GM ameaça deixar o Brasil caso não volte a ter lucro
Em comunicado, o presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, afirma que a GM teve prejuízo significativo de 2016 a 2018 e que "2019 será um ano decisivo para nossa história"; segundo ele, a empresa vive momento crítico "que vai exigir importantes sacrifícios de todos"
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Por Marcelo Rochabrun
SÃO PAULO (Reuters) - A General Motors alertou seus funcionários no Brasil de que novos investimentos locais dependem de um doloroso plano para voltar a lucrar no país, de acordo com um memorando visto pela Reuters neste sábado.
Em uma mensagem divulgada nas fábricas brasileiras, o principal executivo da GM para o Brasil e a Argentina, Carlos Zarlenga, disse que após incorrer em fortes perdas nos últimos três anos, a operação atingiu "um momento crítico que exige sacrifícios de todos".
O memorando referiu-se a comentários feitos pela presidente-executiva, Mary Barra, durante uma apresentação a investidores na semana passada sobre desafios na América do Sul. "Não vamos continuar empregando capital para perder dinheiro", disse ela, em trecho citado por Zarlenga.
Representantes da GM no Brasil não comentaram imediatamente o memorando, que foi noticiado primeiramente pelo jornal O Estado de S.Paulo.
O tom sombrio foi um choque para alguns dos funcionários no Brasil, onde a GM ultrapassou a Volkswagen e a Fiat Chrysler Automobiles, tornando-se a líder em vendas no setor, no momento em que a economia se recuperando lentamente de uma forte recessão.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Renato Almeida, chamou o comunicado da GM de "absurdo".
"A empresa está passando por um bom momento no Brasil, disse ele. "Não existe justificativo para eles sugerirem que vão fechar as operações".
Em abril de 2018, Zarlenga elogiou uma nova família de carros de baixo custo que está chegando às concessionárias brasileiras este ano, enfatizando o progresso em uma entrevista à Reuters. Ele disse que as reduções de custo durante a recessão, incluindo um corte de 35 por cento nos postos de trabalho brasileiros, levou a um pequeno lucro na América do Sul em 2017.
Reportagem adicional por Tatiana Bautzer
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