Guedes diz que só terá apoio governador que abraçar reformas

Guedes não entrou em detalhes sobre a proposta de reforma da Previdência, considerada pelo governo eleito a mais urgente a ser feita e que, diferentemente da expectativa inicial, deverá ser toda formulada e negociada a partir do ano que vem, já que o Congresso não abriu espaço para aprovar parte do texto apresentado pelo governo de Michel Temer este ano, como era de interesse do governo eleito

Guedes diz que só terá apoio governador que abraçar reformas
Guedes diz que só terá apoio governador que abraçar reformas (Foto: REUTERS/Sergio Moraes)


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BRASÍLIA (Reuters) - O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu a ajuda dos governadores na aprovação de reformas no Congresso, especialmente as da Previdência e tributária, prometendo em troca um tratamento mais igualitário dos governos estaduais e uma nova distribuição das receitas obtidas com a arrecadação de impostos.

Em um almoço organizado pelos governadores eleitos do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de São Paulo, João Dória (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), Guedes formalizou, segundo alguns dos governadores presentes, o apoio a reformas.

“Ele sinalizou para uma reforma federativa, envolvendo os governadores, e pediu apoio no Congresso para aprovar as reformas, que os governadores exerçam esse papel de liderança junto às bancadas”, contou o governador eleito do Pará, Helder Barbalho (MDB).

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“A linha central é que se der certo, deu certo para todo mundo. As pautas no Congresso não devem ser exclusivas do governo federal, mas de toda a federação.”

Guedes não entrou em detalhes sobre a proposta de reforma da Previdência, considerada pelo governo eleito a mais urgente a ser feita e que, diferentemente da expectativa inicial, deverá ser toda formulada e negociada a partir do ano que vem, já que o Congresso não abriu espaço para aprovar parte do texto apresentado pelo governo de Michel Temer este ano, como era de interesse do governo eleito.

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O futuro ministro, no entanto, estressou a necessidade da aprovação, vinculando a possibilidade de atender pleitos dos governadores apenas com o resultado das reformas, que permitiriam ao país retomar uma trajetória mais forte de crescimento.

REDISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS

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Em troca do apoio, Guedes acenou com a solução de uma questão há muito reivindicada pelos governadores: a redistribuição da receita de impostos com os estados, hoje muito concentrada na União.

“É o discurso dele de menos Brasília e mais Brasil, se propõe a fazer com que as receitas cheguem mais diretamente aos estados e sejam menos concentradas na União, mas amarrando isso ele deixou claro, ‘olha, tem que ter receita, tem que ter geração de riqueza, e para gerar receita precisa ter as reformas’. E pediu o apoio à agenda de reformas”, contou o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

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Na visão dos governadores presentes, havia no grupo reunido em Brasília uma disposição de trabalhar junto com o futuro governo de Bolsonaro, mas um certo ceticismo em relação ao poder de influenciar o Congresso.

Helder lembrou que os governadores nos últimos anos não têm acompanhado com atenção a agenda federal. Leite ressaltou que os governos estaduais já tiveram mais poder de influenciar suas bancadas, quando tinham mais recursos para investir.

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“Hoje, o poder maior de ajustar a agenda do Congresso é do Presidente da República, mas claro que os governadores podem ajudar, colaborar. E me parece que há uma disposição”, disse.

Nem todos, no entanto, mostraram entusiasmo com os princípios da reforma da Previdência.

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O governador do Piauí, reeleito, Wellington Dias (PT), afirmou que “ninguém pode fugir do debate” sobre a Previdência, mas que a atual reforma, “não se mostra consistente nem no longo prazo e esquece do curto prazo”, razão pela qual os governadores não se comprometerão a apoiá-la. Ele disse, contudo, que estão todos abertos a discutir uma nova reforma.

“Há necessidade de se ter um diálogo e um entendimento para poder ter maioria. Há divergências que precisam ser resolvidas desde o início. Não é razoável (reforma) com medidas que tenham impacto mais forte sobre os mais pobres”, afirmou.

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Governador eleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), diz que não é o momento de discutir apoio à reforma, uma vez que o texto ainda não foi apresentado pela equipe de Bolsonaro, afirmando que a discussão será feita no próximo ano.

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