Economist ironiza mobilização pró-Aécio: "revolução da cashmere"
Mesmo tendo anunciado apoio ao candidato do PSDB, o texto feito em tom ácido foi publicado no blog do site sobre as Américas e conta que "barões dos negócios e financistas não são conhecidos por tomar as ruas", mas completa que "milhares deles acabaram no centro de São Paulo em apoio a Aécio", acrescentando também que a Faria Lima, local da mobilização, é inclusive, "convenientemente localizada" perto dos escritórios dos "revolucionários da cashmere"
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SÃO PAULO - Nesta quinta-feira (23), a The Economist classificou a mobilização dos eleitores de Aécio Neves (PSDB) à presidência na noite de quarta-feira na Av. Brigadeiro Faria Lima, de "revolução da cashmere". A cashmere é uma lã usada em roupas que normalmente são caras, e neste caso, fazem referência à classe dos eleitores do candidato.
Mesmo tendo anunciado apoio ao candidato do PSDB, o texto feito em tom ácido foi publicado no blog do site sobre as Américas e conta que "barões dos negócios e financistas não são conhecidos por tomar as ruas", mas completa que "milhares deles acabaram no centro de São Paulo em apoio a Aécio", acrescentando também que a Faria Lima, local da mobilização, é inclusive, "convenientemente localizada" perto dos escritórios dos "revolucionários da cashmere".
A acidez fica ainda mais acentuada, quando o texto acrescenta: "Vestidos com camisas com suas iniciais gravadas e empunhando bandeiras do Aécio. Socialites bem vestidas protegidas com pashminas contra o frio fora de época entoavam frases anti-PT. Todos tirando 'selfies' com seus iPhones caros - a maioria das manifestações brasileiras são assunto para Samsungs mais baratos. A única coisa que faltou nesta 'revolução da cashmere' era champagne, flautas e o próprio Sr. Neves fazendo campanha em seu estado natal Minas Gerais". Pashmina, vale lembrar, é uma espécie de echarpe.
O texto ainda lembra que a campanha da candidata à presidência Dilma Rousseff (PT) falou muito que o candidato tucano iria representar somente a elite, comentando que Lula chegou a ir tão longe a ponto de comparar o candidato aos nazistas, pela sua aparente intolerância aos menos favorecidos.
Ao final, o texto fala que os "revolucionários da cashmere" não parecem se importar, colocando que eles estão "cheios" do intervencionismo de Dilma Rousseff e avaliam as políticas macroeconômicas como irresponsáveis, já que levaram o País ao baixo crescimento e alta inflação.
Entrevistado para a matéria, o chefe local de uma multinacional europeia - que de acordo com o autor da matéria, está usando um "terno perfeitamente costurado, mas isto é desnecessário falar" - disse que o rali eleitoral pode dar munição ao PT, mas finaliza: "estamos aqui para mostrar o que nós pensamos".
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