Governo vê queda na receita total em 2017, mesmo após aumento de impostos

Governo diminuiu sua projeção de receita primária total em R$ 5,791 bilhões para 2017, ao mesmo tempo em que elevou a expectativa de despesas primárias em R$ 4,611 bilhões, segundo relatório de receitas e despesas do terceiro bimestre; mesmo assim, manteve sua projeção de crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 e reduziu suas contas para a alta do IPCA a 3,7%, abaixo dos 4,3% estimados no relatório anterior

Michel Temer, crédito, dinheiro .2
Michel Temer, crédito, dinheiro .2 (Foto: Paulo Emílio)


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BRASÍLIA (Reuters) - O governo diminuiu sua projeção de geração de receitas neste ano, mesmo após ter elevado impostos sobre combustíveis, ao mesmo tempo em que aumentou a expectativa de despesas primárias em 2017, ressaltando os percalços para o rearranjo das contas públicas em meio à fraca recuperação econômica.

Mesmo assim, foi mantida a projeção de crescimento de 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, mas as contas para a alta do IPCA foram reduzidas a 3,7 por cento, ante 4,3 por cento, segundo relatório de receitas e despesas do terceiro bimestre divulgado nesta sexta-feira.

"O aumento de tributos foi tomado por estrita necessidade", afirmou o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, a jornalistas. "Estamos comprometidos com o cumprimento da meta fiscal de 2017", acrescentou.

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Na véspera, o governo elevou as alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis, prevendo injeção de 10,4 bilhões de reais nos cofres públicos, e também anunciou contingenciamento adicional de 5,9 bilhões de reais no Orçamento.

Pelo relatório, o governo projetou queda de 5,791 bilhões de reais nas receitas primárias totais em 2017, a 1,380 trilhão de reais. A receita líquida de transferências foi reduzida em 1,583 bilhão de reais, a 1,150 trilhão de reais. Isso ocorreu devido ao impacto da inflação mais baixa e à forte redução na estimativa de recursos com a repatriação, a cerca de 3 bilhões de reais, contra 13 bilhões de reais antes.

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Além disso, o governo passou a ver menos receitas com dividendos e operações com ativos, principalmente porque não espera mais a abertura de capital Caixa Seguridade neste ano.

O governo também deixou de contar com 3,9 bilhões de reais com a reoneração da folha de pagamentos, projeto enviado ao Legislativo mas ainda não foi votado.

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Por outro lado, o governo passou a ver mais 10,4 bilhões de reais em receitas neste ano com o aumento de PIS/Cofins sobre combustíveis, além de outros 10,2 bilhões de reais com recursos de precatórios e requisições de pequeno valor federais não sacados há mais de dois anos.

A cifra veio acima dos 8,6 bilhões de reais originalmente estimados com a investida. Segundo Oliveira, outros 2,1 bilhões de reais poderão entrar nessa conta mais à frente.

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Conforme o Tesouro já vinha anunciado, o governo também elevou em 5,8 bilhões de reais sua perspectiva de arrecadação com o Programa Especial de Regularização Tributária, conhecido como Refis, anteriormente estipulada em 8 bilhões de reais.

Isso ocorreu a despeito do relatório da medida aprovado em comissão mista do Congresso ter afrouxado substancialmente as condições para o parcelamento das dívidas, com descontos ainda mais generosos, achatando a arrecadação projetada a menos de 1 bilhão de reais no ano.

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"Estimamos que seja cumprido acordo feito entre governo e parlamentares sobre Refis e que não haja alterações dessas medidas no Congresso, sob pena de termos que fazer cortes adicionais", disse o ministro.

No lado das despesas primárias totais, o governo elevou sua conta em 4,611 bilhões de reais, a 1,294 trilhão de reais neste ano, sobretudo pelo impacto que passou a ser considerado com o programa de financiamento estudantil Fies. Esse cenário, acabou levando ao novo contingenciamento, que se somará ao congelamento de 39 bilhões de reais vigente até então.

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"Temos conjunto de receitas que estão em análise, em processo de amadurecimento, que poderão nos próximos relatórios serem incorporadas e mitigarem, minimizarem essa contenção temporária de 5,9 bilhões de reais", afirmou Oliveira, citando, por exemplo, operações com aeroportos e com a Lotex.

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