Ibovespa cai 1,3% e fecha abaixo de 70 mil pontos pela 1ª vez em 10 meses

O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,33%, aos 69.814 pontos, fechando pela primeira vez abaixo de 70 mil pontos desde 21 de agosto de 2017; o volume financeiro ficou em R$ 14,303 bilhões; o dólar comercial, por sua vez, teve alta de 0,27%, cotado a R$ 3,7400 na venda

O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,33%, aos 69.814 pontos, fechando pela primeira vez abaixo de 70 mil pontos desde 21 de agosto de 2017; o volume financeiro ficou em R$ 14,303 bilhões; o dólar comercial, por sua vez, teve alta de 0,27%, cotado a R$ 3,7400 na venda
O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,33%, aos 69.814 pontos, fechando pela primeira vez abaixo de 70 mil pontos desde 21 de agosto de 2017; o volume financeiro ficou em R$ 14,303 bilhões; o dólar comercial, por sua vez, teve alta de 0,27%, cotado a R$ 3,7400 na venda (Foto: Leonardo Lucena)


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SÃO PAULO - O Ibovespa se distanciou da mínima desta segunda-feira (18), quando caiu quase 2%, mas não evitou sua quarta queda seguida em uma sessão de disparada do CDS (Credit Default Swaps) brasileiro, que atingiu seu maior nível desde janeiro de 2017. O dia também foi marcado pela queda das bolsas no exterior diante dos receios de um aumento da tensão comercial entre EUA e China.

O benchmark da bolsa brasileira fechou com queda de 1,33%, aos 69.814 pontos, fechando pela primeira vez abaixo de 70 mil pontos desde 21 de agosto de 2017. O volume financeiro ficou em R$ 14,303 bilhões. O dólar comercial, por sua vez, teve alta de 0,27%, cotado a R$ 3,7400 na venda. Mais cedo a moeda chegou a zerar os ganhos, mas voltou a ganhar força após a Bloomberg, citando uma fonte, afirmar que o Banco Central vê o ritmo de oferta de swap insustentável até eleição.

Manter este ritmo de atuação com contratos de swap até outubro não é possível pois ultrapassaria o estoque atual de reservas internacionais. Mesmo assim, o Banco Central continua disposto a usar reservas para atuar no câmbio em caso de necessidade, disse a fonte. Pela manhã, a autoridade monetária ofertou 20 mil contratos de swap cambial, que foram totalmente absorvidos pelo mercado. O BC anunciou que esta semana irá ofertar até US$ 10 bilhões em swaps.

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Já os juros futuros recuaram seguindo não só a atuação do Tesouro no mercado mas também um ajuste antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que ocorre na próxima quarta-feira (20). O DI com vencimento em janeiro de 2019 recuou 14 pontos-base, para 7,15%, enquanto os contratos para janeiro de 2021 caíram 19 pontos, a 9,79%.

No exterior, destaque para a volta das tensões comerciais. Na última sexta, os EUA anunciaram a imposição de tarifas de 25% sobre importações chinesas no valor de US$ 50 bilhões, sendo que as tarifas serão aplicadas em duas etapas. "À luz do roubo de propriedade intelectual e tecnológica e outras práticas comerciais injustas, os EUA implementarão um imposto de 25% sobre US$ 50 bilhões de produtos da China que contenham tecnologias industrialmente significativas", afirmou a Casa Branca em comunicado.

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A primeira etapa atingirá importações de US$ 34 bilhões e entrará em vigor no dia 6 de julho. Já a barreira sobre os restantes US$ 16 bilhões estará sujeita a uma revisão antes de começar a valer

Em resposta, a China anunciou que será implementada taxa de 25% em bens norte-americanos, incluindo soja e veículos elétricos, que soma também US$ 34 bilhões e entrará em vigor na mesma data estipulada pelo governo dos EUA. O restante dos impostos entrará em vigor à medida que os EUA aplicarem suas restrições e serão destinados a bens, principalmente, do setor energético, como carvão, gás natural e petróleo. "A China não quer se ver envolvida em uma guerra comercial, mas à luz dos míopes atos do lado norte-americano se vê forçada a adotar medidas firmes e decididas para responder", disse o Ministério do Comércio chinês.

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Diante do clima de maior aversão ao risco que toma dos mercados, com as bolsas dos EUA em queda de 0,5%, o Risco-País dispara e supera os 280 pontos, atingindo seu maior nível desde janeiro de 2017. Na prática, CDS é percepção de risco. E quando estamos falando de um país, essa cesta engloba, basicamente, as perspectivas econômicas do mercado, comportamento futuro do câmbio e taxa de juro, como a capacidade de honrar as dívidas. Daí a analogia de "seguro-calote" e sua importância para os investidores, em especial aos estrangeiros, fatia importante no nosso mercado.

Destaques do mercado
Os papéis do setor de varejo eletrônico lideraram as perdas, devolvendo os ganhos da última semana. Do outro lado, os papéis da RD engataram a quinta alta consecutiva, acumulando valorização de 12% somente este mês.

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Todos de olho no Copom
O mercado passou a ficar mais atento à reunião do Copom, que na próxima quarta-feira (20) define o rumo da taxa básica de juros. Com a recente disparada do dólar e o cenário econômico ainda fraco, o mercado passou a avaliar cada vez mais a chance do Banco Central elevar a Selic já nesta reunião. Pela precificação dos contratos de juros futuros, o mercado já dá como certa esta alta de 25 pontos-base, sendo que já existem analistas defendendo que o Copom suba os juros de forma mais acentuada agora.

Por outro lado, a maior parte dos especialistas ainda acreditam que a Selic será mantida no atual patamar de 6,50% ao ano. "Apesar da baixa inflação corrente e da atividade caminhando ainda em ritmo lento, o Copom deve optar por manter a taxa Selic no nível atual devido ao ambiente externo mais desafiador e incertezas no campo político interno", avalia a GO Associados explicando que, com isso, o BC evita repasses expressivos da alta do dólar para a inflação.

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Vale destacar que mais US$ 10 bilhões em leilões de swap estão prometidos para esta semana após ações coordenadas do BC, Tesouro e CMN levaram à forte queda do dólar e dos juros futuros na sexta, atenuando os efeitos do estresse anterior. Nesta segunda, o BC oferta até 8.800 contratos de swap cambial para rolagem de contratos de julho, das 11h30 às 11h40, com resultado a partir das 11h50.

Já entre os indicadores econômicos da semana, o que mais deve chamar atenção é o IPCA-15 de junho, divulgado pelo IBGE na quinta-feira (21). A GO projeta alta de 0,82%, o que levaria a inflação no acumulado em 12 meses para 3,37%. "A prévia da inflação de junho mostrará aceleração da inflação devido aos efeitos da greve, que impactaram principalmente os alimentos in natura e os combustíveis", explicam os analistas. Para eles, porém, a expectativa é que o choque se dissipe nos próximos meses, não alterando o quadro inflacionário benigno.

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Ainda sem dia definido, o Ministério do Trabalho divulga os dados do Caged referente ao mês de maio, que segundo a GO Associados deve mostrar geração líquida positiva de 95 mil vagas de emprego formal no mês. Além disso, a semana também terá os dados de arrecadação federal referente ao mês de maio, que devem ficar em R$ 107,4 bilhões, um aumento real de 7,3% ante maio do ano passado.

Agenda no exterior

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Depois da alta dos juros nos EUA para o intervalo de 1,75% a 2,0% ao ano nessa semana, o mercado incorporou a nova projeção do Federal Reserve e passou a precificar como mais provável um cenário hawkish, ou seja, com quatro subidas de juros ao longo do ano. Entre os indicadores, poucos dados realmente importantes, com destaque para os dados do mercado de imóveis na terça-feira (19) e a prévia da sondagem PMI de atividade industrial e de serviços na sexta-feira (22).

Na Europa, a prévia da sondagem PMI relativa ao mês de junho, que será publicada na sexta-feira (22), deve confirmar a desaceleração da retomada na região durante o segundo trimestre do ano. Desde o início do ano, as sondagem PMI finais foram quase sempre menores que as suas prévias, sinalizando uma tendência de deterioração dos indicadores de confiança na Europa.

Outro foco importante da região será a eleição presidencial na Turquia, que ocorre no domingo (24). Esta é primeira eleição desde a modificação da constituição. A expectativa é que Recep Erdogan, atual presidente, saia vitorioso. As eleições ocorrem num contexto de tensões financeiras que podem ter um efeito de contágio aos outros países emergentes. A Lira turca e o índice MSCI da Turquia, já perderam 20% desde o inicio do ano.

Notícias do fim de semana

A procura por alianças para as eleições segue dando o tom do noticiário político; segundo informa a coluna de Sonia Racy, do jornal O Estado de S. Paulo, a pedido do presidente Michel Temer, empresários e banqueiros jantaram, sexta-feira, na casa de Rubens Ometto Silveira Mello, dono do grupo Cosan. E grandes nomes do PIB defenderam nome de Geraldo Alckmin (PSDB) para ser o candidato do governo para as eleições deste ano. A tensão maior entre os presentes era de uma disputa direta entre Jair Bolsonaro (PSL) e Ciro Gomes (PDT). A pré-candidata Marina Silva (Rede) foi citada como uma opção, mas não obteve muito apoio.

Falando sobre Ciro Gomes, o jornal também destaca a fala do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que disse ser possível Ciro Gomes ganhar a eleição sem o apoio do mercado financeiro. "O mercado tem que cuidar de suas aplicações, entender que não manda no Brasil. Da política quem tem que cuidar são os políticos", disse à Coluna. A resposta é uma reação à preferência do setor financeiro por Jair Bolsonaro (PSL), considerado mais previsível, caso ele dispute o segundo turno com Ciro. "O mercado perde os anéis, mas não o dedo. Ele sabe que com Bolsonaro perde a mão."

Além disso, reflete no mercado a decisão na última sexta-feira (15) do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, que pediu ao presidente da Segunda Turma da Corte, Ricardo Lewandowski, para levar a julgamento no próximo dia 26 de junho um novo pedido de liberdade apresentado no início deste mês pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

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