Oi dá calote no mercado. Clientes podem dar na Oi?
Operadora de telefonia celular distribui carta a fornecedores informando que nenhum pagamento será feito em setembro devido a atualização de seus computadores; Ãh?; dinheiro, só a partir de 10 de outubro; apenas uma empresa tem R$ 160 milhões a receber da operadora; e se clientes resolverem dar uma desculpinha do mesmo tipo para não pagar suas contas da Oi? Será tudo bem para ambas as partes?
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247 – Imaginem só se a operadora Oi recebesse em sua sede, no Rio de Janeiro, cartas de todos os seus clientes informando que eles não pagariam as contas daquele mês. Tudo bem? Certamente que não. Pois foi bem isso que a empresa fez com seus fornecedores em setembro. A companhia de telefonia móvel distribuiu uma carta na semana passada informando que, devido à atualização de seus sistema empresarial SAP, "não realizará pagamentos aos seus fornecedores durante o mês de setembro".
Todos os pagamentos deste mês foram, então, adiados para 10 de outubro, ou no dia útil posterior. Assim como a Oi depende do pagamento de seus clientes para quitar sua próprias dívidas, seus fornecedores dependem do dinheiro da operadora para honrar seus próprios compromissos, um ciclo natural. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, a situação preocupa quem precisa receber da companhia. Apenas uma das empresas tem para receber em setembro uma conta de aproximadamente R$ 160 milhões.
A estratégia é vista por uma fonte da indústria que falou ao Estadão sem se identificar como uma forma de deixar o caixa da empresa mais polpudo, já que ela fecha, neste mês, o balanço trimestral. Nesta quarta-feira, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) enviou uma carta ao presidente da companhia, Francisco Valim, pedindo que a decisão do adiamento de pagamentos seja revista. "A decisão coloca em risco a saúde financeira dos fornecedores", diz trecho da carta.
Devido ao alto faturamento, a empresa brasileira é uma das que mais recebem recursos do Tesouro. Financiada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a operadora recebeu, apenas em novembro de 2009, R$ 4,4 bilhões do Banco para investimentos nas quatro empresa do Grupo Oi: Brasil Telecom (BrT) Fixa e Brasil Telecom Móvel, Oi Fixa e Oi Móvel.
Em julho deste ano, a operadora foi proibida de vender novos chips em cinco Estados como forma de punição da Anatel por oferecer serviço de má qualidade. No mês passado, por não cumprir totalmente as metas do Plano de Revitalização da Telefonia de Uso Público, a agência determinou a gratuitade em chamadas locais fixo-fixo em orelhões da Oi até 30 de outubro em 1.278 municípios brasileiros. Em outras 742 cidades, o prazo se estende até 31 de dezembro.
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