Exportação de petróleo cai 53,8% em um ano

As exportações de petróleo do país somaram 2,86 milhões de toneladas em junho, queda de 24,3% ante maio e recuo de 53,8% em relação a um ano antes, apontaram dados oficiais do governo; a Petrobras elevou ainda mais o nível de utilização de suas refinarias em junho, causando uma queda expressiva das exportações de petróleo pelo Brasil, disse a petroleira

Exportação de petróleo cai 53,8% em um ano
Exportação de petróleo cai 53,8% em um ano (Foto: Esq.: Paulo Whitaker - Reuters / Dir.: Divulgação)


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RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras elevou ainda mais o nível de utilização de suas refinarias em junho, causando uma queda expressiva das exportações de petróleo pelo Brasil, disse a petroleira estatal à Reuters em uma resposta por e-mail, ao retomar participação de mercado interno na oferta de combustíveis.

As exportações de petróleo do país somaram 2,86 milhões de toneladas em junho, queda de 24,3 por cento ante maio e recuo de 53,8 por cento em relação a um ano antes, apontaram dados oficiais do governo federal.

O movimento ocorre ainda em meio a uma queda das importações de diesel, combustível mais consumido do Brasil.

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As compras externas do combustível fóssil, no sexto mês do ano, somaram 688.903 metros cúbicos, uma queda de 45 por cento ante junho de 2017 e um recuo de 8,8 por cento em relação a maio, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

Analistas de mercado e importadoras vêm afirmando que a Petrobras está praticando preços abaixo da paridade de importação, desestimulando as importações por empresas concorrentes.

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“Olhando a tendência ao longo do último mês, no máximo dois meses atrás, a gente vê que tanto gasolina quanto diesel, principalmente a gasolina, eles começaram a cobrar um preço abaixo da paridade... Esses aspectos devem estar desestimulando as importações”, disse o analista de petróleo da Tendências, Walter De Vitto.

A petroleira não ofereceu detalhes sobre o fator de utilização de suas refinarias, que juntas têm capacidade para processar 2,176 milhões de barris por dia (bpd) no país.

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A Reuters publicou em junho, com uma fonte da Petrobras com conhecimento do tema, que o fator de utilização das refinarias da empresa já havia subido para 85 por cento entre abril e maio, ante 67 por cento no fim de 2017.

O cenário de aumento do refino ocorre ainda em meio a um recuo, no acumulado do ano até maio, de 0,6 por cento nas vendas de diesel pelas distribuidoras e queda de 11,1 por cento nas de gasolina, segundo os dados mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

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No mesmo período, as vendas de todos os combustíveis caíram 1,1 por cento.

Alexandre Szklo, professor de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, afirmou à Reuters que a demanda de combustíveis ainda sofre impactos da economia do país, que vem da pior recessão em décadas.

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Também contribuiu com a queda acumulada das vendas uma greve histórica de caminhoneiros em maio contra os altos valores do diesel, que após o lançamento de uma nova política de preços da Petrobras, em 2016, deveriam ficar acima da paridade de importação, seguindo indicadores internacionais.

A Petrobras vem reiterando que não tem poder de formação de preços dos combustíveis, os quais oscilam ao sabor das condições de mercado. E afirmou em e-mail à Reuters, na semana passada, que o aumento da utilização de suas refinarias é devido a um crescimento da demanda por seus produtos.

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“O recente aumento de demanda por produtos refinados no mercado brasileiro causou um maior refino de petróleos nacionais no mês de junho/2018 em relação ao mês de maio/2018. Dessa forma, houve a consequente diminuição da exportação (de petróleo) nesse período”, disse a Petrobras.

IMPORTACÕES EM QUEDA

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Importadores independentes de combustíveis alegam estar encontrando dificuldades de permanecer em operação no Brasil, acusando a Petrobras de praticar preços abaixo da paridade de importação.

O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que representa nove companhias independentes, Sérgio Araújo, afirmou à Reuters que as empresas investiram recentemente em infraestrutura, mas não estão encontrando meios de obter rentabilidade devido aos preços.

A Abicom diz que o programa de subsídio ao diesel, lançado pelo governo no mês passado como forma de atender às demandas dos caminhoneiros, também está impedindo importações de combustíveis.

Por meio do programa, o governo reduziu os preços do combustível e está ressarcindo refinarias e importadoras em até 30 centavos por litro, dependendo de condições de mercado.

“Importadoras independentes, de modo geral, interromperam as atividades de importação porque elas estão inviáveis, já que o preço tabelado pelo governo está abaixo da paridade de importação”, disse Araújo, que está à frente da associação, criada no ano passado, em meio a recordes de importação.

Por Marta Nogueira

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