À moda Levy, Goiás deve adotar leilões reversos

Modalidade inaugurada no setor público pelo então secretario da Fazenda do Rio, hoje ministro, consiste em priorizar quitação de restos a pagar a empresas, fornecedores e prestadores de serviços que oferecerem maiores descontos; expectativa da secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, é conseguir abatimento em torno dos 40% sobre o montante de restos a pagar, calculado entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões; “Existe aí uma dívida flutuante em que nós teremos que fazer da forma mais eficiente possível para resolver e o leilão reverso é um instrumento que está na pauta”, disse ela ao Brasil247 nesta quarta-feira (11)

Modalidade inaugurada no setor público pelo então secretario da Fazenda do Rio, hoje ministro, consiste em priorizar quitação de restos a pagar a empresas, fornecedores e prestadores de serviços que oferecerem maiores descontos; expectativa da secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, é conseguir abatimento em torno dos 40% sobre o montante de restos a pagar, calculado entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões; “Existe aí uma dívida flutuante em que nós teremos que fazer da forma mais eficiente possível para resolver e o leilão reverso é um instrumento que está na pauta”, disse ela ao Brasil247 nesta quarta-feira (11)
Modalidade inaugurada no setor público pelo então secretario da Fazenda do Rio, hoje ministro, consiste em priorizar quitação de restos a pagar a empresas, fornecedores e prestadores de serviços que oferecerem maiores descontos; expectativa da secretária estadual da Fazenda, Ana Carla Abrão Costa, é conseguir abatimento em torno dos 40% sobre o montante de restos a pagar, calculado entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões; “Existe aí uma dívida flutuante em que nós teremos que fazer da forma mais eficiente possível para resolver e o leilão reverso é um instrumento que está na pauta”, disse ela ao Brasil247 nesta quarta-feira (11) (Foto: Realle Palazzo-Martini)


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Realle Palazzo-Martini, do Goiás247 - O setor privado será chamado a dar sua contribuição no esforço de ajuste fiscal que o governo de Goiás promove para equilibrar as contas. A Secretaria da Fazenda (Sefaz) analisa a adoção de leilões reversos para zerar o volume de restos a pagar, calculados pela secretária Ana Carla Abrão Costa em algo “entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões”. A expectativa da secretária, que falou com exclusividade ao Brasil247 nesta quarta-feira (11), é que a economia possa alcançar 40%.

O leilão reverso consiste em priorizar a quitação de restos a pagar para empreiteiras, prestadores de serviço, fornecedores etc. que ofereçam maiores descontos ao Tesouro. A Sefaz deve publicar editais, ainda sem data específica, definindo os critérios da concorrência. Via de regra, um determinado montante de dinheiro é disponibilizado pelo Estado, as empresas se habilitam e oferecem o desconto. As mais generosas recebem.

“Existe aí uma dívida flutuante em que nós teremos que fazer da forma mais eficiente possível para resolver esses restos a pagar e o leilão reverso é um instrumento que está na pauta e que está sendo analisado por nós”, disse Ana Carla após lançar um programa que oferecerá desconto ao contribuinte que antecipar o pagamento do IPVA (leia abaixo).

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O modelo de leilões reversos foi inaugurado no setor público em 2006, na gestão do atual ministro da Fazenda, Joaquim Levy, frente à Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro. Na ocasião, o Tesouro Fluminense conseguiu descontos de 40%, mesmo índice ambicionado pela secretária goiana: “É nessa ordem. Vai depender da anterioridade da dívida e, principalmente, do segmento e do valor. Nós temos que analisar como um todo. Mas o histórico diz que é nessa ordem que se consegue o desconto”, informa.

A secretária diz ainda que serão negociados restos a pagar de vários exercícios anteriores, não apenas de 2014.  E confirma que esse passivo gira entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões, incluídos no bolo outros anos deste terceiro mandato do governador Marconi Perillo (PSDB).

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A Sefaz analisa os segmentos que serão priorizados no leilão reverso, bem como a existência de um mercado apto ao modelo e, ainda, a disponibilidade financeira do Estado para antecipar valores não descontados. “Estamos analisando aí quais são os setores e os segmentos que teriam mais facilidade e disponibilidade para resolver dessa forma.”

A secretária não acredita que o leilão reverso possa inflacionar contratos futuros, com empresas e fornecedores embutindo nos custos o risco de ter de conceder descontos no ato do recebimento.  “A gente precisa entender que o sobrepreço para o Estado está muito mais vinculado ao fato de que não conseguimos no passado efetuar esses pagamentos em dia. No momento em que se organiza o Estado, que as empresas e o cidadão têm clareza de que o Estado está equilibrado e tem recursos para arcar com seus compromissos em dia, não há porque haver sobrepreço. E o leilão reverso é uma forma justamente de atingirmos esse equilíbrio”, defende.

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Ana Carla confirma ainda que “sim, certamente”, credores que não se interessarem pelo leilão reverso poderão optar por receber seus créditos de maneira parcelada.

O Brasil247 solicitou entrevista com o presidente da Associação Goiana das Empreiteiras (AGE), Oswaldo Ferreira Júnior, para comentar a intenção da Sefaz. Mas até o momento não obteve retorno nas ligações.

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Ajuste fiscal

Os leilões reversos e o parcelamento dos restos a pagar reforçam o rol de medidas que o governo de Goiás adota para promover um amplo enxugamento da maquina estatal. No início do ano, entrou em vigor uma ampla reforma administrativa que extinguiu secretarias, empresas e autarquias; 5 mil cargos comissionados foram extintos, bem como 9,5 mil temporários e mil funções comissionadas. Centenas de diretorias, superintendências e gerências foram extintas na estrutura básica das pastas remanescentes para promover uma economia de R$ 300 milhões por ano.

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Esta semana veio a público uma determinação de Perillo para fazer profundos cortes no custeio da máquina que vão atingir a praticamente todos os órgãos. O governador persegue um número mágico que beira os R$ 2 bilhões em economia no seu quarto mandato. Com os leilões reversos, a economia deve se aproximar dos R$ 140 milhões.

Desconto no IPVA

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Ainda nesta quarta-feira, a Sefaz anunciou um programa que oferecerá desconto ao contribuinte que antecipar o pagamento do IPVA. O abatimento é de 2%para proprietários de veículos placas final 1 e 2 (que devem quitar o tributo em parcela única até 20 de fevereiro), 3% para final 3; 4% para final 4; e assim sucessivamente, até 10% para final 0. O prazo limite para pagamento das placas de 3 a 0 é 27 de fevereiro.

O objetivo  da Sefaz é antecipar o recebimento de até R$ 200 milhões – numa expectativa conservadora —para mitigar os efeitos da queda na arrecadação e da interrupção de repasses de verbas de convênios com a União. O caixa do Estado se ressente da desaceleração da economia, assim como do ajuste fiscal levado a cabo pelo governo federal.

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Nota Fiscal Goiana

Em outro flanco, o governo investe na educação fiscal. A Sefaz inicia uma mobilização para divulgar o programa Nota Fiscal Goiana, que distribuirá este ano R$ 3 milhões em prêmios ao contribuinte que exigir a nota nas compras do comércio varejista. O consumidor precisa acessar o site da Secretaria da Fazenda (aqui) e fazer o seu cadastro. Depois, exigir a inscrição de seu CPF na nota fiscal.

Para cada real gasto, o contribuinte acumulará um ponto. A partir de cem pontos ele começa a concorrer aos prêmios, sempre em dinheiro. Quanto mais pontos acumular, melhores as chances de ganhar.  Estão previstos sorteios mensais de valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil. Em datas de grande movimentação do comércio, como o Dia das Mães, haverá um sorteio especial de R$ 250 mil. E, no fim do ano, um grande sorteio de R$ 1 milhão.

A Sefaz projeta um incremento na arrecadação de R$ 50 milhões com a Nota Goiana em 2015.

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