Presidente do sindicato da Susep diz que entidade é capturada por agentes políticos

Após liderar um movimento de renúncia coletiva dos servidores que ocupavam cargos de confiança, a presidente do Sindicato dos Servidores da Susep, Osiane Arieira, subiu o tom em mais um duro ataque à diretoria da instituição. "A Susep está totalmente capturada por agentes políticos, cujas agendas, historicamente, não se alinham aos interesses da sociedade e do País", acusou; ela não aceitou exoneração de diretor

Após liderar um movimento de renúncia coletiva dos servidores que ocupavam cargos de confiança, a presidente do Sindicato dos Servidores da Susep, Osiane Arieira, subiu o tom em mais um duro ataque à diretoria da instituição. "A Susep está totalmente capturada por agentes políticos, cujas agendas, historicamente, não se alinham aos interesses da sociedade e do País", acusou; ela não aceitou exoneração de diretor
Após liderar um movimento de renúncia coletiva dos servidores que ocupavam cargos de confiança, a presidente do Sindicato dos Servidores da Susep, Osiane Arieira, subiu o tom em mais um duro ataque à diretoria da instituição. "A Susep está totalmente capturada por agentes políticos, cujas agendas, historicamente, não se alinham aos interesses da sociedade e do País", acusou; ela não aceitou exoneração de diretor (Foto: Gisele Federicce)


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247 - Após liderar um movimento de renúncia coletiva dos servidores que ocupavam cargos de confiança, a presidente do Sindicato dos Servidores da Susep, Osiane Arieira, subiu o tom em mais um duro ataque à diretoria da instituição. "A Susep está totalmente capturada por agentes políticos, cujas agendas, historicamente, não se alinham aos interesses da sociedade e do País", acusou.

A atual crise foi deflagrada após a exoneração de Cassio Cabral Kelly de uma das diretorias da Superintendência. Indicado pelo PTB, ele foi demitido por suspeita de favorecimento à Capemisa na operação de compra da Aplub, depois desfeita de modo suspeito e controverso com a aprovação do servidor. Funcionário de carreira, Cassio responde a ação civil pública em que se pede o ressarcimento de R$ 150 milhões supostamente desviados da Aplub.

"Não há como aceitar que uma instituição como a Susep não tenha nenhum servidor de carreira em cargo de diretoria. Se olharmos o Banco Central, metade dos diretores são funcionários do banco. Na ANS também uma parte dos diretores são de carreira", afirma Osiane, após admitir que não há nenhuma obrigatoriedade legal para a nomeações desta natureza.

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A exoneração de Cassio Kelly levou o sindicato a retaliar a direção do órgão e a fazer um movimento contraditório: críticos contumazes da interferência política na entidade, os sindicalistas procuraram os dirigentes do PTB para discutir o assunto. Osiane tentou reunir-se com lideranças do partido no Congresso Nacional a fim de obter informações sobre as razões pelas quais o servidor fora exonerado. "Concordo que é uma contradição, nenhum servidor de instituição pública deveria procurar partidos políticos para tratar da indicação ou demissão de diretores. Nossa intenção foi apenas informar que não aceitaríamos que a Susep ficasse submetida a interesses políticos em detrimento do interesse público", justifica, após esclarecer que não foi recebida pelos dirigentes partidários.

Em que pese o movimento ter ido ao Judiciário, buscando a imediata exoneração dos servidores em cargos de confiança, em decisão recente, o Sindicato sofreu um revés. Acerca do pedido, a 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro manifestou-se nos seguintes termos: "O cenário, pelo que se lê das informações, é justamente o oposto. A concessão do pedido,com urgência, comprometeria o funcionamento da SUSEP, considerando que grupo significativo de servidores entregam suas funções como forma de retaliar alterações na composição de quadros diretivos da instituição."

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Na opinião de Osiane, a ausência de servidores na diretoria dificulta adoção de orientações técnicas. Cita o caso do seguro obrigatório DPVAT, cujos recursos, segundo ela, são geridos contrariando decisões técnicas, o que provocou uma denúncia recente do sindicato ao TCU. A Seguradora Líder, responsável pela gestão do seguro, teria assumido despesas inadequadas ou não diretamente relacionadas com o objetivo fim da operação. Ela se refere a convênios de repasses a sindicatos e outras entidades. Segundo a Susep, os repasses são absolutamente regulares e não foram objeto de sanção do TCU.

O sindicato já prepara outra denúncia ao Tribunal de Contas. Nos próximos dias, vai protocolar documento manifestando estranheza com o fato de a Susep não liquidar definitivamente a Aplub. Segundo Osiane, apenas a liquidação poderia salvaguardar os interesses dos afiliados da instituição, atualmente sob intervenção da Susep. "Esta seria a única maneira de os associados ainda receberem algo de volta. Daqui a pouco, nada terão a receber", adverte. Entretanto, a presidente do sindicato admite que os problemas com a empresa remontam há mais de 20 anos e não cita a existência de uma liminar na justiça que impede a SUSEP de liquidar a Aplub.

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Osiane admite também que a decisão da Susep de não liquidar a Aplub teve o apoio sim de servidores que ocupavam a diretoria. A diferença, explica ela,"é que estes diretores estão respondendo a processos na corregedoria por tomar decisões contrárias às orientações técnicas sem fundamentação adequada".

A atual presidente do Sindicato ocupou um cargo de confiança na alta administração da autarquia: foi secretária-geral da Susep na gestão de Luciano Portal, indiciado pela Polícia federal na operação Pavlova por atos praticados durante o período em que fora superintendente. A época, o sindicato não se manifestara sobre as denúncias. "Erramos", admite . E completa:

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"Eu percebia sim as irregularidades e dava publicidade a minhas percepções nas reuniões do sindicato, mas não tínhamos maturidade necessária para buscar uma maneira de mudar a instituição. Nas reuniões da diretoria, eu não tinha direito a voto mas, como secretária-geral, expunha sim minhas posições sempre favoráveis a adoção de pareceres técnicos". Um erro grave então, cuja omissão pode ter trazido diversos prejuízos e problemas ao público consumidor.

Em comunicado disponível em seu site, a SUSEP esclarece que "desde julho de 2016, quando a atual diretoria colegiada tomou posse, a autarquia tem realizado inúmeras contribuições com os órgãos de fiscalização, como o Tribunal de Contas da União (TCU), autoridades judiciárias, Ministérios Públicos estaduais e federal, polícias Civil e Federal, além das justiça Estadual e Federal, com o propósito de auxiliar a enfrentar todas as dificuldades decorrentes do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat)."

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Ainda sem estar oficializado junto ao Ministério do Trabalho (portanto ainda não tem autorização como entidade de representação legal), o sindicato deu início a uma terceira tentativa de obter a carta sindical. Até agora, segundo ela, exigências burocráticas de datas e prazos de edital tem dificultado a legalização.

Osiane quer o fim do seguro obrigatório nos moldes do Dpvat. Para ela, o custo da operação, as fraudes nas indenizações e os desvios de recursos justificam a extinção. Ela defende a livre contratação diretamente com as seguradoras, sem pagamento de taxa de corretagem, o que, na sua opinião, faz aumentar o valor do prêmio e impossibilita muitos consumidores de adquirirem a proteção para seus bens.

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