. Para fazer o esforço fiscal, tivemos de cortar gastos e fazer ginástica. Tivemos de pegar o Fundo Soberano e forçamos a barra nesse sentido”, declarou.

De acordo com o ministro, a tática de “forçar a barra” nas contas públicas foi usada por outros ministros da Fazenda, como Delfim Netto, atualmente um dos maiores críticos às manobras fiscais da equipe econômica. Segundo ele, mesmo governos recentes usaram artifícios para atingir as metas fiscais.

Perguntado pelo economista Paulo Francini, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, sobre qual decisão não repetiria hoje, o ministro disse que poderia ter estimulado mais a indústria, que desde 2012 atravessa uma fase de baixo crescimento. “Não sei se estimulamos adequadamente a indústria”, declarou. Mantega, no entanto, ponderou que uma desvalorização mais forte do real para aumentar as exportações de manufaturados aumentaria a inflação e poderia fazer o esforço cair por terra.

A TV Brasil estreia o programa Espaço Público, comandado pelo jornalista Paulo Moreira Leite. O primeiro convidado é o ministro da Fazenda, Guido Mantega Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ministro respondeu ainda a perguntas de dois sindicalistas. O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros, Antonio Neto, reivindicou a correção plena da tabela do Imposto de Renda. Mantega disse que, desde 2011, a tabela é corrigida anualmente. Ele destacou ainda outras medidas, como as reduções de impostos sobre os investimentos, a ampliação do limite do Simples Nacional e a desoneração da cesta básica.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas de Moraes, perguntou se o governo acabaria com o superávit primário para aumentar os investimentos, principalmente em prefeituras. O ministro respondeu que o fim do esforço fiscal está fora de cogitação. “Isso não tem a ver com ideologia. Se as contas públicas se esfacelarem, os juros começam a subir. A situação torna-se irreversível. Mostramos que é possível conciliar política fiscal sólida e políticas econômicas e sociais de desenvolvimento”, argumentou.

Comandado pelo jornalista Paulo Moreira Leite, o Espaço Público estreou nessa terça-feira na TV Brasil. Com uma hora e meia de duração, linguagem jornalística e pautas relevantes, o programa semanal vai receber personalidades das áreas de economia, política, cultura, saúde, segurança, tecnologia, comportamento e cotidiano, para discutir temas que afetam a vida da maioria da população.

Voltado para o cidadão, o programa pretende convidar os telespectadores a participar ativamente dos debates. O Espaço Público apresenta novas formas de interação para que o espectador demande, critique, sugira e participe. O programa levará ao ar ainda reportagens especiais e mostrará opiniões de especialistas para aprofundar a discussão dos grandes temas da atualidade.

Com mais de 40 anos de jornalismo, o apresentador Paulo Moreira Leite foi repórter do Jornal da Tarde e da Folha de S.Paulo e correspondente internacional da revista Veja e do jornal Gazeta Mercantil. Atualmente, é diretor da sucursal de Brasília da revista Isto É. O Espaço Público tem também como entrevistador o jornalista da Empresa Brasil de Comunicação Florestan Fernandes. Na estreia, o programa contou com a participação da jornalista Leandra Peres, do jornal Valor Econômico.


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